sexta-feira, 18 de novembro de 2011

7 - A FILOSOFIA NA ALCOVA: QUINTO DIÁLOGO - Dolmancé, Mirvel, Agostinho, Eugênia e Madame

MADAME, trazendo Agostinho - Eis o moço do qual lhes falei. Vamos nos
divertir: que seria a vida sem a luxúria? Venha, tolinho. Parece incrível que há seis meses trabalho para ensiná-lo a ser desembaraçado e ainda não o consegui!
AGOSTINHO - Qual o que! Madame já me disse que eu começo a entender do riscado. Já me prometeu dar trabalho em todas as charnecas que aparecerem...
DOLMANCÉ - Que engraçado! É tão franco e natural quanto jovem e ingênuo!
(Mostrando Eugênia). Esta charneca é coberta de flores, quer trabalhar nela?
AGOSTINHO - Ai, senhor, uma gostosura dessas não é para o meu bico...
DOLMANCÉ - Vamos, Eugênia.
EUGÊNIA - Incrível! Creio que estou com vergonha...

DOLMANCÉ - Repudie sentimento tão pusilânime. Todos os nossos atos, sobretudo os da libertinagem, são inspirados pela natureza e não há do que ter vergonha.
Eugênia, seja a puta desse jovem, provoque-o como pede a natureza. Só é digna do seu sexo a mulher que se prostitui ao nosso. Assim como você nasceu de uma foda, só pela foda deve viver, só assim merece ter visto a luz do dia. Você mesma deve tirar as calças desse lindo jovem, levantar-lhe a camisa; assim, a frente e o cu (que ele tem tão bonito) ficarão ambos à sua disposição. Que uma de suas mãos lhe agarre a vasta manjuba que, sob suas carícias, vai inchar até lhe causar medo, e que a outra lhe faça cócegas nas nádegas e no orifício anal, assim, veja...
Descubra bem essa glande rubra, nunca a deixe ficar coberta. O freio está teso quase a se romper. E você, tolo, não fique de mãos desocupadas, veja os tesouros que se lhe oferecem; passeie as mãos sobre os peitos e as nádegas da moça.
AGOSTINHO - Gostaria de cobrir de beijos essa moça que tanto prazer me dá!
MADAME - Pois beije! Faça com ela o que você faz comigo quando dormimos juntos.
AGOSTINHO - Ai que boca fresca! Parece que estou cheirando as rosas do meu jardim. Veja o efeito que produz em mim (mostra o enorme membro entesado).
EUGÊNIA - Meu Deus, está enorme, até dá medo.
DOLMANCÉ - Que seus movimentos se tornem regulares, Eugênia, e mais enérgicos. Olhe, ceda-me o lugar um momento, veja como procedo: mais firme e ao mesmo tempo mais suavemente. Tome, não cubra a glande; pronto, agora está em toda a sua energia. Veja quanto é maior que o de Mirvel.
EUGÉNIA - Nem há dúvida, não o posso abarcar.
DOLMANCÉ, medindo-o - A medida é exata, treze por oito e meio! Nunca vi mais grosso! É o que se pode chamar de "soberbo". E Madame o aguenta?
MADAME - Regularmente, todas as noites, quando estou nesta minha propriedade.
DOLMANCÉ - Mas na boceta, no cu não é possível.
MADAME - Recebo-o mais frequentemente no cu do que na boceta.
DOLMANCÉ - Como é libertina! Confesso que não sei se o aguentaria...
MADAME - Deixe de prosa, ele entraria tão bem no seu cu como entra no meu.
DOLMANCÉ - Veremos logo, espero que Agostinho se digne a lançar-me um pouco de esperma no cu; eu lhe pagarei a gentileza. Vamos, Eugênia, a serpente vai lançar seu veneno; prepare-se, contemple a cabeça deste membro sublime! Quando se aproximar o momento da ejaculação, ficará ainda mais rubro e mais grosso. Que seus movimentos se tornem mais vivos e apressados, que seus dedos se enfiem pelo ânus! Abandone-se por completo!
Procure-lhe a boca, morda-lhe os beiços, que todos os encantos da sua mocidade corram a encontrar-lhe a porra... Está gozando, Eugênia, eis o instante do seu triunfo total.
AGOSTINHO - Ai, ai, não posso mais, mais forte e depressa! Assim... Que porra!
DOLMANCÉ - Redobre de cuidados, Eugênia, não o poupe, está embriagado de gozo. Que abundância de esperma! Que jato! Com que vigor foi lançado a mais de dez pés! O quarto está inundado. Nunca vi tanta porra. E a senhora diz, Madame, que esta noite ele a fodeu?
MADAME - Umas nove ou dez vezes. Há muito tempo que deixamos de contar...
MIRVEL - A bela Eugênia está completamente inundada de porra.
EUGÊNIA - Quisera estar por ela coberta e submersa! Meu mestre, está satisfeito?
DOLMANCÉ - Está indo muito bem para uma estréia, mas há ainda algumas minúcias que você negligenciou.
MADAME - Ora, espere um pouco, tudo virá com a prática. Pela minha parte, confesso que estou contentíssima com a discípula, tem as mais felizes disposições e merece gozar agora dum maravilhoso espetáculo. Que ela veja os efeitos de um caralho no cu.
Dolmancé, ofereço-lhe o meu: estarei nos braços de meu irmão que me meterá na boceta, enquanto você me enraba.
Eugênia terá a honra de preparar seu membro, de colocá-lo no meu cu, de regularizar-lhe os movimentos e de tudo observar afim de que se familiarize com esta operação, à que se deve em seguida submeter, tragando o enorme membro de Agostinho.
DOLMANCÉ - Estou encantado ao pensar que esse lindo cu, quase virginal, será logo dilacerado pela sacudidela enérgica do valente Agostinho. Aprovo sua idéia, senhora, mas ainda há uma cláusula: Agostinho, que eu deixarei novamente de pau duro com alguns passes da minha mão, há de me enrabar enquanto eu estiver sodomizando a senhora.
MADAME - Aprovo essa cláusula da qual aproveitarei; para a nossa discípula são duas excelentes lições em vez de uma.
DOLMANCÉ, agarrando Agostinho - Venha cá, quero reanimá-lo. Como é lindo! Beije-me, querido amigo. Está ainda banhado em porra e é porra que eu peço! Quero fazer-lhe uma punheta enquanto lhe enfio os dedos no olho do cu.
MIRVEL - Aproxime-se, querida irmã. Anuindo aos seus desejos vou deitar-me neste sofá. Você se deitará nos braços expondo as lindas nádegas e abrindo as pernas o mais possível. Assim, podemos começar.
DOLMANCÉ - Não ainda, espere, primeiro tenho que enrabar Madame, só depois é que você e sua irmã se casarão, meus dedos vão ligá-los. Cuidemos de todas as minúcias; não esqueçamos que uma principiante nos observa e que lhe devemos dar as mais escrupulosas lições. Eugênia, venha punhetear-me enquanto procedo à ereção deste membro descomunal. Sustente minha ereção esfregando-me sua bunda.
EUGÊNIA, obedecendo - Assim está bem?
