terça-feira, 21 de agosto de 2012

O JORNAL DO NOVO AEON – N° II(11) – OS CULTOS SOMBRIOS


Aussik Aiwass, 718
A SUBSTÂNCIA PSICO-SEXUAL DA SOMBRA


Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.

A substância ou ‘tarot’ do plano astral é à base da magick e de todas as operações mágickas. A palavra ‘tarot’ é considerada por muitos ser de origem desconhecida e de duplo significado; ela tem sido associada quase exclusivamente com as curiosas cartas utilizadas na divinação e feitiçaria. Entretanto a palavra possui uma conotação mais extensa. Através de um método qabalístico de permutação conhecido como Temurah, a palavra ‘tarot’ significa ‘lei’ (tora)[1], ‘roda’ (rota), e ‘principio’ ou ‘essência’ (taro). Pode-se buscar sua derivação até o nome da antiga Deusa Egípcia Ta-Urt, que significa a Mãe das Revoluções, ou Ciclos do tempo.

Ela possui um tipo de lei periódica, e, por inferência, de duração ou eternidade. O tarot de algo é, portanto sua essência, sua natureza mais interna, seu princípio, a lei de seu ser. É neste sentido primordial que o termo ‘tarot’ é utilizado nesta série de artigos para Lança de Seth onde ele denota a natureza essencialmente sexual da anatomia oculta do homem.

Um olhar na figura ao lado mostrará como este tarot se conecta com as principais zonas de poder ocultas no organismo humano. É necessário ser familiarizado com este mapa dos marmas mágickos a fim de se compreender a natureza precisa da Sombra sobre a qual os Cultos aqui discutidos são em última análise baseados.

Além do mais, vale notar – embora seja nada sábio dar significância demasiada ao fato – que a soma total das letras[2] atribuídas a estes marmas é de 360, sugerindo o ciclo completo das forças eletro-magnéticas que circulam na anatomia astral do homem.

Começando a partir da cabeça e procedendo para baixo nós observamos, em primeiro lugar, o marma, chakra, ou roda da energia mágicka conhecida como ajnachakra[3].

Ele é geralmente conhecido como o ‘terceiro olho’, a sede da visão mística daquilo que não é visível; de outras dimensões e planos extraterrestres de existência. A letra qabalística para o ajnachakra é ayin, significando ‘um olho’[4].

Este órgão é também conhecido como o Olho de Shiva. Quando este olho se abre (i.e. quando este chakra ou lótus floresce) o mundo das aparências desaparece, revelando em seu lugar o substrato da Realidade sobre o qual é erigido o edifício da ilusão fenomênica. Como tal, o ajnachakra é o Olho da Luz da Pura Consciência[5], a qual no mágicko tarot Chinês – o Yî King – é simbolizado pelo trigrama Lî. Esta luz solar é equilibrada pela lua no próximo marma na escala descendente que está situado na base do cérebro, na parte de trás da cabeça.

Aleister Crowley observa[6] que este marma é a sede cerebral das energias sexuais no homem. A Qabalah Caldeia atribui a letra qoph a esta região, e seu valor numérico, 100, combina as iniciais P(hallus) e K(teis)[7] que são aqueles instrumentos mágickos empregados na criação da ilusão. O simbolismo da lua na Árvore da Vida abrange as funções sexuais, o foco Sephirótico lunar sendo Yesod, que significa ‘Fundação’, pois o mundo fenomenal é fundamentado na sexualidade.

A interpretação esotérica deste simbolismo lunar se tornará aparente no devido curso. A zona qoph é situada na região oposta à roda ou tarot conhecida como visuddhachakra, que tem afinidade com a Palavra e a vibração da Palavra, pois se encontra na região da garganta – ou sua contra parte sutil – onde a Palavra é feita carne através das vibrações sexuais que fluem de qoph. O trigrama Chinês Sun, representa o ar; neste caso os perfumes ou kalas do sopro criativo. Estes perfumes ou emanações, por sua vez, recebem o influxo do ajnachakra que é a cede da Vontade no homem. No ajnachakra se encontram os 15 kalas, e a sombra – ou reflexo – do 16º kala[8].

Este dois marmas, um na região do ‘terceiro olho’, o outro na zona qoph, formulam respectivamente a Vontade e a Palavra, ambos se fundem no visuddhacakra para pronunciar o Nome Inefável. Esta é a região dos ‘Gigantes’, o Nephilim, que procria pela Vontade apenas, cujo fato místico é relevante porque os números destes dois marmas – ayin e qoph – têm o valor de 170, o número da palavra Caldeia npil, significando ‘um gigante’. Também 170 é o número de itzo, ‘uma cama’, que ilumina o verso 66 do segundo capítulo do AL:
“Escreve, e encontra êxtase no escrito! Trabalhe, e seja nossa cama no trabalho. Vibre com o prazer de vida e morte! Ah! tua morte deverá ser bela: todo aquele que ver isto deverá estar satisfeito. Tua morte deverá ser o selo da promessa do nosso amor de longas eras.”

Pois é na zona qoph que a Vontade alcança sua apoteose morrendo para si mesma no próprio ato de dotar a Palavra com carne.

O trigrama Chinês correspondente à luz lunar de qoph é Khan. Os hexagramas resultantes da união do sol e lua são os dois últimos na série de 64 hexagramas que constituem o Livro das Mutações ou Yî King. Similarmente, o ajnachakra e os marmas qoph são os últimos das séries de zonas de poder na sutil anatomia humana[9].

