Capítulo do meu novo livro, ainda em produção, Um Novo Tratado Sobre o Caos- Gunter Brian
Aleister Crowley definiu a magia como o exercício da Vontade Verdadeira sobre a realidade. Já Grant Morrison, considera que pouco importa por que a magia funciona desde que funcione. A Teoria Mágica seria simplesmente a explicação maluca que você resolveu assumir para explicar por que ela funciona.
Aleister Crowley definiu a magia como o exercício da Vontade Verdadeira sobre a realidade. Já Grant Morrison, considera que pouco importa por que a magia funciona desde que funcione. A Teoria Mágica seria simplesmente a explicação maluca que você resolveu assumir para explicar por que ela funciona.
Eu não quero trazer uma proposta de
interpretação definitiva ou superior. E sim demonstrar um prisma diferente, por meio
do qual eu fundamento minha prática.
A ciência moderna tem o ridículo costume de
fazer alarde com descobertas que a ciência oculta já estuda e conhece há alguns
milhares de anos. Uma dessas descobertas, diz respeito a como nossos
pensamentos têm poder de interferir sobre a realidade. Ou seja, o que você
pensa sobre o mundo diz muito a respeito de como ele vai interagir com você.
Mas eu também posso partir de outro princípio
mais Caótico. Como a ideia de que não
existem verdades absolutas. E pode-se lembrar também do célebre mote: Nada é verdadeiro, tudo é permitido.
Pensemos na existência, em uma totalidade,
como um mar de oscilações. Tendo isso em vista, o mundo como observamos,
fisicamente, não passa de um pálido reflexo da realidade que, possivelmente, se
organiza e se configura de uma forma muito mais complexa ou, monstruosa em
detrimento da nossa percepção viciada em objetos concretos e finitos.
Imaginar a realidade que existe além de nossa
percepção direta, requer imaginar um espaço-tempo onde o infinito e o nulo
coexistem de forma harmônica no mesmo objeto. É entender que provavelmente
existe conexões entre pontos do espaço-tempo que sequer poderíamos
imaginar.
Assim como foi constatado em outra descoberta
científica: Estupefatos, cientistas constataram que elétrons que tivessem
passado muito tempo próximos, passavam a reagir ao mesmo estímulo em tempo
simultâneo, mesmo que cada um deles estivesse a centenas de kilometros de
distância um do outro.
Iniciando portanto o estudo das famosas
supercordas, que vêm a calhar para explicar grande parte da interatividade
pensamento-matéria com a qual nós, magistas, estamos extremamente habituados a
lidar.
Se todo o universo é composto por ondulações
e há interatividade entre elas, isso significa que nossos pensamentos, enquanto
frequências cerebrais e, ondulações energéticas, têm tanta capacidade de
interferir na realidade quanto qualquer suposta atitude material e concreta.
Se tudo é energia (até e, principalmente, a
matéria), e se tudo é ondulação, então toda a realidade está sujeita à
interferência da nossa mente. Nossos pensamentos são tão reais e concretos
quanto qualquer outra ideia ou constatação sobre o que é supostamente real.
Toda experiência vivida é, em consequência, uma experiência mental.
Se nada
é verdadeiro, tudo é permitido, isso significa que mesmo as nossas ideias
erradas sobre a realidade têm o seu peso na nossa interatividade com a mesma.
Se não existem verdades absolutas,
então, nós sempre temos a liberdade de formar novos conceitos sobre o mundo, em
uma alquimia internalizada e edificante.
A Magia consistiria na prática de utilizar
essa interatividade pensamento-matéria para o nosso benefício. Começando
pela reeducação e reconfiguração do corpo mental. Mudança de posturas mentais e
ideias, transformações de crenças e a desconstrução de várias outras.
Tudo isso evolui para o desenvolvimento de
faculdades que facilitem a interferência mais direta com a realidade. A
concentração, a meditação, a visualização e imaginação plástica.
Acaba passando por uma reeducação do próprio
corpo. Costumes e vícios são podados e reorganizados. Sua postura física, sua
forma de se vestir e se apresentar, assumem um novo padrão. Tudo passa a ser fundamentado
com um propósito claro e pré-definido. Nenhum movimento é desperdiçado, nenhuma
energia é gasta em vão.
É claro que a prática mágica, para mim, vai
muitíssimo além do que cito aqui, mas eu não ouso mencionar minhas práticas que
excedem a proposta dessa obra.
Os diferentes sistemas mágicos se
caracterizam como diferentes interfaces a lidar com essa interatividade. A
realidade é o hardware, o sistema
mágico é o software que você instala
nela.
Em algum ponto, alguém teve de conceber esse
ou outro sistema. Seja este embasado nas
próprias experiências ou recebido por meio de inspirações superiores. Ainda
que essas inspirações e insights, no fim das contas, sempre passam pelo
prisma das crenças pessoais e convicções de cada criador.
Tendo isso em vista, todo sistema mágico
surgiu pelo mesmo processo que hoje consideramos ser o beta-sistema da Magia do
Caos. Todos os sistemas mágicos partem de pressupostos muito semelhantes. E
então desenvolvem suas próprias práxis e diretrizes de utilização.
Pense, em paralelo, que um signo específico
de um sistema, é apenas uma variante do que denominamos de sigilo, no Caos. Um
Deus em um sistema de bruxaria é apenas um arquétipo psicológico levado à sua
máxima potência.
Outra
abordagem:
A nossa interatividade com a tecnologia pode
ajudar com fabulosas analogias sobre a nossa interação com a própria Realidade.
Quando interagimos com a interface computacional, seja pelo monitor de um
computador, ou pela tela de um tablet, o que estamos vendo é apenas uma arquitetura
gráfica que seja mais agradável aos nossos olhos.