DOLMANCÉ - É preciso mais energia nos seus movimentos e apertar mais forte o membro que se punheteia, Eugênia. A masturbação é agradável justamente porque a mão que nela coopera pode se tomar mais apertada do que todos os orifícios naturais. Afaste o mais possível as coxas para que todos os movimentos de minha pica lhe toquem o olho do cu, assim, enquanto isso, que Mirvel punheteie bem sua irmã, e logo estaremos todos prontos.
Agostinho já está de pica dura... Vamos, preparem-se! Madame, abra esse cu sublime ao meu impuro ardor. Eugênia, guie o dardo, que sua mão o conduza para a brecha, que o faça penetrar. Assim que ele estiver dentro agarre no de Agostinho e enfie essa grande massa dentro das minhas entranhas. Cumpra bem com todos os seus deveres de noviça. Enquanto isso, você está se instruindo; por isso é que deve fazer tudo o melhor possível.
MADAME - Meu cu se abre inteiramente. Ah, meu anjo, se soubesse há quanto tempo e com que ardor desejo ser enrabada por um sodomita!
DOLMANCÉ - Seus desejos vão ser satisfeitos, senhora, mas tenha paciência.
Quero parar um instante aos pés do ídolo antes de penetrar no sacrário; quero admirar esse cu divino, beijá-lo e lambê-lo mil vezes! Sente, safada, como penetro?
MADAME - Ah, querido, enfie-me todo, até o fundo das entranhas. Volúpia suave, que império exerce sobre mim! Ó delícia! Enfie tudo!
DOLMANCÉ - Ó cu digno de Ganimedes. Nunca penetrei um melhor! Vamos, Eugênia, não perca tempo, faça que Agostinho me penetre neste mesmo instante.
EUGÊNIA - Ei-lo, já vem. Agostinho, meu anjo, aproxime-se do buraco, perfure duma vez.
AGOSTINHO - Estou vendo, obedeço já. Aqui há mais lugar do que no seu. Chupe meus beiços, beije-me bastante para eu entrar melhor.
EUGÊNIA - Beijarei tanto quanto você quiser, minha rosa fresca e orvalhada. Já entrou toda a enorme cabeça. Creio que não tardará muito em esporrar.
DOLMANCÉ - Enfie mais, amigo, dilacere-me, rasgue-me se for preciso. Como meu cu agradece e goza. Que massa! Nunca traguei igual. Quanto ficou para fora, Eugênia?
EUGÊNIA - Apenas duas polegadas.
DOLMANCÉ - Então já engoli onze, que delícia, onze polegadas dentro do cu! Mas agora não aguento mais arrebento! Vamos, Mirvel, está pronto?
MIRVEL - Apalpe-me e diga-me o que acha.
DOLMANCÉ - Então, meus filhos, vou casá-los, coopero com toda a alma para esse divino incesto. (Introduz a pica de Mirvel na boceta da irmã).
MADAME - Instante divino, fodida pelos dois lados, na frente e no traseiro! Prazer sublime, inigualável neste mundo. Ai, como tenho dó da mulher que jamais o experimentou! Sacuda bastante, Dolmancé, que a violência de seus movimentos me precipite no gládio de meu irmão.
Eugênia, olhe bem, contemple-me, veja uma mulher completamente feliz no vício. Tome meu exemplo, aprenda a ser fodida com transporte, a saborear uma foda com delícias... Veja, meu amor, veja tudo quanto consigo fazer ao mesmo tempo: escândalo, sedução, mau exemplo, incesto, adultério e sodomia! Ó, Lucifer, único Deus que adoro, inspira-me algo mais, oferece a meu coração novos vícios e verás como neles mergulharei encantada!
DOLMANCÉ - Ó voluptuosa criatura que aumenta a minha porra pelo extremo calor desse cu, pela força mágica de tão lindas palavras! Vou gozar, não aguento Eugênia, aumente a coragem do meu fodedor, entreabra suas nádegas! Você agora conhece a arte de acordar os mais vacilantes desejos. Sua proximidade empresta maior energia ao membro que me penetra, sinto que as sacudidelas são mais fortes. Safada, tenho que reconhecer que devo à sua benéfica influência, o que eu só queria dever ao meu próprio cu. Espere, Mirvel, espere vamos descarregar toda a porra ao mesmo tempo, gozar todos juntinhos, é a melhor felicidade, a única neste mundo!
MADAME - ó porra, gozem quando quiserem que eu não aguento mais. Merda para o Deus que eu fado, estou acabando! Inundem-me, amigos, inundem esta puta! Lancem-me as ondas dessa espumante porra até o fundo de minha alma abrasada, que só existe para receber porra e mais porra. O excesso da minha volúpia é incrível, eu morro! Eugênia, quero beijá-la, devorá-la, lamber seu líquido, enquanto esparjo o meu. Venha, querida! (Agostinho, Mirvel, fazem côro; só o receio de me tornar monótono impede-me de continuar a transcrever as impressões que nesse momento se assemelham todas).
DOLMANCÉ - Eis uma das melhores sensações amorosas da minha vida. Agostinho cumulou-se de porra, mas eu me vinguei em Madame.
MADAME - Nem me fale, inundou-me.
EUGÊNIA - Só eu não posso dizer o mesmo (abraçando a amiga). Você se gaba de ter cometido tantos pecados e eu ainda não comecei. Não aguento mais a espera.
MADAME, numa gostosa gargalhada - Que criatura rara!
DOLMANCÉ - Realmente encantadora! Venha cá, menina, quero açoitá-la.
(Dá-lhe tapas na nádegas). Agora beije-me... Sua vez vai chegar.
MADAME - Agora é preciso que nos ocupemos somente dela. Meu irmão, examine esta presa, que lhe vai pertencer; contemple esse cabaço.
EUGÊNIA - Só lhe pertencerei pelo cu como aconteceu há pouco, na frente ainda não.
MADAME - Menina ingênua e deliciosa, como oferece com prazer aquilo que tão dificilmente se obtém das outras, sobretudo das noviças...
EUGÊNIA - Não foi sem remorsos. Tenho ouvido dizer tantos horrores desse enorme crime, sobretudo quando praticado entre homens, como fizeram há pouco Dolmancé e Agostinho. Que meu mestre me fale filosoficamente desse horrível delito...
DOLMANCÉ - Nada é horrível em libertinagem. Tudo é voz da natureza. Os atos que mais parecem chocar e ferir todas as instituições humanas (pois jamais falo do céu, que não existe) são justificados pela natureza. A sodomia deu origem a uma fábula no medíocre romance da Escritura, compilação fastidiosa dum judeu ignorante no cativeiro da Babilônia. Sodoma e Gomorra estavam colocadas em crateras de antigos vulcões e pereceram como Herculano e Pompéia, na Itália, engulidas pelo Vesúvio. Eis todo o milagre! Entretanto, partiram dum evento simplicíssimo para inventar barbaramente o suplício do fogo contra os pobres mortais que se abandonavam, numa parte da Europa, a essa fantasia que, confessemos entre nós, é tão gostosa quanto natural...
EUGÊNIA - Oh, natural...
