Febrônio Índio do Brasil: Um Promíscuo e Excêntrico Criminoso Brasileiro

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Uma das mais ilustres e assustadoras figuras da primeira metade do século XX. Frequentou delegacias, presídios, hospitais psiquiátricos e deu entrevistas.

Promíscuo, golpista, vadio e excêntrico. Louco. Matou, estuprou e dançou nu todo pintado de amarelo no morro do Corcovado. Autodenominava-se "Filho da Luz" e marcava os corpos dos "escolhidos". Febrônio Ferreira de Mattos, o "Febrônio Índio do Brasil", também serviu como versão do "bicho-papão" e escreveu um livro que virou filme.

Febrônio, antes de tudo, era um louco, logo em seguida criminoso. Teve diversas passagens pela delegacia, fora preso inúmeras vezes e fugiu outras tantas. Ainda jovem, na década de 1920, sonhou que uma mulher de longos cabelos loiros teria lhe chamado de "Filho da Luz" e professado que teria um dever a ser cumprido.

Escreveu um livro "religioso" – O Príncipe do Fogo – repleto de passagens incompreensíveis que se tornou filme décadas depois (1984). Febrônio, alegando que Deus estava vivo, começou a marcar as iniciais "D C V X V I" (que significaria "Deus, Caridade, Virtude, Santidade, Vida, Ímã da vida") nos corpos de suas vítimas (garotos jovens) estuprando-os e matando-os. Dizia que essas marcas funcionariam como um talismã de proteção. Prometia emprego às suas vítimas atraindo-as para pôr em prática seus desvarios.

Dançou completamente nu e com o corpo pintado de amarelo, na frente de uma criança aterrorizada que estava amarrada ao tronco de uma árvore. Neste mesmo dia, mais cedo, havia sido flagrado cozinhando, na casa em que era inquilino, uma cabeça humana furtada do Cemitério do Caju.

Também surtiu efeito como uma lenda para assustar as crianças que se comportavam mal. Semelhante à lenda do Bicho-Papão, Febrônio era invocado pelos pais com a finalidade assustadora de fazer com que seus filhos se comportassem.

Incapaz de viver em sociedade ou em harmonia com os presos (que também estuprou e matou), Febrônio Ferreira de Mattos passou grande parte da sua vida na solitária vindo morrer aos 89 anos de idade em avançado estado senil, em 1984, depois de contabilizar 57 anos preso.

Ao viver uma vida repleta de histórias intrigantes, mesmo que macabras, Febrônio Índio do Brasil deixou um legado que influenciou diversos artistas e intelectuais das mais variadas áreas. Legado que pode ser verificado na literatura (nacional e estrangeira) e na música, no teatro e cinema, como também na psicologia, antropologia e no direito, mas, sobretudo, no imaginário coletivo.

Segundo as pesquisas, inspirou a marchinha de Carnaval "Eu fui o mato, crioula", de José Gomes Júnior. Parte desta canção conta sobre onde Febrônio costumava estuprar e matar suas vítimas – áreas descampadas e por estrangulamento com auxílio de cipó.

Texto: Eudes Bezerra.
Administração Imagens Históricas.
Sugestão do leitor Danilo Coutinho.

Canção "Eu fui o mato, crioula", de José Gomes Júnior:

Comentários sobre os supostos crimes de Febrônio:
http://historica.com.br/podcast/visao-historica/024-as-revelacoes-do-principe-do-fogo

Fontes:
AVIZ, Marcelo. Caboclo Bizarro (Febrônio Índio do Brasil).
Disponível em: << http://marceloaviz.blogspot.com.br/2010/12/cabloco-bizarrofebronio-indio-do-brasil.html >>

Febrônio Índio do Brasil. Disponível em: << http://omundomau.blogspot.com.br/2009/08/febronio-indio-do-brasil.html >>

MENDES. Archimedes. Febrônio Índio do Brasil – "O Filho da Luz”. Disponível em: << http://www.folhadodelegado.jex.com.br/meus+artigos >>

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