Mas se buscarmos entender como esses
dispositivos funcionam, enxergaríamos uma sucessão de 1’s e 0’s, ou ainda, uma
malha complexa de conexões elétricas e interatividade entre propriedades
eletromagnéticas, se encaixando em uma lógica binária. Uma bagagem densa de
informações complexas demais para a nossa digestão direta e eficiente. As diferentes empresas eletrônicas têm se especializado cada vez mais em
apresentar seus produtos de forma mais digerida e agradável para os clientes.
Assim funciona o véu de Maya que cobre a
nossa realidade, impedindo a nossa percepção direta sobre o mundo tal como ele
é. Ao invés de percebermos o caos desgovernado das informações que nos
transpassam em quantidades cavalares todos os instantes, a nossa percepção
sensorial, atrelada à nossa avaliação cognitiva do ambiente que nos cerca,
regula e reorganiza o fluxo dessas informações.
Mas assim como existem engenheiros capazes de
comporem o complexo design dos computadores, existem pessoas que se
especializaram em desenvolver ferramentas e conceitos que nos permitam
extrapolar os sentidos e entrar em contato direto com a realidade. A estas
pessoas, dão-se o nome de Magos.
A ferramenta mais primordial da composição
do nosso universo (observável) são as ondas. Vibração e energia resume quase
tudo. A memorável fórmula do Albert
Einstein trouxe isso à tona de forma fantástica:
E=mc²
Essa fórmula é a demonstração de que matéria
é igual à energia. E isso não se limita a dizer que matéria pode ser
transformada em energia, ou mesmo que energia pode ser transformada em matéria.
É muito além. É como perceber que matéria é exatamente, energia.
A nossa concepção sobre o que é concreto e
material não passa de uma ilusão dos sentidos. O nosso universo é puramente
holográfico, ou seja, a impressão que temos de que os objetos são maciços e
impenetráveis é falsa e ilusória.
Não apenas pelo fato de 99% do espaço dos átomos
ser completamente vazio (por conta da eletrosfera), mas por conta da ilusão da
materialidade se apoiar na simples interatividade entre as propriedades
físicas.
Uma teoria desenvolvida nos anos sessenta do
século XX remete à existência das chamadas supercordas. No
modelo clássico, elétrons são considerados ora como partículas, ora como ondas. As
supercordas são exatamente partículas-onda, pois se comportam com as
propriedades de partículas e ondas, simultaneamente.
O que existe de tão particular a respeito
disso? Permita-me elaborar um pouco melhor alguns conceitos sobre o
comportamento das ondas.
Se pegarmos uma corda e esticarmos ela, com
um ajudante em cada ponta, é possível transmitir vibrações ondulatórias de um
lado ao outro da corda. Contudo, é curioso observar que podemos também, transmitir
vibrações vindas de direções opostas, com amplitudes e comprimentos distintos e
que essas vibrações alcançariam o outro lado da corda, intactas a respeito de
suas propriedades (amplitude, comprimento, frequência).
Sendo assim, notamos que ondas com propriedades
distintas são capazes de cruzar o mesmo ambiente sem se interferirem. Assim
como a quantidade de barulho em um ambiente, não impede que um som cruze o
seu espaço de um lado ao outro. A nossa dificuldade em distinguir os sons é
meramente sensorial.
Quando sintonizamos um rádio a uma
determinada frequência de ondas eletromagnéticas, estamos restringindo a faixa
de frequência sobre a qual desejamos captar as vibrações. E mesmo que essas
ondas tenham propriedades semelhantes, quanto ao comprimento ou amplitude,
desde que tenham frequências diferentes, elas são capazes de cruzar o mesmo
espaço e interagirem entre si de forma harmoniosa.
E o que tudo isso tem a ver com as
supercordas? Absolutamente tudo! Pois, o nosso conceito de materialidade vem justamente
da impressão que nós temos, quando duas ou mais supercordas interagem entre si,
na mesma frequência. (lembrando que elas vibram em onze dimensões, e não apenas
em três dimensões, como estamos acostumados).
Portanto, se eu pudesse arbitrariamente mudar
a frequência das supercordas que compõem o meu corpo físico, ele simplesmente
desapareceria, pois ele deixaria de interagir com as supercordas desse universo
físico, ao qual pertencemos, e seria automaticamente enviado para outra
dimensão (paralela).
Tudo é vibração. Tudo é energia. Nossos pensamentos,
nossas formas-pensamentos, nossas emoções, nossa imaginação, nossas impressões e
crenças. Tudo tem peso, tudo é capaz de interagir com a matéria, basta se encaixar
na frequência adequada. Essa é outra propriedade interessante, sobre o nosso universo
mental. Por meio dele, e por meio de outras ferramentas, nós seríamos capazes de
acessar outras frequências que excedem o nosso espaço físico tridimensional.
Assim como podem existem outras frequências nas quais existem outros universos (que pertencem a outro espaço-tempo, paralelo ao nosso),
nós podemos regular os nossos instrumentos de sensibilidade para perceber outras
faixas de frequência.
A teoria das supercordas causou grande rebuliço,
justamente por esse caráter meio sobrenatural. Pois por meio dela, nós seriamos
capazes de especular (ou explicar) a existência de mundos espirituais, como realidades
que estão sob o véu da nossa realidade. Ocultos apenas pela nossa capacidade ou
não de notá-las.
O problema é que os nossos pensamentos e ideias
estão sempre interagindo em uma frequência distante da realidade. Eles provocam inegável
efeito sobre nossas vidas, mas cristalizam suas influências, na maior parte do tempo,
de forma que transpassa o nosso controle. É parte do trabalho do Mago dominar esse
processo de cristalização das ideias e transformar sua Vontade em Lei!
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