- Peguei essa florzinha no lixo!
Lohana fazia um bico de choro que era uma beleza. Todas as amigas de sua mãe, conhecida como Dona Glê, gargalhavam do seu jeito bonitinho de iniciar o choro fazendo bico.
Mas a menina não gostava, guardava aquilo sentidamente. Uma vez, no Teatro Municipal, ia ter uma apresentação de teatro da Igreja O Amor Vence. No intervalo entre os dois atos, Dona Glê se levantou e gritou:
- Quem aqui quer ver o talento de minha filha?
- Para com isso, mãe. Eu não quero.
- Seja besta, menina. Faz o que eu mando. Vamo, vamo.
Arrastou sua filha pra cima do palco. E quando sua filha estava lá, bradou debaixo.
- Fica de frente, xixilenta!
Lohana ficou de frente.
- Levanta a cabeça!
Lohana levantou a cabeça.
Dona Glê ficou de pé. Olhou a platéia.
- Eu catei essa menina no lixo!
Era automático. Lohana fez o biquinho. Amaldiçoou a si mesma, o efeito foi o mesmo de sempre. Todos gargalharam. O teatro quase veio abaixo.
Passou a não gostar mais da companhia de sua mãe, que buscava sempre oportunidades de provocar-lhe o beicinho.
- Quem aqui quer ver o talento de minha filha?
- Para com isso, mãe. Eu não quero.
- Seja besta, menina. Faz o que eu mando. Vamo, vamo.
Arrastou sua filha pra cima do palco. E quando sua filha estava lá, bradou debaixo.
- Fica de frente, xixilenta!
Lohana ficou de frente.
- Levanta a cabeça!
Lohana levantou a cabeça.
Dona Glê ficou de pé. Olhou a platéia.
- Eu catei essa menina no lixo!
Era automático. Lohana fez o biquinho. Amaldiçoou a si mesma, o efeito foi o mesmo de sempre. Todos gargalharam. O teatro quase veio abaixo.
Passou a não gostar mais da companhia de sua mãe, que buscava sempre oportunidades de provocar-lhe o beicinho.
É que passou a crer naquilo como verdade. Porém, não se sentia agradecida por tal ato magnânimo. Por que sua mãe não a deixara no lixo? Já que era uma criatura-resto. Melhor do que ser humilhada. Certo que a tirou do lixo, a vestiu, alimentou, por um tempo fingiu até que amou-a.
Dona Glê era uma mulher exibida, desbocada. Seu marido vivia deitado, vítima do alcoolismo e da diabete. Não falava mais coisa com coisa. E desforrava o seu sofrimento nos frágeis seres que estavam mais próximos. A filha era uma delas. De início, não notara. Mas depois que as amigas deram vazão a gargalhadas homéricas, Dona Glê se sentiu correspondida, e passou a repetir a brincadeira onde desse. Era só falar a palavra lixo que, automaticamente, Lohana fazia o bico mais provocador do mundo.
Seu avô, ao contrário da filha, achava Lohana uma criatura palaciana. Uma princesa de alabastro, com um sorriso de ouro. E também divulgava essa qualidade principesca pra todos quanto podia. Mas efeito maior fizera sobre Lohana o terror que sua mãe implantara. Além do mais, seu avô morava em outro estado. A força de seu elogio era fraca.
Teve uma ideia: pegaria todas as flores dos 7 vasos que sua mãe cuidadosamente separara numa prateleira da área de serviço, amassaria com cera quente durante bastante tempo. Quando achasse que estava no ponto, derramaria a maçaroca nos próprios ouvidos. Assim o fez. E o que foi incrível foi ela não ter manifestado um nadinha de voz. As lágrimas desciam pelas maçãs do rosto, porém. Agora sua mãe poderia dizer o que quisesse. Ela não faria mais beicinhos e as colegas e vizinhas de sua progenitora não ririam mais.
Sem entender por que, Lohana tinha esperança de que sua alma se transformasse num belo parque ajardinado, com flores rubras por todo o entorno.
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(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
(...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Além de estar legalmente amparada, a Liberdade de culto deve ser entendida como um direito universal e uma forma de respeito à individualidade e à liberdade de escolha.
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