Os próximos principais marmas se localizam nas palmas das mãos. As mãos são focos de intensas correntes de ojas ou poder mágicko. Na palma esquerda os ojas são negativos, passivos e femininos; na palma direita eles são positivos, ativos e masculinos. Quando as palmas estão em contato, como nos mudras de oração das mãos, existe uma troca e um livre influxo de energia entre os terminais gêmeos. O Adepto pode formar um circuito com uma corrente de vontade que varre através do seu corpo, limpando-o de larvas venenos acumulados. Ele também pode trazer para baixo os ojas a partir do ajnachakra e da zona qoph concentrando-os nas mãos direita e esquerda; através da alocação das palmas das mãos sobre certos marmas do corpo de outras pessoas, ele pode matar ou curar em apenas um toque. Quando o faz nos ritos que envolvem os ‘passes do transe ofidiano’, ele ativa a secretação de kalas na Sacerdotisa preparada para os ritos de magick sexual.

O valor numérico da palavra Caldeia para palma – kaph – é 20, o qual também é o número da palavra para mão (yod).

As duas palmas juntas, portanto, totalizam 40, um número que produz correspondências qabalísticas altamente significativas. 40 é o número de Gval, significando ‘libertador’. Este é um título de Yesod, a zona de poder lunar e especificamente sexual na Árvore da Vida. A conexão entre estas ideias é evidente; a palma (ou mão) do libertador da energia sexual é o Sacerdote ou Sacerdotisa durante os ritos sagrados. Na atividade sexual profana a conexão não é menos óbvia. 40 é o número de Id IHVH, a Mão do Eterno, também de mem, a água mística, sangue ou vinho que é retirado pela mão no rito que envolve a Sacerdotisa em sua fase lunar. A combinação destas ideias revela a importância mágicka da mão, e particularmente a palma.

A palma é utilizada principalmente para despertar os marmas em seu próprio corpo ou no corpo de outra pessoa.

Quando o Adepto estimula as sutis zonas de poder no corpo de uma Sacerdotisa especialmente preparada, precipita a Serpente de Fogo[10] em determinados níveis ou dimensões correspondentes àquelas de suas manipulações. Por este método, o Sacerdote pode estimular a Kundalini de sua morada na base da espinha para quaisquer marmas que ele possa escolher. Quando ela se eleva ao ajnachakra a mulher então se torna uma Sacerdotisa inspirada, uma vidente ou oráculo sagrado dotada com clarividência; ela é capaz de acessar qualquer evento astrológico sendo capaz de ver tanto o passado quanto o futuro. No Culto Kaula do Caminho da Mão Esquerda, onde a adoração da Deusa é desempenhada exclusivamente no nível do muladharachakra[11], a Sacerdotisa, após concentrar os ojas na palma de sua mão esquerda, eleva a Serpente de Fogo e, não levando-a para cima da espinha, vê clarividentemente com seu útero. Ela assim o faz durante o período do catamênio, quando as forças astrais são capazes de assumir formas quase tangíveis a partir dos eflúvios emanados de suas vibrações vaginais. Crowley faz alusão a estes fenômenos em seu comentário sobre a palavra qoph[12]: “A letra Hebraica Qoph representa o [...] útero selado a noite; o útero ‘vê coisas’ no glamour do transtorno fisiológico enquanto o Sol se esconde”.

A sede da Serpente de Fogo está na vulva que é – por assim dizer – o segundo olho. Ela é representada no sistema Chinês pelo trigrama Khwan, e os kalas ou eflúvios de seu olho são representados pelo trigrama Tui. Este olho também é ayin[13] cujo número, 70, representa o aspecto material de sete, o número da Deusa Primordial[14].

Entre outras correspondências estão as palavras LIL, significando noite, e SVD, significando ‘o Secreto’[15] também um divã ou acento, o Deus Seth, um baú sagrado, arca, caixa ou sarcófago, todos conceitos que evocam a idéia de morte e, misticamente, vida na morte. Ainda, no AL, a palavra Khabs (ChBs, uma estrela, 70) é descrita como o “nome de minha Casa”, significando que a Estrela é o nome da morada da Serpente de Fogo. Isso é assim, pois, a Estrela é a Estrela de ShT ou Seth[16].

No AL está escrito: “O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs. Reverenciai então o Khabs, e veja minha luz vertida sobre vós!” A Deusa está falando ao Sacerdote que a Estrela se encontra no local do poder mágicko (i.e. a fila ou rabo da Deusa), não vice versa; uma exortação para adorar a Estrela, Seth, i.e. despertar a Serpente de Fogo de maneira que a luz da Deusa banhe o Sacerdote “em um perfume de
doce-cheiro de suor”
[17].

Finalmente, 70 é o número de IIN, significando ‘vinho’, o fluído inebriante do qual está escrito: “Para reverenciar-me tomai vinho e estranhas drogas.” Vinho é assimilado ao simbolismo dos kalas ou emanações ofidianas que são geradas e tornam-se vibrantes pela invocação mágicka da Serpente de Fogo[18[.

O svd ou ‘secreto’ olho é o órgão misterioso sobre o qual muitas alusões secretas aparecem na literatura ocultista; ele é usualmente associado com mistérios abomináveis, bruxaria e feitiçaria. Este olho é feminino e é representado pelo anus do bode, pois Capricórnio é o glifo astrológico da Mulher Escarlate quando ela é utilizada no Rito para constituir o poder mágicko sobre os planos internos. Ele é representado pelo trigrama Chinês Kan. Éliphas Lévi se refere a esta fórmula em seu Magia Transcendental, e Crowley – talvez mais do que qualquer outro magista – usava-a repetidamente[19].