DOLMANCÉ - Sim, natural, eu o sustento: a natureza não tem duas opiniões, uma a se opor à outra diariamente, e é absolutamente certo que não é da natureza que os homens possuídos por essa mania recebem as impressões que a ela os conduz. Os que querem afastar ou condenar este gosto, pretendem que ele prejudica o desenvolvimento da população. Como são cacetes estes imbecis que não têm outra idéia na cabeça e que só vêem crime em tudo que deles discorda?
Está por acaso demonstrado que a natureza tenha tal necessidade dessa população como nos querem fazer acreditar? Será certo que nos a ultrajamos toda vez que prejudicamos esta estúpida propagação? Ouçamos um instante, para nos convencermos disso, suas leis e sua marcha. Se a natureza criasse constantemente e se nunca destruísse nada, eu poderia acreditar, como esses fastidiosos sofistas, que não haveria nada mais sublime que trabalhar incessantemente em favor desse desenvolvimento. Poderia, mesmo, concordar em que a recusa de contribuir para isso fosse um crime. Mas, a mais ligeira visão das operações da natureza não prova, ao contrário, que a destruição é tão necessária aos seus planos como a criação? Que uma e outra dessas operações estão tão intimamente ligadas que é impossível a uma agir sem que a outra igualmente intervenha? Nada nasceria, nada regeneraria, se não houvesse destruição. A destruição é, pois, uma das leis da natureza, como a criação.
Admitindo este princípio, como poderia eu ofender a natureza recusando-me a criar?
Aliás, ainda que admitindo um mal nessa recusa, ele seria muito menor que o de destruir e, no entanto, a destruição está nas leis como acabo de provar. Se, pois, de um lado, eu admito a inclinação que a natureza me deu para esse desperdício e, se de outro, eu vejo que ele lhe é necessário e que eu, simplesmente, me submeto a ela quando o pratico, onde estaria o crime?
Mas, vos objetam os idiotas ou os adeptos do povoamento, o que, aliás é sinônimo: este esperma fecundante não pode estar contido em vós para outro uso que não o da propagação; desviá-lo seria uma ofensa. Eu acabo de provar, ao contrário, que esta perda nem sequer equivaleria a uma destruição e que a própria destruição, muito mais importante, não representaria um crime.
Em segundo lugar, é falso que a natureza destine este licor espermático exclusivamente à reprodução, pois se assim fosse, ela não permitiria que ele se derramasse em outra ocasião, como a experiência nos prova; pois nós o perdemos quando queremos e onde queremos. Ela se oporia ainda a que essas perdas se verificassem sem coito como acontece quer nos sonhos, quer nos resultados de uma simples evocação. Ela não permitiria que a vara de um licor tão precioso se derramasse senão no vaso da propagação, e nos recusaria o gozo, com que então nos coroa, quando nós não o vertêssemos sobre ele. Pois, não seria razoável acreditar que ela consentisse em nos oferecer tanto prazer exatamente quando nós estivéssemos a ultrajá-la ao máximo? Mas vamos além; se as mulheres só tivessem nascido para reproduzir, se esta reprodução fosse assim tão cara à natureza, como aconteceria que, durante toda sua vida, por mais longo que seja e somando-se todos os períodos, somente sete anos ela seja apta a criar um seu semelhante?
Como? Então a natureza é ávida de propagação; tudo o que a isso não tende lhe é ofensivo e, durante cem anos de vida, o sexo destinado a produzir só o conseguirá durante sete anos? A natureza não visa senão à propagação e a semente que para isso dá ao homem perde-se na medida em que agrada ao homem! E ainda; ele goza o mesmo prazer com o desperdício e com o emprego útil?...
Deixemos, meus amigos, deixemos de acreditar em tais absurdos, eles fazem enrubescer o bom senso. Ah, longe de ultrajar a natureza, convençamo-nos bem de que o sodomita e a tríbade servem-na, ao se recusar decididamente a uma conjunção da qual só resulta uma prole fastidiosa para ela. Esta propagação, não nos enganemos, nunca foi uma de suas leis, mas, no máximo, uma tolerância, já lhes disse. Que lhe importa que a raça dos homens se extinga e acabe sobre a terra! Ela se ri certamente de nosso orgulho quando queremos nos convencer de que tudo terminaria se isto acontecesse. Ela nem sequer se aperceberia disso. Será que nunca houve o caso de uma raça que se extinguisse totalmente? Buffon refere-se a várias delas, e a natureza, silenciosa diante de uma perda tão preciosa, talvez nem a percebesse...
Toda a espécie poderia se acabar e, estejais certos, nem por isso o ar seria menos puro, os astros menos brilhantes e a marcha do universo menos exata. Quanta imbecilidade, entretanto, seria necessária para acreditar que nossa espécie é tão útil ao mundo que, aquele que não trabalhasse para a propagar, ou que perturbasse essa propagação, se tornaria necessariamente um criminoso! Abramos os olhos a esse respeito e que o exemplo de povos mais razoáveis nos sirva para que nos convençamos de nossos erros. Não há um só lugar sobre a terra onde esse pretenso crime de sodomia não tenha tido templos e fiéis. Os gregos que dele faziam, por assim dizer, uma virtude, erigiram-lhe uma estátua sob o nome de Vênus Calipígia; Roma foi inspirar-se em Atenas e de lá trouxe esse divino prazer.
E que progressos não o vemos fazer sob os imperadores? Ao abrigo das águias romanas ele se estende de um extremo ao outro da terra e, com a destruição do império, se refugia aos pés da coroa; acompanha as artes na Itália e só chega até nós quando nos civilizamos. Descubramos um novo hemisfério e aí encontraremos fatalmente a sodomia. Cook mergulha em um novo mundo; ela aí reina. Se nossos balões tivessem estado na lua, ela aí teria sido igualmente encontrada.
Prazer delicioso, filho da natureza e do gozo, deveis estar em todo lugar onde os homens se encontrarem e aí onde estiverdes vos elevarão altares! Ó amigos meus, pode haver maior extravagância do que imaginar que um homem se transforma em um monstro digno de perder a vida somente porque prefere em seu prazer o orifício de um cu ao de uma boceta? Porque, a uma mulher que só lhe proporciona um prazer, ele prefere um rapazinho com quem consegue dois: o de enrabar e ser enrabado? Seria ele porventura um celerado, um monstro, por ter querido exercer a função de um sexo que não é o seu? E afinal? Por que a natureza o teria feito sensível a este prazer?
Examinai sua conformação; vós observareis uma completa diferença relativamente aos homens que não nasceram com este gosto: suas nádegas serão mais brancas, mais arredondadas, nenhum pêlo sequer sombreará o altar do prazer, cujo interior, revestido de uma membrana mais delicada, mais sensual, mais acariciante, oferecerá positivamente os mesmos atrativos que o interior da vagina de uma mulher. O caráter deste homem, ainda, será diferente dos outros; terá mais suavidade, mais flexibilidade; vós nele encontrareis, certamente, quase todos os vícios e virtudes das mulheres. Mesmo a fraqueza que lhes é própria vós encontrareis nesses tipos; eles terão suas manias e qualquer coisa de feminino em sua fisionomia.
