quarta-feira, 1 de agosto de 2012

AS NERDS CONTRA-ATACAM


As nerds contra-atacam. Numa alternativa ao universo de superestrelas pop como Lady Gaga, Katy Perry e Rihanna, onde imagem é tudo, um emergente grupo de cantoras, instrumentistas e produtoras de música eletrônica começa, discretamente, a chamar a atenção. Enamoradas da tecnologia e conectadas da cabeça às unhas, elas estão saindo de seus estúdios caseiros com sons de virar a cabeça de qualquer um.

Independentes, articuladas e dando um toque feminino ao lema "faça você mesmo", artistas como Maria Minerva, Nite Jewel, Cooly G, Stellar OM Source, Sleep Over e Grimes, entre outras, evoluem em suas próprias batidas por minuto, com uma série de lançamentos que misturam, com frescor, gêneros como disco, techno, synthpop e dubstep. São os embalos de sábado à noite para a geração "The Big Bang Theory".

"Eu estudei música clássica desde pequena, começando pelo piano e passando pelo baixo acústico, mas só encontrei liberdade para me expressar na eletrônica e no som dos sintetizadores", conta a holandesa Christelle Gualdi, formada em Arquitetura e nome por trás do projeto Stellar OM Source, que acaba de lançar o EP "Image over image". "Nunca me intimidei pelas máquinas e pela tecnologia. Acho ridícula a ideia de que esse é um universo masculino. Tanto não é que, mesmo voando solo, acompanho com grande admiração o trabalho dessas outras novas artistas de eletrônica. Sinto um momento mágico no ar para todas nós".

Para Maria Minerva, é preciso superar algumas turbulências acadêmicas antes de decolar num céu de brigadeiro. Nascida na Estônia há 24 anos e radicada em Londres, ela tem que finalizar, até setembro, sua pós-graduação em História da Arte e no trabalho do compositor italiano Luciano Berio (1925-2003), um pioneiro da eletrônica, para poder, então, divulgar seu segundo disco, "Will hapiness find me?", que sai no mesmo mês, pelo selo independente americano Not Not Fun.

"Estou enlouquecida com tudo isso. Queria poder me dedicar ao disco, mas tenho a dissertação para acabar", conta ela, cujo nome real é Maria Juur.

"Depois, vou fazer tudo menos estudar. Terei shows na Austrália e depois nos Estados Unidos. Penso inclusive em passar um tempo em Nova York".

Seu som, classificado por um crítico do "New York Times" como "pop enevoado", começou a chamar a atenção no ano passado, com o lançamento do disco "Cabaret Cixous" (em homenagem à filósofa e feminista francesa Hélène Cixous). Todo composto, produzido, cantado e tocado por Maria em seu quarto, apenas com um teclado e um microfone acoplado ao computador, "Cabaret Cixous", com seu jeito enfumaçado e noturno, foi recebido com elogios por diversas publicações, da revista "Mixmag" ao próprio "NYT".

"Não tive pretensão alguma com esse disco, apenas quis me divertir. Ele tem esse clima noturno e meio lisérgico porque foi, de fato, todo gravado de madrugada, no meu quarto, tendo que sussurrar para não acordar os meus vizinhos", conta ela. "O novo disco ainda é lo-fi e psicodélico, mas com uma produção melhor. Gravei boa parte dele durante as férias que passei em Lisboa, no estúdio caseiro de uma amiga. Desta vez, pude cantar sem medo".

No começo do ano, Maria fez uma curta turnê pelos EUA ao lado de outra musa da eletrônica, a americana Nite Jewel (nome artístico de Ramona Gonzalez).

Como sua parceira europeia, Nite Jewel, que é formada em Filosofia, toca sintetizadores e canta, criando um som que costuma descrever como "líquido e cool". No seu novo disco, "One second of love", ela deixa de lado a paixão por fitas cassete, investindo num som um pouco mais produzido. "Gosto de contrariar a expectativa das pessoas. Desta vez, deixei meu lado pop aflorar, mas não muito. Ainda é um disco meio estranho", disse ela, em recente entrevista ao site da Red Bull Music Academy. "O título tem a ver com a nossa obsessão pela internet e a forma superficial como nos relacionamos".

O pop também foi subvertido no trabalho plugadíssimo da canadense Claire Boucher, mais conhecida como Grimes, cujo elogiado disco "Visions" foi lançado recentemente no Brasil pelo selo Lab 344.

O mesmo processo se deu com a inglesa Cooly G (Merrisa Campbell), produtora e DJ de dubstep, que incluiu um cover de "Trouble", do Coldplay, no seu disco de estreia, "Playing me", lançado pelo respeitado selo independente Hyperdub, repleto de batidas quebradas e linhas de baixo estrondosas. Para a americana Stefanie Franciotti, codinome artístico Sleep Over, as referências passam pelo som gótico do Cocteau Twins e pelas guitarras do grupo My Bloody Valentine, tudo digerido por sua voz eletronicamente modificada em baladas que parecem saídas de um filme dos anos 1980.

"Outro dia, antes de um show, um técnico de som veio me perguntar se eu sabia mesmo ligar os teclados e o computador e se não ia precisar de uma ajuda. Achei aquilo ridículo", conta Christelle. "Depois do show e de me ver tocando, ele veio pedir desculpas pelo preconceito".

FONTE: Novas cantoras pop são nerds e low profile - Caderno 3 - Diário do Nordeste
























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