Quando aplicado ao macho, a fórmula é degradada em magia negra e é condenada pelos tântricos apesar de sua utilização bastante difundida entre os Árabes e Gregos da antiguidade sugira que seu valor como uma fórmula de prática mágicka seja tão intensa que nenhum remorso é sentido em empregá-la. A interpretação correta deste ‘vaso não mencionável’ – como Crowley o chama em seu Rex De Arte Regia – é, como eu expliquei em meu artigo O Vinho Sabático & o Graal do Diabo[20], a vulva da Sacerdotisa em sua fase lunar, e sua fórmula é a da materialização conectada ao XIº O.T.O.; daí sua conexão com o elemento Terra, pois sua fórmula ‘aterra’ ou reífica a corrente nos fenômenos tangíveis.

O último marma corpóreo importante está associado com o elemento Fogo; seja o Fogo da Deusa no calor sexual, ou aquela energia oculta e vulcânica que é o glifo da letra mais sagrada do alfabeto qabalístico – yod – o número 10.

Yod é o ponto ou bindu criado pela fusão do falo (I) com a kteis (O): daí 10. O trigrama Chinês correspondendo ao elemento Fogo é Kan[21].

O tarot sexual do ser humano completo assim forma a cruz qabalística das quatro direções que é também o círculo, pois a numeração total das letras dos marmas
é 360[22] o número de graus em um círculo. A cruz das quatro direções era um símbolo – nos primeiros cultos – de um lugar de intercessão entre o Espírito e a Matéria. Ela é o emblema de Baron Samedhi, de Maître Carrefour, o Senhor das Encruzilhadas e Deus dos Mortos, que tem de ser invocado antes que se possa adentrar ao mundo dos espíritos[23].

Este esquema de tarots sexuais compreende também os oito trigramas que formam, por permutação, os – 8 x 8 (64) – hexagramas do mais antigo sistema Chinês de magia. O corpo humano é assim um compendio de, e a base para, todos os principais sistemas ocultos, bem como sendo a substância da sombra na qual o mundo do ser fenomenal parece se submeter à sua transformação sem fim.

Existe ao todo 16 tattwas ou tarots astro-sexuais – 8 no organismo feminino e 8 no masculino – e eles formam o padrão-tattwa básico, o qual junto a suas contra-partes etéricas formam os 32 tarots. Essas são as zonas de poder ocultas primordiais a partir de onde foi fundado o esquema da Árvore da Vida qabalística com seus 32 Caminhos, e, muitas eras antes, os 64[24] Fa ou princípios do misticismo Chinês, que são identificados com os hexagramas do YÎ King.

O padrão-tarot mais perfeito para os propósitos mágickos, contudo, é o esquema qabalístico Caldeu que compreende os 10 Sephiroth ou zonas de poder cósmico com seus 22 raios ou caminhos que vão para dentro das profundezas da consciência humana unindo cada centro individual com sua estrela companheira por uma rede infinitamente ramificada de vibrações astro-magneticas. Os 10 Sephiroth representam as zonas de poder cósmica e planetária, sedes de poder que transmitem a influência das regiões transplutonianas veladas pelo triplo véu do Negativo: Ain, Ain Soph e Ain Soph Aur, que são o Nada, Ausência-de-Limites e Luz-sem-Limites (a LVX dos Gnósticos).

As zonas de poder planetárias são Plutão, Netuno, Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Mercúrio, Vênus, e Lua.

Cada uma possui seu raio primêvo, kala, ou influência mágicka, cada uma sendo radiante. Várias formas divinas são atribuídas a estes assentos de poder: Harpocrates ou Nuit para Ain; Hadit ou Seth a Plutão; Dagon ou Nodens a Netuno; Choronzon[25] a Urano; Maut ou Isis a Saturno; Amoun a Júpiter; Horus a Marte; Asar ou Ra ao Sol; Hathor a Vênus; Anúbis a Mercúrio; e Shu a Lua.

Os 22 kalas, raios ou caminhos são projeções ou veículos das energias cósmicas na rede psico-sexual do corpo humano. Eles não apenas transmitem o Kala Primordial dos aethyrs transplutonianos, mas são eles próprios formas deste kala que, passando através do prisma de uma zona de poder particular condensa e irradia sua influência para dentro de uma aura sutil da terra. Para cada caminho ou raio é designado um valor qabalístico e um signo elemental ou estelar. O undécimo caminho[26], que é de particular importância na presente era, é atribuída ao elemento Ar[27] ou Espaço e a letra Aleph. Este kala é simbolizado pela águia bicéfala, símbolo do Espírito Santo. Ele é o caminho da Criança – Hoor-paar-Kraat – o Bebê no Ovo. Sua atribuição elemental é o akasha, ou Espírito, o ovo negro que é tipificado por um crocodilo, Sebek, que o liga com o kala de Seth.

O 12º kala é o Caminho do Magus regido por Mercúrio e simbolizado pelo Falo. Ele representa a base fluídica de todas as formas de transmissão e seu símbolo qabalístico é beth e a Baqueta do magista. Ele é atribuído ao Mensageiro, e o cinocéfalo ou macaco de Thoth é seu símbolo cognato.

O 13º kala é o da Virgem, a Alta Sacerdotisa que tem afinidade especial com a lua e com as essências contidas nas irradiações lunares da fêmea. É a esfera da Isis não-desperta (i.e. encantada ou adormecida), ou de Artemis, a Caçadora, com seus cães[28].

O 14º kala, representado pelo elemento alquímico sal, é o da Grande Mãe e sua prole. Ele representa a Esposa, a continuidade da vida e herança do sangue que une todas as formas de natureza. A Águia Branca tipifica o sal alquímico, a tintura branca da natureza da prata. Sua atribuição qabalística é daleth, significando ‘uma porta’, o orifício vaginal da Esposa como símbolo de toda vida manifesta. Sua influência cósmica é venusiana.