Será, pois, possível que a natureza, assimilando-os desta maneira às mulheres, possa irritar-se porque eles tenham seus gostos? Não é claro que eles constituem uma classe diferente de homens e que a natureza os criou assim para diminuir essa propagação cujo excessivo aumento a prejudicaria infalivelmente? Ah, minha querida Eugênia, se você soubesse como se goza deliciosamente quando um grosso caralho lhe enche o cu, quando, mergulhado até os culhões ele aí se agita com todo ardor... Quando, engolido desde o prepúcio, ele penetra até o pentelho...
Não! Não! Não existe no mundo inteiro um gozo que equivalha a este; é o dos filósofos, é o dos heróis e seria o dos deuses se os únicos deuses que nós devêssemos adorar não fossem exatamente os órgãos que nos permitem esse divino prazer¹.

* (1) Como esta obra nos promete, mais adiante, uma dissertação bem mais extensa sobre este assunto, nos restringimos aqui a uma breve análise. *

EUGÊNIA, animadíssima - Que me enrabem, meus amigos! Pegai, tomai a minha bunda, eu vos ofereço... Fodei-me! Eu não aguento mais... (Ela cai, ao pronunciar estas palavras, nos braços de Madame de Saint-Ange, que a segura e oferece o traseiro da menina a Dolmancé).
MADAME - Divino professor, poderia você resistir a esta tentação? Não lhe tentará este sublime traseiro? Veja como ele treme e se entreabre...
DOLMANCÉ - Perdão, minha bela Eugênia; não serei eu, se me permite, que me encarregarei de extinguir o fogo que aticei. Você tem, minha criança, o grande defeito de ser mulher. Bem que quis esquecer toda prevenção para colher as suas primícias; mas permita que eu fique por aqui. Nosso amigo Cavalheiro que se encarregue do trabalho. Sua irmã, armada com este consolo, desferir-lhe-à no cu os mais valentes golpes e, ao mesmo tempo, oferecerá o lindo traseiro a Agostinho que a enrabará; eu o foderei ao mesmo tempo. Há mais de uma hora, eu vos confesso, que a bunda deste tipo me tenta e é preciso que eu lhe pague o que me fez.
EUGÊNIA - Está bem, Dolmancé, eu aceito a troca. Mas, francamente, a franqueza da opinião não lhe diminui a impolidez.
DOLMANCÉ - Mil perdões, senhorita, mas nós, os invertidos, nos orgulhamos da nossa franqueza e da exatidão de nossos princípios.
MADAME - Não é, entretanto, esta reputação de franqueza que costumam ter os que, como você, estão acostumados a gozar apenas por detrás...
DOLMANCÉ - Um tanto hipócritas, sim, um pouco falso... Pode lhes parecer.
Pois bem, Madame, eu já demostrei que este caráter era indispensável na sociedade.
Condenados a viverem companhia de gente que tem o maior interesse em se esconder de nós, em disfarçar os próprios vícios para só nos mostrar virtudes, que, aliás, nunca incensaram, correríamos o maior perigo se quiséssemos ser francos, pois, assim, lhes daríamos uma vantagem que eles nos recusam e, com isso, tornariam evidente nossa estupidez. A dissimulação e a hipocrisia são-nos impostas pela sociedade. Por que resistir? Permita-me, Madame, que eu me ofereça, por um instante, como exemplo: não há ninguém no mundo mais corrompido que eu; pois bem, meus contemporâneos enganam-se redondamente; perguntem-lhes o que pensam de mim e dirão, sem dúvida, que sou um homem honesto e, entretanto, não há um só crime em que eu não tenha encontrado um prazer e uma delícia.
MADAME - Pois bem, apesar de tudo, você não me convencerá de que tenha praticado estas atrocidades.
DOLMANCÉ - Atrocidades... Ora, Madame, eu cometi horrores...
MADAME - Está bem. Você é como o tal que dizia ao confessor: inútil entrarmos em pormenores, senhores, fora o roubo e o assassínio pode estar seguro que tudo mais eu cometi.
DOLMANCÉ - Sim, madame, eu diria o mesmo, incluindo a exceção...
MADAME - Como? Você se permitiu, libertino...
DOLMANCÉ - Tudo, Madame, tudo. Pode-se lá recusar alguma coisa com o meu temperamento e os meus princípios?
MADAME - Fodamos! Fodamos! Já não aguento esta prosa, deixemo-la para mais tarde. Para dar fé às suas confissões quero ouvi-las quando estivermos com a cabeça fria. No meio da farra você gosta de dizer horrores e, com certeza, está nos apontando como verdadeiras as fantasias libertinas de sua imaginação inflamada. (Enquanto isso os parceiros tomam posição).
DOLMANCÉ - Espera, Cavalheiro, espera; eu mesmo vou ajudá-lo a introduzir, mas antes disso, que a bela Eugênia me perdoe, é preciso que ela me deixe fustigá-la um pouco como preparação... (Ele a fustiga).
EUGÊNIA - Eis uma cerimônia completamente inútil, Dolmancé. Confesso que ela satisfaz à sua luxúria mas não fique convencido, ao bater-me, de que eu esteja gozando alguma coisa.
DOLMANCÉ (Continuando a fustigar) - Espere um pouco e então você me dirá. Você não conhece a importância dessa preliminar... Vamos! Vamos, minha sem-vergonha, e eu surrarei até sangrar!
EUGÉNIA - Oh, meu Deus como ele bate! Minhas nádegas estão em fogo! Você me machuca de verdade!
MADAME - Vou vingá-la, meu bem, vou pagar-lhe na mesma moeda. (Fustiga Dolamancé).
DOLMANCÉ - Oh! Sinceramente! Eu só peço a Eugênia que me deixe fustigá-la tão fortemente quanto eu mesmo quero sê-lo. Vê que eu me submeto à lei da natureza. Mas esperem um pouco, vamos arranjar isto: que Eugênia a cavalgue, Madame, e agarre em seu
pescoço como essas crianças cujas mães as carregam nas costas: assim terei dois cus ao alcance da mão e os maltratarei ao mesmo tempo. Agostinho e o Cavalheiro me devolverão juntos essas pancadas, fustigando minhas nádegas a um só tempo. Assim! Assim! Conseguimos! Ai, meu Deus, que delícia...
MADAME - Não poupem esta pequena. Eu exijo. Eu não reclamo nenhum favor e, por isso, não admito que o tenha com ela.
EUGÊNIA - Ai! Ai! Ai! Acho que meu sangue está escorrendo!
MADAME - Ele tornará mais bonitas suas nádegas, colorindo-as... Coragem, meu anjo, coragem; lembre-se de que é pelo sofrimento que se atinge o prazer.
EUGÊNIA - De fato, já não me aguento...
DOLMANCÉ (Pára um minuto para contemplar sua obra e depois recomeça) - Umas sessenta, ainda Eugênia; sim, umas sessentas ainda sobre cada bunda! Ah! Como vocês gozarão agora ao foder, suas pândegas! (Desfaz-se o grupo).
MADAME (Examinando as nádegas de Eugênia) - Ah, a pobrezinha... Como está ensanguentado seu traseiro! Celerado, que prazer você têm em beijar assim os vestígios de sua crueldade?
DOLMANCÉ (Lambuzando-se) - Sim, eu não o escondo; e meus beijos seriam mais ardentes se os vestígios fossem mais cruéis.
