quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O DESPERTAR

São exatamente 19:25. Ela adentra o consultório trajando um vestido negro, curto, sobreposto a uma camisa branca de mangas 3/4 com os botões abertos da gola até a base de seus seios e calçando sapatilhas negras sobre a meia-longa de mesma cor.

O médico a olha de relance, enquanto ela se senta à frente de sua mesa, e volta a contemplar as suas anotações, parecia não se importar com sua presença.

Ela fala:
-- Interessante, um médico com um ankh no pescoço. Esqueceu de tirá-lo ao vir trabalhar?
-- Não. Isso lhe incomoda?
-- Não, de maneira alguma. Mas prefiro usar um terço, a beleza sacra é sempre mais atrativa.
-- Por que tenta negar o que és?
-- Eu? O que achas que estou a negar?
-- Não te faças de tola, sabe muito bem ao que me refiro.
-- Não estou a fingir e nem negar nada, posso controlar o que há em mim e você?

Ele se levanta e contornando a mesa pára em frente à sua cadeira.
-- Eu? Eu posso te libertar... - Dizendo isto ele se abaixa colocando as mãos sobre os braços da cadeira e pára a alguns centímetros de tocar seus lábios, a olha nos olhos e então completa o caminho e a beija envolventemente. Aperta seu corpo contra o dela e seu ankh toca-lhe o busto parcialmente desnudo. Ele queima sua pele como brasa. Ela geme de dor. De repente várias imagens vêm em flash à sua mente, são muitas e por demais perturbadoras para uma mortal. É como se ela revisse várias vidas em alguns segundos. Algo tão rápido que é impossível se guardar tudo que é visto. Ele se afasta, a marca vai entrando na pele dela como se cicatrizasse instantaneamente. Ela abre os olhos, eles antes normais, calmos e bem expressivos, agora estão totalmente negros e sem expressão. Fala palavras impronunciáveis para a linguagem humana e então desmaia.

Sua mãe adentra o consultório devido o gemido de dor que havia escutado. Se desespera ao ver a filha inconsciente na cadeira.

O médico calmamente diz:
-- Não se preocupe, foi só uma queda de pressão.

Em seus pensamentos ele se pergunta: "Será que enfim ela despertou? Acho que logo saberei."

X X X
Que médico estranho será esse? E o que aconteceu a ela?




Sobre a Autora:
LIZZA BATHORY

Lizza Bathory


Lady Godiva dos profanos, andarilha notívaga dos inquietos, perpetuadora da confusão na líbido dos incautos meninos.
elizabeth.bathory.ce@gmail.com
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Artigo 5º:
(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
(...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Além de estar legalmente amparada, a Liberdade de culto deve ser entendida como um direito universal e uma forma de respeito à individualidade e à liberdade de escolha.

Por princípio, o Alcorão, a Cabala, a Bíblia, os fundamentos da Umbanda, a doutrina Espírita, o Xamanismo, a Maçonaria, o Budismo, a Rosa Cruz e tantas outras vertentes esotéricas, são partes do conhecimento Uno e têm a mesma intenção: conectar o Homem à energia criadora com a finalidade de despertar sua consciência.



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