O 15º kala, hé, é também atribuído à Mãe e à estrela de cinco pontas da reprodução física: o duplo sangue da Mãe representado pelo glifo de Aquário com sua dupla corrente gêmea do fluido que dá a vida. Nos antigos sistemas de iniciação do prévio aeon, este kala fora atribuído ao Legislador que representa o elemento alquímico enxofre. O legislador agora, contudo, é atribuído ao 28º raio. É significativo que Aquário, o complexo estelar simbólico das correntes gêmeas da energia místico-mágicka no homem ligue, não as Esferas de Yesod e Netzach (Lua e Vênus) como anteriormente, mas a Esfera do Zodíaco (Chokmah) e o Filho-Sol (Tiphereth), assim produzindo a chave da fórmula deste Aeon. Ela não é o raio venusiano limitado que se encontra unido à ilusão da lua e bruxaria para produzir o glamour da existência objetiva; mas a mistura perfeita da corrente estelar representada por Chokmah, com a consciência fálico-solar no homem.
Em outras palavras, o influxo de energias estelares provindas de fontes além do sistema solar está iluminando o Sol de nosso sistema, que não é outro senão Ra-Hoor-Khuit, a Criança Coroada e Conquistadora, o Horus Triunfante.

O próximo raio carrega estas energias de Chokmah a Chesed via o Filho-Sacerdote, tipificado por Touro. Chesed é o veículo de Júpiter o ‘Rei’, assim indicando que a regra da Criança ou Filho-Sacerdote está para ser estabelecida no atual aeon. O raio complementar àquele de Aquário é caracterizado pelos gêmeos – Seth-Horus – regidos pelas energias de zain, a Espada[29].

Os poderes gêmeos do 15º kala são, portanto, perfeitamente equilibradas pelos ‘gêmeos’: o 17º kala através do veículo do Alto Sacerdote, o 16º kala. Aqui se encontra o dilema do sistema de kalas como manifestado na presente Era de Aquário, e a chave para a fórmula mística do Aeon de Horus como representada no Culto de Crowley, ‘Amor sob
Vontade’[30].

O 16º kala é o supremo e final kala no antigo sistema tântrico. Ele é a culminação do 15°, que era conhecido na Acádia como Ishtar, a Deusa 15[31].

Os kalas eram expressos por e através da Deusa na forma da virgem ou Sacerdotisa não-desperta[32] em sua fase oracular. No Aeon de Isis, mesmo como hoje no Aeon de Horus, a Mãe ainda representa o 15º kala sob a forma das essências duais da vida representada pelo signo de Aquário.

Os kalas místicos do Círculo Kaula floresciam no período da lua cheia, i.e. quando a Sacerdotisa assumia sua fase lunar ou oracular. Isso representa a consciência estelar em sua fase lunar sob o domínio de Peixes, que regia a fórmula do aeon anterior. Agora, no Aeon de Horus, é seu ‘filho’ – o Alto Sacerdote – que invoca os kalas de Nuit via a Mulher cingida com a espada, a Mulher grávida com os gêmeos que dão voz ao oráculo dos poderosos deuses[33].

A ênfase está sobre a intervenção do macho, não como o Pai – Osíris – como no aeon anterior, mas como o filho ou criança, Horus. O 16° kala é, portanto, o eixo ao redor do qual todo o sistema de estrelas ou essências gira, e os outros 16 que compõem o sistema de 32 Caminhos são reflexos destes 16 em vários graus de energia dirigida para fora.

A Virgem, a Prostituta e a Mãe são representadas pelos 13°, 14° e 15° kalas respectivamente; no 16º kala, estes três aspectos da fórmula feminina são agrupados e invocados pelo Filho-Sacerdote representado pela Besta (i.e. Touro).

No simbolismo Egípcio antigo, Touro – o ‘touro’ da mãe – não era somente o seu consorte, ele também era seu filho (Horus), e seu irmão gêmeo – Seth – estava oculto dentro dele: “Pois duas coisas estão feitas e uma terceira coisa se inicia. Isis e Osíris cederam ao incesto e ao adultério. Horus salta triplamente armado do ventre de sua mãe. Harpocrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é a sua aliança sagrada, que ele deverá exibir no grande dia de M.A.A.T., que está sendo interpretada o Mestre do Templo da A∴A∴, cujo nome é Verdade.”[34]

Essa passagem contém toda a doutrina do Novo Aeon, mesmo para a adumbração do futuro Aeon de Maat que segue a presente era[35].

O 18º Caminho ou Raio é simbolizado pela letra cheth que possui a numeração oito; ela representa o mais elevado, o cume dos processos misteriosos que a precederam.

Este kala está sob a égide de Câncer – o Poder Criativo primêvo – que equilibra, do lado esquerdo da Árvore, o kala do Alto Sacerdote, do lado direito. Este Poder primêvo está ligado diretamente com o Alto Sacerdote pelo Caminho recíproco, 19, que é para o Sacerdote o que o 14° kala é para Sacerdotisa.

O 19° raio é tipificado pelo Leão-Serpente, teth, o poder solar-fálico que contrabalança o simbolismo da Porta-Daleth da Sacerdotisa. A combinação da Besta, na forma do Leão-Serpente, com a Sacerdotisa ou Prostituta – o portal venusiano – gera a semente secreta representada por Virgem, o eremita, o espermatozóide que é a essência do 20º kala.

Isso confere ao Sacerdote o título de Pai-de-Todos, Três-em-um, representado por Júpiter, o Rei que preside o 21º kala. Assim a Força Venusiana é realizada no Caminho do Equilíbrio (Libra). Isso possui um significado especial nos Cultos do Novo Aeon, pois a letra L é o glifo secreto deste kala, e, junto com Aleph (o undécimo kala que é o primeiro) constitui AL, o número chave – 31 – d’O Livro da Lei, o Grimório ou equirídio mágicko do Novo Aeon.