EUGÊNIA - Você é um monstro!
DOLMANCÉ - Concordo...
MIRVEL - Ele tem boa fé, pelo menos.
DOLMANCÉ - Vamos, sodomize-a, Cavalheiro.
MIRVEL - Levante-lhe o traseiro e em três tempos ela estará enrabada.
EUGÊNIA - Oh! Céus! O seu é maior que o de Dolmancé, Cavalheiro, você me rasgará... Tenha pena de mim, peço-lhe.
MIRVEL - Impossível, meu anjo. Tenho que ir até o fim. Lembre-se de que estou sendo observado pelo meu mestre; é preciso que eu seja digno de suas lições.
DOLMANCÉ - Ótimo! Ah! Como eu gosto de ver um pentelho roçar as portas de um ânus...
Vamos, Madame, enrabe seu irmão... O caralho de Agostinho já está pronto para se introduzir em você e quanto a mim, fique certa de que não pouparei seu fornicador...
Ah! Que bom! já me endureceu a cabeça do pau, pensemos somente em descarregar...
MADAME - Examinai esta pequena, como ela vibra, a miserável.
EUGÊNIA - E eu tenho culpa? Eu morro de prazer... Esta flagelação... Este imenso caralho e este amável cavalheiro que me masturba ao mesmo tempo... Meu bem, meu bem, eu não aguento mais!
MADAME - Caramba! já a deixarei em paz, estou acabando...
DOLMANCÉ - Esperem um pouco, ainda um pouco de conjunto, meus amigos! Se me dão dois minutos eu os alcançarei e acabaremos juntos.
MIRVEL - Não adianta; minha porra corre já no cu de Eugênia... Eu morro... Ah, meu Deus,
quanto prazer!
DOLMANCÉ - Eu também, meus amigos, eu também os acompanho: o gozo me cega igualmente!
AGOSTINHO - E eu? E eu?
MADAME - Que cena!... Este fanchona me encheu o cu...
MIRVEL - Ao bidé, senhoras, ao bidé!
MADAME - Nada disso, eu gosto de sentir o cu cheio de porra, não a jogo fora nunca.
EUGÊNIA - já não me aguento. De fato! Digam-me, meus amigos, se uma mulher deve aceitar sempre uma proposta para ser fodida assim...
MADAME - Sempre, minha cara, sempre. Ela deve fazer ainda mais: como esta maneira de foder é deliciosa, ela deve exigi-la daqueles a quem serve; mas se depende daquele com quem está se divertindo, se ela espera dele conseguir presentes, obséquios, ou outros favores, que se faça de rogada, que se valorize... Não existe um homem, com esta inclinação, que nesse caso não se arruíne por uma mulher que seja bastante hábil para não recusar, com o objetivo de o excitar ainda mais. Ela conseguirá tudo se possuir a arte de só conceder aos pouquinhos o que lhe pedem...
DOLMANCÉ - Então, meu anjinho, já se converteu? já não acredita que a sodomia seja um crime?
EUGÊNIA - E mesmo que fosse, que me importa? Já me foi demonstrado que o crime não existe! Bem poucas ações parecem, agora, criminosas, a meus olhos.
DOLMANCÉ - Não há crime em relação a nada, minha filha, em relação a coisa alguma. A mais monstruosa das ações não tem sempre um lado pelo qual nos é propícia?
EUGÊNIA - Quem duvida?
DOLMANCÉ - Pois bem! Se assim é, ela cessa de ser um crime. Pois, se aquilo que é útil a um, prejudicando a outro, fosse um crime, seria preciso demonstrar que o ser prejudicado era mais precioso à natureza que o favorecido; ora, se todos os indivíduos são iguais aos olhos da natureza, esta predileção é impossível; logo, a ação que favorece a um, prejudicando a outro, é absolutamente indiferente aos olhos da natureza.
EUGÊNIA - Mas, e se a ação prejudicasse uma enorme quantidade de indivíduos e só nos desse uma pequena quantidade de prazer, não seria condenável praticá-la?
DOLMANCÉ - Absolutamente! Não há comparação entre o que sentem os outros e o que nós sentimos. Por maior que seja o sofrimento alheio, nós não sentimos nada, ao passo que por menor que seja o prazer que desfrutamos, ele é sempre nosso; logo, nós devemos, a qualquer preço, preferir esse pequeno prazer que nos satisfaz à essa imensa soma de desgraças alheias com a qual nada temos a ver. Mas se acontece, ao contrário, que a singularidade de nossos órgãos nos leve a sentir prazer com as desgraças alheias - como costuma, aliás, acontecer - quem duvidará que devemos incontestavelmente preferir esta dor alheia, que nos diverte, à ausência de um sofrimento que seria uma privação para nós? A fonte de todos os erros da moral vem da admissão ridícula deste liame de fraternidade que os cristãos inventaram em sua época de infortúnio e miséria. Obrigados a mendigar a piedade dos outros, eles trataram de estabelecer que todos eram irmãos.
Como deixar de socorrer os outros, admitida tal hipótese? Mas é impossível admitir esta doutrina. Não nascemos todos isolados? Ainda mais, todos inimigos uns dos outros, num perpétuo estado de guerra recíproco? Ora, eu vos pergunto se isto aconteceria, na suposição de que as virtudes exigidas por essa pretensa rede de fraternidade existissem realmente na natureza? Se sua voz as inspirassem aos homens, eles as possuiriam desde o nascimento. Desde então a piedade, a benevolência, a humanidade, seriam virtudes naturais de que seria impossível nos livrarmos, tomando, este estado primitivo do homem, que acabamos de ver, em coisa completamente diferente.
EUGÊNIA - Mas, se como você diz, a natureza faz nascer os homens isolados, todos independentes uns dos outros, concorde ao menos que as necessidades, ao aproximá-los, estabelece certas ligações entre eles: por exemplo, as do sangue, que surgem de sua aliança recíproca; as do amor, as da amizade, do reconhecimento, etc. Ao menos estas você respeita, espero?
DOLMANCÉ - Na verdade, não mais do que a outras. Mas analisemo-las, Eugênia, rapidamente. Diria você, por exemplo, que a necessidade que tenho de me casar, quer para ver minha raça prolongar-se, quer para obter fortuna, deve levar-me ao estabelecimento de laços indissolúveis ou sagrados com o objeto ao qual me alio? Não seria um absurdo sustentar isto, pergunto? Enquanto dura o ato do coito eu posso, sem dúvida, ter necessidade deste objeto para completá-lo, mas logo que me satisfaça, o que restará, diga-me, entre ele e eu? Que obrigação real resultará deste coito que me prenda a mim ou a ele? Estes últimos laços foram os frutos do medo que tiveram os pais de se verem abandonados na velhice, e os cuidados interesseiros que nos dispensam durante nossa infância só nos proporcionam para merecer depois as mesmas atenções, na velhice. Não nos deixemos enganar a este propósito: nós nada devemos aos nossos pais. E como não foi por nós que trabalharam, é nos permitido não só detestá-los como, mesmo, desfazermos-nos deles se seu procedimento nos irrita. Nós só devemos amá-los quando eles se portam bem para conosco, e essa ternura não deve ser maior do que a que teríamos para com um amigo qualquer, porque os direitos do nascimento não estabelecem nada, não fundamentam coisa alguma. Analisando-os com sabedoria e reflexão nós só encontraríamos, seguramente, razão para odiar aqueles que, só se preocupando com seus prazeres, nos deram uma existência quase sempre desgraçada ou malsã.