Imediatamente após este estágio crítico no rito o Sacerdote é morto na ‘água’, ou sangue, do 23° kala. Lá ele se submete à transformação tipificada por Escorpião no 24° Caminho. Escorpião é associado com as energias sexuais no corpo humano, e ele é por virtude do aparelho sexual da fêmea – representada pelo Dragão da Corrupção (Escorpião) – a ligação entre o Sol (Tiphereth) e a Lua (Yesod) efetivada pelo 25° kala.

Tiphereth é a consciência solar; Yesod, a lunar: é a conjunção fálico-solar, masculino-feminino, das zonas de poder que cria as condições de total manifestação representadas pelo Bode, Capricórnio, que rege o 26º kala. Esta é a Besta do Tarot Egípcio representada pelo ou como ‘o Diabo’, Baphomet, o simbolismo cujo ‘olho secreto’ foi explanado. Capricórnio é também o totem zoomórfico da Mulher Escarlate e o “símbolo daquela força gigantesca cuja cor é escarlate, e que possui afinidade com Capricórnio, ou Babalon.”[36]

O comentário esotérico sobre o simbolismo do Bode em relação a fórmula da Mulher Escarlate
é encontrado na Tradição Tântrica onde o bode é sagrado para Kali, cujo talismã é o sangue. Este kala possui afinidades importantes com o ciclo lunar e ele se manifesta através da Sacerdotisa no período da ocultação do sol, daí o simbolismo do ‘cego’ ou olho oculto. Ele é o raio sanguíneo que forma a base do 27º kala, que é dominado por Marte, um deus que era relacionado originalmente com o derramamento de sangue na violação sexual[37] e o sangue denotando o tempo – ou ‘rito’ – certo para cópula mágicka. A mais recente associação de Marte com a guerra, e com sangue derramado na violência, foi feita por aqueles que falharam em compreender a natureza dos mistérios primitivos.

O 28° raio é atribuído a Áries, o Legislador, kala onipotente representado na Alquimia pela Tintura Vermelha, o elemento ígneo do cosmos cujo elemento enxofre, tipifica o metal que é da natureza do ouro. O 28º kala é assim o complemento do kala da Prostituta ou Sacerdotisa – o 14º kala Venusiano – e da Águia Branca dos Alquimistas que representa a continuidade da vida e herança de sangue que une todas as formas de natureza: a Tintura Branca da natureza da prata. O Legislador originalmente tipificava o 15º kala que está agora sob a égide da Estrela Seth-Isis[38], conforme já explicado. O poder do Legislador flui diretamente sobre a Esfera de Malkuth, o Reino da Terra, e o 10º kala que encobre os elementos transplutonianos do primeiro kala, Kether. O veículo ou mênstruo da energia do Legislador é o 29º kala, sob a égide de qoph, a vibração pisciana discutida previamente em conexão com as energias psico-sexuais na base do cerebelo. Ele é presidido pela Lua e por Libra – o 30º kala – que é principalmente solar, embora com subtons mercuriais e lunares.

O 31º kala é especialmente relevante para o simbolismo do Novo Aeon. Ele é o Caminho da Serpente de Fogo e do Espírito da Flama que liga a zona de poder de Mercúrio – a energia geradora masculina – com aquela da Terra (o 10° kala ou muladharachakra) que é a morada material da Serpente de Fogo, assim como Yesod (o 9º kala ou swadisthanachakra) é a morada astral da Serpente de Fogo. 31 é o número do AL, a chave d’O Livro da Lei, e de 93, a fórmula mágicka suprema de Thelema (Amor sob Vontade). Inversamente, AL (significando ‘Deus’) é LA (significando ‘Não’ ou Nuit) e seu número 31, também inversamente, se torna 13, o número da Unidade e da Virgem ou Sacerdotisa encantada.

O 31º kala liga a Serpente de Fogo com as zonas de poder cósmico através do veículo da Alta Sacerdotisa que inverte a corrente mágicka, i.e. eleva a Serpente de Fogo para as esferas de irradiação transplutonianas antes de inundar a terra – o ‘Reino’ ou Malkuth – com a luz da Consciência Cósmica.

O estágio final de toda essa fórmula complexa de kalas é realizado, ou ‘aterrado’, no 32º kala, que é a projeção completa em termos materiais do 16º kala que ele dobra ou reflete. Ele é na verdade a projeção da ‘Pedra’ da qual os Alquimistas falavam. O todo é resumido no glifo do Tau, ou Signo da Cruz, sendo este o Ponto de Retorno para Fonte do Todo.

Tau é o Sigilo do Deus Seth, cuja fórmula agora se encontra completamente explanada. A explicação precedente, por longa que ela tenha sido, explica o uso da Árvore da Vida como um instrumento mágicko e como um mapa vivo dos kalas cósmicos fluindo para dentro do sistema solar de além dos véus de Ain; dos vazios além do espaço. As ligações e inter-relações destas influências cósmicas podem ser aprendidas por referência a oito marmas ou zonas de poder no corpo humano e os 16 kalas que eles geram; também pelos 32 (4 x 8) tarots astrais da Árvore da Vida não menos do que pelos 64 (8 x 8) Fa do Yî King Chinês. No sistema tântrico uma analogia aos kalas na Árvore pode ser percebido no Yantra da Deusa Dakshinakalika, onde os 15 passos de sua yoni representam os kalas lunares que culminam no bindu central, o 16º kala[39].