Fala-me dos laços do amor, Eugênia? Pudesse você nunca os conhecer! Que um
tal sentimento, pelo bem que lhe quero, não se aproxime jamais de seu coração! O que é o amor? Só podemos considerá-lo como o efeito que causam as qualidades de um belo objeto sobre nós; estes efeitos nos transportam, nos inflamam. Se possuímos este objeto, eis-nos contentes; se nos é impossível conseguí-lo nos desesperamos. Mas qual é a base deste sentimento? O desejo. Quais são as consequências deste sentimento? A loucura. Firmemo-nos pois no motivo e livremo-nos dos efeitos. O motivo é possuir o objeto? Pois bem, procuremos conseguí-lo, mas com sabedoria. Se o obtemos, gozamos dele. Consolemo-nos, caso contrário; mil outros objetos semelhantes, e muitas vezes melhores, nos consolarão da perda. Todos os homens, todas as mulheres se assemelham, e não existe amor que resista aos efeitos de uma sã reflexão. Oh Como é falsa esta embriaguez que, absorvendo os resultados das sensações, mete-nos num tal estado que nós não enxergamos mais, que não existimos mais senão para este objeto loucamente adorado! É isto, viver?
Não será, antes, uma privação voluntária de todas as doçuras da vida? Não será permanecer, voluntariamente, nas garras duma febre arrasadora que nos devora e nos absorve, sem deixar outra felicidade que os gozos metafísicos tão semelhantes aos efeitos da loucura? Se nós devêssemos amar para sempre este objeto adorável, se fosse certo que nunca viéssemos a abandoná-lo, isto seria já uma extravagância, sem dúvida, mas, pelo menos escusável. É isto que acontece, porém? Há, por acaso muitos exemplos destas ligações eternas, nunca desmentidas?
Alguns meses de prazer, recolocando logo o objeto em seu verdadeiro lugar, fazem-nos envergonhar do incenso que queimamos sobre seus altares e, muitas vezes, chegamos a não compreender que ele tivesse nos seduzido a tal ponto.
Oh, jovens voluptuosas, entreguem, pois, seus corpos tanto quanto puderem! Fodam, divirtam-se, eis o essencial. Mas fujam cuidadosamente do amor. Nele não há de bom senão o físico, dizia o naturalista Buffon, e não foi apenas sobre isto que ele refletiu como bom filósofo. Divirtam-se, repito; mas não arpem. Não se escravizem aos seres. Não se extenuem em lamentações, em suspiros, em doces olhares, em escrever suaves bilhetes. Fodam, multipliquem e troquem constantemente de parceiro. Oponham-se, sobretudo, fortemente, a que um só as cative, porque sua única finalidade, ao ligar-se a vocês, será impedi-las de se entregar a outro, egoísmo cruel que se tornará logo fatal para seus prazeres. As mulheres não foram feitas para um só homem: foi para todos que a natureza as criou. Não ouvindo senão esta voz sagrada que elas se entreguem indiferentemente a todos os que as desejem. Putas sempre, jamais amantes; fugindo do amor, adorando o prazer, elas só encontrarão rosas no caminho da existência.
Pergunte, Eugênia, pergunte à encantadora mulher que gentilmente se encarregou de sua educação, o que deve fazer com o homem de que já gozou? (Falando baixo de
maneira a não ser ouvido por Agostinho). Pergunte-lhe se levantaria uma palha conservar este Agostinho que hoje faz suas delícias? Na hipótese de que o desejassem roubar, ela tomaria um outro e não pensaria mais nele. Logo, cansada de novo, ela o imolaria em dois meses se novos prazeres pudesse conseguir deste sacrifício.
MADAME - Esteja certa, Eugênia, de que Dolmancé revela aqui meu coração, e o de todas as mulheres como se nós lhe tivéssemos aberto inteiramente.
DOLMANCÉ - A última parte de minha análise refere-se aos laços da amizade e
do reconhecimento. Respeitemos os primeiros, consinto, enquanto nos são úteis.
Conservemos nossos amigos enquanto nos servem, esqueçamo-los desde que não possamos mais tirar proveito deles. É só pensando no próprio bem que devemos amar aos outros; amá-los por eles mesmos não passa de estupidez. A natureza nunca inspirou aos homens movimentos ou sentimentos que não lhes servissem para alguma coisa; nada é tão egoísta como a natureza, sejamo-lo também se quisermos obedecer suas leis.
Quanto ao reconhecimento, Eugênia, é, sem duvida, o mais fraco de todos os liames. É pensando em nós que os homens procedem de modo a obrigar-nos ao reconhecimento? Não acreditemos, minha cara. É por ostentação, por orgulho. Não é, pois, humilhante tornarmo-nos o joguete do amor próprio dos outros? Não o será ainda mais mostrarmo-nos agradecidos? Nada pesa tanto como favor recebido. Nada de meio-termo; ou o devolvemos, ou ele nos aviltará. As almas valorosas não suportam o peso dum favor; este pesa sobre elas tão violentamente que o único sentimento que elas podem expressar é o de ódio pelo seu benfeitor.
Porém, quais serão, na sua opinião os laços que compensam o isolamento em que nos criou a natureza? Quais os que estabelecem as relações entre os homens? Como os amaremos, se preferimos a nós mesmos? Com que direito aliviaremos seus infortúnios? Onde estará, agora, em nossas almas o berço das belas e inúteis virtudes, da beneficência, da humanidade, da caridade; inscritas no código absurdo de algumas religiões imbecis, que, pregadas por impostores ou por mendigos tiveram, necessariamente, que aconselhar o que podia sustentá-los ou tolerá-los? Ora bem, Eugênia, admite você, ainda, a existência de qualquer coisa sagrada entre os homens? Pode conceber alguma razão para não nos preferir aos outros?
EUGÊNIA - Estas lições, que vêm de encontro ao meu coração, agradam-me demais para que meu espírito as recuse.
MADAME - Elas estão na natureza, Eugênia. A aprovação que você lhes dá prova-o. Como poderiam ser oriundas da corrupção se nascem, espontaneamente, de um espírito ainda virgem?
EUGÊNIA - Mas, se todos os erros que você preconiza são naturais, por que é que as leis se opõem a eles?
DOLMANCÉ - Porque as leis não são feitas para o particular, mas para o geral, o que as coloca em perpétua contradição com o interesse pessoal, visto que o interesse pessoal está sempre em oposição ao geral. Mas as leis, boas para a sociedade, são péssimas para os indivíduos que a compõem pois, para cada vez que os protejam ou os garantam, elas os escravizam e dominam três quartas partes de sua vida. O homem sábio, desprezando-as, tolera-as, como faz com as serpentes e víboras que, embora firam e envenenem, servem, algumas vezes, à medicina. Ele se defenderá das leis como se defende destes animais venenosos: garantir-se-à com precauções e mistérios, coisas fáceis à riqueza e à prudência. Se sua alma inflamar-se, Eugênia, e a fantasia levá-la a cometer algum crime, fique certa de que poderá cometê-lo em paz diante de nós.