A Árvore da Vida em sua forma esquemática representa a complexidade glanglionar da anatomia psico-sexual do homem com particular referência ao sistema endócrino e suas secreções. Os Iniciados têm por muitas eras sido conscientes que este sistema tem uma afinidade sutil com os chakras referidos pelos antigos Hindus e Chineses, por videntes que eram capazes de ver de forma clarividente – pelo uso do ajnachakra – a rede cintilante de brilho que atravessava através das massas mais densas de sua contra-parte física espectral. Dion Fortune enfatizava esta analogia; em sua novela, A Sacerdotisa da Lua, ela explica os processos da magick sexual através da atividade polarizada das secreções glandulares. O sistema endócrino no microscosmo, portanto, espelha os marmas e sandhis macrocosmicos que existem em dimensões extrafísicas e não-espaciais. A Árvore da Vida, neste sentido, se torna um instrumento esotérico que delineia a transmissão de energias cósmicas, sua condensação e estocagem nas zonas de poder planetárias (i.e. os Sephiroth), os quais, por sua vez, agem como radiadores prismáticos através dos quais os kalas das zonas são irradiados para distribuição por toda anatomia oculta do homem.

É essencial ter em mente a utilização dinâmica e mágicka da Árvore designando para os Sephiroth e Caminhos as várias fórmulas dos arcanos taróticos. Os desenhos dos Atus, p.e., são delineações do fluxo interno e externo de energias cósmicas e sua inter-relação com o ‘espelho mágicko’ dos invólucros psico-sexuais do homem.

Isto é particularmente evidente nos desenhos de Crowley onde o simbolismo é patentemente de uma natureza alquímica e psico-sexual. A utilização da Árvore meramente como um ‘armário de arquivos’ ou algum sistema estático similar de referência, é contrário à toda tradição esotérica, contudo essa atitude é adotada por todos, exceto alguns dos assim chamados cultos iniciados que trabalham com estas correntes hoje em dia. Nas eras passadas, assim como nos Cultos Tântricos da Índia, China e Mongólia, bem como nos Cultos Draconianos do Egito, a Árvore existia – não necessariamente na forma a qual nós a conhecemos hoje – mas sim como vevés secretos dos cultos Africanos, os yantras do Tantra Indiano, não menos do que os símbolos Fa dos antigos Chineses que chegaram até nos como os 8 trigramas e 64 hexagramas do Yî King. Ela é a inter-relação das forças macrocosmicas e microcosmicas, e o ramificante curso destas forças através da anatomia sutil do corpo humano, que sub-jaz os glifos tradicionais dos Mistérios agora amplamente estilizados a tal grau que seu verdadeiro significado tem sido efetivamente ocultado de toda massa, exceto aos Iniciados. É largamente devido ao trabalho de Adeptos como Aleister Crowley, Dion Fortune, Austin Spare, Michael Bertiaux, Kenneth Grant e a continuação de seu trabalho nos cultos fundados ou inspirados por eles que a tradição oculta genuína não foi completamente perdida para o mundo Ocidental.

Por outro lado, o uso puramente passivo da Árvore da Vida mostra seu valor ao iluminar a natureza de cultos antigos e sua relação com suas manifestações no tempo atual.

Isso se tornará aparente quando nós considerarmos os cultos Africanos[40] primêvos dos quais o Vodu e o Obeah emergiram se tornando geradores completamente eficientes de energia mágicka.
Amor é a lei, amor sob vontade.

A
USSIK
A
IWASS,
718 U X°
O.H.O. da O.T.O.


IMPREGNAÇÃO DO OBJETIVO[41] NO AMBIENTE ASTRAL


Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.

Magos do passado presente e futuro sempre tiveram, como objetivo, conseguir impregnar o astral de tal maneira que suas consecuções pudessem ser efetivadas no plano da matéria. Em si é esse todo o trabalho da Magick. Para aqueles que puderam estudar meus apontamentos nos textos que batizei como Revelações de Lam, o que aqui agora é apresentado nada mais é do que uma continuação do material divulgado naqueles estudos.

Por deveras vezes Magistas de toda parte do mundo sentem-se, vez ou outra, um estado de perda que é muito significativo. Isso porque ele nos revela o que realmente precisamos em nossa busca pelo desconhecido.

Sentimentos como decepção com o caminho, ou muitas vezes decepção para consigo mesmo por não ser o Magista que gostaria e ainda, tristeza por não conseguir deixar de lado aquilo que dana sua busca, faz com que o Estudante volte-se cada vez mais para seu interior ou se aborreça de tal maneira que todo o processo já estabelecido é deixado de lado. É nestas horas que a força da Espada de Horus deve ser a lâmina que corta a dualidade. Mas é isso que Ele faz, dissipa esse estado de letargia que contamina nosso caminho.

É claro que, no mundo em que vivemos, qualquer pessoa tem a tendência de “reclamar” de todas as circunstâncias em sua vida que não estão em concordância com os padrões já previamente estabelecidos por nós mesmos ou pela sociedade – o que é mais comum. Tais reclamações são sempre carregadas de exagero, uma vez que moldam as situações vistas somente por um prisma. Nestes casos duas hipóteses sempre aparecem: (i) Karma; ou (ii) vontade do Deus todo Poderoso. Todavia, deve ser dito que isso não ocorre na realidade porque tudo o que vivemos e passamos é somente por nossa culpa. Talvez o termo culpa seja um pouco denso para esse contexto. Então podemos dizer que tudo o que nos acontece é dessa maneira porque estamos programados para tal. Assim, é válido dizer que somos aquilo que queremos ser e que pensamos ser.