EUGÊNIA - Ah! Esta fantasia já se apossou de meu coração.
MADAME - Que capricho a agita, Eugênia? Diga-nos com toda confiança.
EUGÊNIA, exaltada - Eu queria uma vítima.
MADAME - De que sexo desejaria que ela fosse?
EUGÊNIA, ainda exaltada - Do meu.
DOLMANCÉ - E então, Madame, está contente com a sua aluna? Seus progressos são suficientemente rápidos?
EUGÊNIA, no mesmo estado de espírito - Uma vítima, meu bem, uma vítima! Oh! Meu Deus, isto faria a minha felicidade!
MADAME - E que faria você dela?
EUGÊNIA - Tudo... Tudo... Tudo o que pudesse torná-la a mais desgraçada das
criaturas. Oh! meu bem, minha adorada, tenha piedade de mim, não aguento mais!
DOLMANCÉ - Caramba, que imaginação! Venha, Eugênia, você é deliciosa.
Venha, quero beijá-la um milhão de vezes! (Retoma-a nos braços). Olhe, Madame, veja como esta libertina goza sem que a toquem, de pura imaginação... Eu enrabarei ainda uma vez, de qualquer
maneira.
EUGÊNIA - E em seguida, terei o que peço?
DOLMANCÉ - Sim, maluca, eu respondo por isso.
EUGÊNIA - Eis meu cu, querido, faça dele o que quiser.
DOLMANCÉ - Espere, quero gozar este prazer do modo mais requintado.
Agostinho, estenda-se sobre a beira desta cama. Eugênia deitar-se-á em seus braços enquanto eu a sodomizar. Acariciarei seu clitóris com a soberba cabeça do pau de Agostinho que, para economizar sua porra, fará por não acabar. O querido Cavalheiro, que se masturba silenciosamente enquanto nos ouve, colocar-se-á sobre os ombros de Eugênia, expondo suas belas nádegas aos meus beijos. Eu o masturbarei por baixo e assim, conservando meu engenho no cu de Eugênia, acariciarei dois membros. Madame, depois de ter sido minha mulher, será meu macho. Coloque um de seus consolos, senhora! (Madame abre uma caixinha cheia deles e o nosso herói escolhe o maior). Bem, este, diz o número, tem quatorze polegadas de comprimento e dez de grossura. Amarre-o bem na cintura, Madame. Penetre-me com toda força.
MADAME - Você está louco, Dolmancé, eu vou estropiá-lo.
DOLMANCÉ - Não tenha medo. Empurre, penetre, meu anjo! Não enrabarei sua querida Eugênia senão quando seu enorme membro estiver bem no fundo de meu cu...
Chegou, chegou, meu Deus! Ah, você me eleva às nuvens! Não tenha piedade, minha bela.
Aviso-a de que vou enrabá-la sem nenhuma preparação... Ah, meu Deus, que lindo rabo!
EUGÊNIA - Você me rasga, meu amigo. Prepare pelo menos o caminho...
DOLMANCÉ - Não, não o faria nunca. A gente perde a metade do prazer com estes cuidados idiotas. Lembre-se de nossos princípios, Eugênia. Eu trabalho para mim; você será a vítima por um momento, meu anjo. O seu dia chegará... Ah, meu Deus, como ele entra!
EUGÊNIA - Você me mata!
DOLMANCÉ - Porra, estou acabando!
EUGÊNIA - Faça o que quiser, agora. Ele entra! Ai, como eu gozo!
DOLMANCÉ - Como é gostoso esfregar este caralho sobre o grelo duma virgem! Vira-me este rabo, Cavalheiro... Está boa esta punheta libertino? Foda, Madame, foda esta sua puta. Sim, eu sou uma puta, eu quero ser um puta! Acabe Eugênia, acabe, meu anjo.
Agostinho, sem querer, enche-me de porra. O Cavalheiro também... Eu mesmo estou a acabar! Não aguento! Eugênia, mexa este rabo, que teu ânus aperte-me o pau. Quero lançar no fundo de suas entranhas esta porra candente que se exala. Eu morro! (Dolmancé se retira. O conjunto se desfaz). Olhe, Madame, veja esta pequena como está coberta de porra. Acaricie seu grelo ainda molhado de esperma: não há nada mais delicioso.
EUGÊNIA, palpitante - Oh, meu bem, como você me faz gozar! Meu amor, eu arfo de
lubricidade!
DOLMANCÉ - Cavalheiro, tendo sido escolhido para deflorar esta linda menina, junte-se à sua irmã para fazê-la gozar até que desmaie em seus braços. Mas que o faça de maneira a apresentar-me o rabo; quero comê-lo enquanto Agostinho me enraba.
MIRVEL - Está bem, assim, nesta posição?
DOLMANCÉ - Levante o cu um pouco, meu amor. Assim... Quer que o prepare, Cavalheiro?
MIRVEL - Como quiser. Só quero gozar desta deliciosa garota. (Beija-a e masturba-a, enfiando-lhe um dedo na boceta, enquanto Madame ajuda-o, titilando o clitóris de Eugênia).
DOLMANCÉ - Pois eu, meu caro, sinto muito mais prazer com você, esteja seguro, do que com Eugênia. Há tanta diferença entre o cu de um rapaz e o de uma garota!...
Enrabe-me, Agostinho! Que é que está esperando?
AGOSTINHO - Como? O senhor quer que meu pau, depois de regar a pombinha desta beleza, fique duro diante de seu cu? Se ele ao menos fosse tão bonito como essa bocetinha...
DOLMANCÉ - Imbecil! Para que queixar-se? Assim é a natureza: cada um reza a seu santo.
Vamos, penetre-me, Agostinho! Quando você tiver mais experiência me dirá então se os cus não valem tanto como as bocetas... Eugênia, devolva ao Cavalheiro o que lhe deve. Você só se ocupa de si mesma, minha libertina, e tem razão; mas, no interesse de seus próprios prazeres, masturbe-o. Ele vai colher suas primícias.
EUGÊNIA - Pois bem, eu o masturbarei, beijarei... Perco a cabeça... Ai, ai, meus amigos, eu não aguento mais, tenham pena de mim. Eu morro, eu acabo! Meu Deus, estou fora de mim!
DOLMANCÉ - Quanto a mim, sei o que faço. Só queria me entesar neste belo cu; guardo para Madame de Saint-Ange a porra que acumulei. Nada me diverte tanto como começar num cu a operação que terminarei em outro. Então, Cavalheiro, estamos prontos? Vamos ou não descabaçá-la?
EUGÊNIA - Oh céus! Não quero ser desvirginada por ele. Eu morreria. Seu pau é menor, Dolmancé; que seja a você que eu deva esta operação.
DOLMANCÉ - Não é possível, meu anjo. Nunca penetrei uma boceta em minha vida e, não será na minha idade que vá começar. Suas primícias pertencerão ao Cavalheiro, só ele é digno, aqui, de colhê-las. Não lhe roubemos seus direitos.