Como citei acima, estamos programados. Desde pequenos vivemos o conceito alheio. Nossos pais nos moldam dentro de uma religião morta e sem fundamentos que comprovem sua existência. Então é claro que não vivemos com nosso próprio Deus e sim com o Deus dos outros. Portanto, se é que realmente queremos partir em busca daquele Deus Interno único e verdadeiro que somente nos compete, nada mais adequado que negarmos o Deus ou Deuses das outras pessoas. Pensemos: como será nosso Deus? Quais a Qualidades que esse Deus possui e o que você faz por ele? Você dá algo a Ele em troca de sua benevolência? Chamemos então essas suas respostas de Deus “A”. Agora respondam a si mesmos: Como você gostaria que seu Deus fosse? O que você teria de dar a Ele para que pudesse realizar, efetivamente, seus pedidos? Chamemos suas respostas de Deus “B”. Agora vou apresentar a vocês o Deus “C”: Ele não pede nada a você, simplesmente quer que você seja o que é, que siga sua vontade e os poderes de sua natureza. Ele lhe dá tudo o que você necessita e na hora em que você necessita. E melhor ainda, você não precisa de invocações e conjuros extensos para que ele realize todos os seus desejos. Basta chamá-lo e ele vira.

Analise agora todos os Deuses, “A, B, C”. O que você tem a dizer de cada um deles? Se observar as suas respostas notará que o Deus que pensa amar é o Deus que outras pessoas lhe ensinaram a amar e não aquele que brotou lá do fundo de suas aspirações. Essa pequena dissertação sobre Deus somente nos serviu para provar que a vida que vivemos é falsa, assim como o Deus que adoramos. Então, o verdadeiro Magista tem de enxergar que deve, acima de tudo, ter sua independência mágicka e parar de viver de acordo com a vontade da sociedade. É por isso que Crowley escreveu Líber Oz, para ajudar o Magista a viver por sua própria Lei, pois do contrário, ele jamais poderia descobrir sua verdadeira natureza e por consequência jamais descobriria sua Verdadeira Vontade. Como havia enfatizado acima, o ser humano é aquilo que ele pensa ser, portanto, se ele vive a reclamar pelos cantos sua mísera condição, ele será assim para sempre. Mas por quê? Basta buscarmos nos textos Revelações de Lam. Ora, o inconsciente de qualquer pessoa é o agente mágicko, ou seja, ele apenas faz aquilo que foi programado para fazer, não reconhecendo bem ou mal e muito menos as circunstâncias ou conseqüências – isso, é claro, levando em consideração o código de crença de cada pessoa. Ou seja, o inconsciente jamais fará algo que vá contra o seu código de crença, aquele que foi programado para seguir.

Esse tema é de suma importância para a prática da Mágick porque ele é aquele sabotador das fórmulas mágickas que anteriormente chamei de consciência de pecado.

Então, para finalizar essa parte do texto podemos dizer que se o Magista reprogramar todo seu código de crenças em concordância com seus objetivos mágickos irá impregnar o astral com sua vontade. Então os resultados de sua prática mágicka começarão a ser concretizados no plano da matéria.

Ainda é importante enfatizar, embora esse não seja o objetivo do texto, que não somente o Magista impregnará o astral com sua vontade, mas se a reprogramação for feita em todos os níveis da vida em comum, ele será próspero em todos os sentidos porque ele agora é, não mais pensa que é ou que pode fazer, ele é e pode fazer!

Agora então falemos de um procedimento ou ferramenta para essa impregnação astral. É o sigilo. O sigilo pode impregnar o astral de tal forma que à vontade do Magista é registrada com brasas na essência protoplasmática do astral.

O sigilo, em todos os efeitos deve ser um mito, deve conter uma história, a história de sua vontade. Existem várias maneiras de se preparar o sigilo tal qual a forma aqui apresentada. Agora só mencionarei a primeira maneira.
(i) Primeiro conseguiremos um caderno com folhas negras e uma caneta prata.
(ii) Segundo conseguiremos uma série de revistas velhas.
(iii) Com a revista, recortamos fotos que têm haver com o objetivo de nosso sigilo. Assim, essas fotos devem ser coladas no caderno de forma equilibrada. Então uma história será montada, a história do sigilo. Por exemplo, se o objetivo do sigilo são ganhos financeiros, você colará na revista fotos que têm haver com esse objetivo.
(iv) Após o caderno estar preparado e a história estiver toda formada, você entrará em seu Templo e repassará ela, do consciente ao subconsciente 21 vezes para que ela se fixe. Após isso, use um exaltador de consciência e repasse novamente a história – se não houver nenhum exaltador, use a hipnose ou a meditação semente da G.D. Viva toda a história dramaticamente, se exalte, chore e se emocione. No momento do êxtase final de suas consecuções, você deverá tirar uma foto pensamento desse êxtase. Essa foto será a representação de todo o contexto. Após isso, imediatamente desenhe um sigilo e o implante no inconsciente de maneira que a partir daquele momento ele representa toda a história. Então cada vez que você utilizar aquele sigilo, o inconsciente colocará em movimento aquela história criada e vivida por você. Agora é necessário que você ponha o sigilo em utilização, ou seja, coloque-o em movimento para efetivar sua vontade mágicka.

Nós sabemos que para acessarmos nosso inconsciente há sete portas, os sete chakras. Então, como bons Thelemitas que somos, usaremos o muladharachakra. Para usarmos essa porta necessitamos da magick sexual. Agora basta saber qual o procedimento que será usado, do VII° ao XI°. Quem o souber assim fará, mas aconselho, nestes casos, a operação do IX° O.T.O.

Após a utilização do processo sexual, o Magista então deve dar fim ao sigilo para que ele esteja trabalhando no plano astral em favor daqueles objetivos traçados.

Geralmente ele é queimado. Todavia, eu gosto de dar a ele mais uma função. Ao invés de queima-lo, dou vida a ele, crio um Golem dando nome a ele, uma vez que já defini o objetivo e usei um condensador fluídico poderosíssimo que é a matéria-prima resultante das práticas que envolvem o IX° O.T.O.

Assim, com um só sigilo consegui que dois atos mágickos trabalhem para mim, de duas maneiras diferentes. Duas energias impregnando o mesmo objetivo.
Amor é a lei, amor sob vontade.


A
USSIK
A
IWASS,
718 U X°
O.H.O. da O.T.O.
Satvrnvs Publishing Ltd.
Órgão Oficial de Divulgação da O.T.O. Draconiana
A Lança de Seth vol. II, no. 11, Setembro de 2004 E.V.; Publicado por Satvrnvs Publishing Ltd., 30 exemplares. Órgão Oficial de Divulgação da Ordo Templi Orientis (O.T.O.) Copyright © 2004 Satvrnvs Publishing Ltd.
Editores: Antônio Uzcategui, Roberto Tavares & Karen K. Lima.
Editorial: Interessados favor escrever para: Satvrnvs Publishing Ltd.|A Lança de Seth – Caixa Postal 666, centro, Juiz de Fora – Minas Gerais.
Cep: 36001 970.
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Visite o site: www.otodraconiana.com.br
Fotos: Passes do Transe Ofidiano:
Fr. Aussik Aiwass, 718 U Xº O.T.O. & Sor. Tanith, 789 U IX° O.T.O.


[1]
Os Taumudistas equiparam Torah com Kether, o consorte de Ain Soph.
[2]
i.e. as letras do alfabeto qabalístico ou Caldeu.
[3]
Termos Sânscritos são aqui utilizados para denotar as zonas de poder sutis no corpo mágicko por causa de seu uso geralmente aceito entre os ocultistas Ocidentais.
[4]
Seu valor numérico é 70.
[5]
Ain ou Ain Siph, o Olho do Infinito, simbolizado pela visão solar; o Olho de Ra.
[6]
Magick em Teoria & Prática (Crowley), Satvrnvs Publishing Ltd, 2004.
[7]
P=80; K=20; total, 100=qoph, o número da ilusão.
[8]
Veja A Lança de Seth vol. II, nos. 3 & 7.
[9]
O lótus cósmico de mil pétalas (sahasrarachakra), sendo extrabiológico, não forma um dos marmas deste tarot psico-sexual.
[10]
A Serpente de Fogo é representada pelos glifos qabalístico das letras shin (atribuída ao Fogo) e teth (a Serpente), que unidos formam ShT, Seth, o Deus ou poder desta zona transsexual.
[11]
A sede da Serpente de Fogo é a sétima zona de poder da força mágicka no organismo humano.
[12]
Veja 777 and other Qabalistic Writings (Crowley).
[13]
Note a similaridade entre as palavras para ‘olho’: ajna, ayin e yoni.
[14]
O número dela é sete porque ela foi originalmente tipificada pelas sete estrelas da Ursa Maior. Veja A Lança de Seth vol. II, no. 1.
A sede da Serpente de Fogo é a sétima zona de poder no tarot psico-sexual do organismo humano.
[15]
Veja A lança de Seth
vol. I, no. 10.
[16]
Veja A Lança de Seth
vol. II, no. 1.
[17]
Os kalas emanados da vagina.
[18]
Veja A Lança de Seth vol. III, no. 9.
[19]
Veja Rex De Arte Regia (Crowley), Satvrnvs Publishing Ltd.
[20]
Veja A Lança de Seth vol. III, no. 8.
[21]
Por falta de uma fonte especial, não foi possível fazer a distinção entre os trigramas Kan na grafia das palavras.
[22]
Ajna (ayin, 70) + Qoph (100) + Kaph, Kaph (40) + Kteis (ayin, 70) + anus (ayin, 70) + Yod (10) = 360, o número de dias no círculo do ano descontando os cinco dias ‘perdidos’ quando a ocultação mística da lua ocorre. Veja A Lança de Seth
vol. II, no. 1.
[23]
Entidades do Vodu equiparadas com Omolù e Exu na Umbanda.
[24]
i.e. o reflexo ou duplicação das 32 zonas de poder.
[25]
Veja A Lança de Seth vol. II, no. 2 para uma explanação deste conceito complexo. Veja também todo o volume IV onde um estudo sobre o Culto de Choronzon é feito.
[26]
O undécimo caminho é na verdade o primeiro caminho ou kala; as zonas de poder cósmico ou Sephiroth de Plutão para Lua sendo contados como os primeiros 10 caminhos.
[27]
Os quatro elementos Ar, Fogo, Água, Terra não são os elementos terrestres mas os tarots elementais ou
princípios dos quais os quatro elementos tomam forma terrestre.
[28]
Para um relato deste simbolismo, veja o ensaio Um Homem Chamado Cachorro (Liguori), cap. 15, Anaytra.
[29]
Compare AL, cap. III, verso 11: “Deixai a mulher estar cingida com a espada adiante de mim: deixai sangue fluir em meu nome.”
[30]
Veja A Lança de Seth vol. I, no. 9 & vol. II, no. 5.
[31]
Veja A Lança de Seth vol. III, no. 3.
[32]
i.e. encantada; a princesa adormecida dos contos medievais.
[33]
Título da 6ª Chave do Tarot Egípcio de acordo com o sistema utilizado pela Golden Dawn.
[34]
Líber A’Ash vel Capricorni Pneumatici.
[35]
Veja A Lança de Seth
vol. I, no. 10.
[36]
Veja The Djeridensis Working (Crowley).
[37]
Resultante da ruptura do hímen.
[38]
i.e. Sothis.
[39]
Veja A Lança de Seth vol. III, no. 4.
[40]
Veja A Lança de Seth vol. II, no. 10.
[41]
Instrução escrita em 2000 e.v.

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(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
(...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Além de estar legalmente amparada, a Liberdade de culto deve ser entendida como um direito universal e uma forma de respeito à individualidade e à liberdade de escolha.

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