MADAME - Recusar um cabaço... Tão fresco, tão lindo... Desafio quem diga que Eugênia não é a mais linda menina de Paris. Dolmancé, eis o que se pode chamar de excessivo apego a princípios!
DOLMANCÉ - Nem tanto, Madame, pois muitos de meus iguais não chegariam
nunca a enrabá-la. Eu já o fiz e o repetirei. Isto não é ser fanático.
MADAME - Vamos, então, a isto, Cavalheiro. Mas preparai-a antes, veja como é pequeno o estreito que vai atravessar. Não há nenhuma proporção entre o conteúdo e o continente.
EUGÊNIA - Morro! É inevitável... Mas o ardente desejo de ser fodida me faz arriscar tudo sem nada temer. Penetre, meu caro, abandono-me a você.
MIRVEL, segurando o pau, que vibra - Sim Porra! Vou fisgá-la. Minha irmã...
Dolmancé, abram-lhe as pernas. Meu Deus, que aventura! Sim, sim, fosse ela rasgada, estraçalhada... É preciso, afinal, que ela passe por isso.
EUGÊNIA - Devagar, meu bem, devagar, eu não aguento... (Ela grita, as lágrimas correm-lhe pelas faces). Socorro, minha amiga! (Ela se debate). Não, não; não quero que ele entre. Pedirei socorro se você continuar!
MIRVEL - Grite quanto quiser, canalhinha! Ele entraria mesmo que você tivesse que morrer mil vezes.
EUGÊNIA - Que bárbaros!
DOLMANCÉ - Porra, ninguém pode ser delicado quando fode!
MIRVEL - Segurem-na! Já vai indo... Já vai indo... Porra! Foi para o diabo este cabaço. Olhem o sangue como corre.
EUGÊNIA - Bandido... Carniceiro... Estraçalhe-me agora se quiser, pouco me importo.
Beije-me, carrasco, beije-me; eu o adoro... Ah, não se sente mais nada quando ele entra, passam todas as dores. Desgraçadas das jovens que se defendem dum tal ataque!
Quantos prazeres elas perdem por recear uma dorzinha atoa... Enfie, enfie, Cavalheiro; eu acabo, regue com sua porra as feridas que me abriu. Empurre até a matriz! Ah! A dor cede ao prazer...
Eu desfaleço! (O Cavalheiro esporra. Durante este tempo Dolmancé acariciou-lhe o cu e os culhões, e Madame de Saint-Ange titilou o grelo de Eugênia. A postura se desfaz).
DOLMANCÉ - Eu acho que, enquanto o caminho estiver aberto, esta pandega deve ser fodida por Agostinho.
EUGÊNIA - Por Agostinho... Um caralho daquele tamanho... Assim em seguida... Vocês querem me matar? Eu ainda sangro.
MADAME - Meu amor... Beije-me, tenho pena de você... Mas a sentença foi dada e não tem apelo. Não fuja, coração!
AGOSTINHO - Já estou pronto. Eu viria de Roma a pé para foder esta menina.
MIRVEL, empunhando o enorme membro de Agostinho - Veja, Eugênia, como ele se agita, como é digno de me substituir.
EUGÊNIA - Justos céus, que sentença! Vocês querem me matar...
AGOSTINHO, agarrando Eugênia - Não, senhorita, isto nunca matou ninguém.
DOLMANCÉ - Um momento, meu filho, um momento. Quero ver-lhe o cu enquanto você a fode. Assim! Aproxime-se, Madame, prometi que a enrabaria e mantenho a palavra. Mas coloque-se de maneira que, ao fodê-la, eu possa fustigar Eugênia. Por seu lado, que o Cavalheiro me açoite enquanto isso. (Arranjam-se).
EUGÊNIA - Porra, ele me mata! Devagar, seu filho da puta. Ai como penetra... Foi até o fundo... Eu morro! Dolmancé, como você me bate... Eu ardo dos dois lados. Você me deixa o rabo em fogo.
DOLMANCÉ, fustigando com força - Tome, tome, canalha! Você gozará com mais delícia. Que bela punheta você lhe faz Saint-Ange, como este dedo ligeiro deve suavizar as dores que Agostinho e eu lhe causamos! Seu cu se aperta, Madame, vamos acabar juntos... Ah, que divino é estar assim entre o irmão e a irmã!
MADAME - Foda, meu sol, foda! nunca tive tanto prazer!
MIRVEL - Troquemos de lugar, Dolmancé. Passe depressa do cu de minha irmã para o de Eugênia para fazê-la conhecer o prazer da troca. Eu enrabarei minha irmã que, enquanto isso, oferecerá o rabo aos chicotes, até sair sangue, como você fez com Eugênia.
DOLMANCÉ, obedecendo - Está bem... Veja, meu amigo, pode-se lá fazer uma troca mais
rápida?
EUGÊNIA - Os dois em cima de mim! Não sei mais quem me fode... Já bastava esse filho da puta! Ah, quanto me vai custar este duplo gozo! Estou toda molhada! Se não fosse isso já estaria morta... E então, querida, você me imita! Como ele pragueja esta canalha... Acabe, Dolmancé, acabe, meu amor... Este Agostinho me inunda... Meu licor se mistura aos vossos. Ah, meus caros fornicadores... Os dois juntos? Que é isso? Estou arrasada! (A postura se desfaz). Então, minha cara, está contente com sua aluna? Já sou bastante puta? Vocês me puseram num estado...
Numa agitação... Eu lhes juro que, numa embriaguez como esta eu iria, se fosse preciso, fazer-me foder no meio das ruas!
DOLMANCÉ - Como ela está linda assim...
EUGÊNIA - Detesto-o, você me recusou!
DOLMANCÉ - Poderia eu contrariar meus dogmas?
EUGÊNIA - Está bem, eu o perdou-o. Devo respeitar até os princípios que conduzem ao erro.
Como poderia repudiá-los se desejo viver no crime? Sentemo-nos e conversemos um pouco; não aguento mais. Continue minha instrução, Dolmancé e diga-me alguma coisa que me console dos excessos a que me entreguei. Extinga-me os remorsos, encoraje-me!
MADAME - Perfeito, é preciso que um pouco de teoria suceda à prática. É o processo para chegar à perfeição.
DOLMANCÉ - Pois bem, Eugênia, sobre que quer você que eu a entretenha?
EUGÊNIA - Queria saber se os costumes são de fato necessários num país, se sua influência pesa sobre o gênio de uma nação?
DOLMANCÉ - Ótimo, ao sair hoje de manhã, comprei no Palácio da Igualdade uma brochura que, ao acreditar-se no título, responde exatamente a sua pergunta. Acaba de vir à luz.
MADAME - Vejamos! (Ele lê: "Franceses, mais um esforço se quereis ser republicanos")... Eis um título singular; ele promete. Cavalheiro, você que possui uma boa garganta, leia isto.
DOLMANCÉ - Ou estou muito enganado, ou isto responde perfeitamente à pergunta de Eugênia.
EUGÊNIA - De fato.
MADAME - Vá-se embora, Agostinho, isto não foi feito para você. Fique por perto, no entanto. Se precisarmos de você, tocarei a campainha.
MIRVEL - Começo.
"Franceses, mais - um esforço se quereis ser republicanos".

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(...)
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