Na minha opinião, a coisa mais importante que diferencia o sistema de Bardon da maioria dos outros sistemas modernos de magia é que ele começa no começo. A natureza crucial desses passos iniciais, elementares, é frequentemente negligenciada por outros sistemas e isso não faz bem para o novato.
O sucesso verdadeiro com a magia é construído na base de coisas simples - quanto mais firme a base, mais alto o estudante será capaz de ascender. No Grau I, o estudante encontrará o básico do resto do curso: Meditação, Introspecção e Auto-Disciplina. Eu não posso enfatizar suficientemente o quão absolutamente essenciais essas três coisas são para a magia verdadeira.
Mental (Instrução Mágica do Espírito):
No Grau I, a Instrução do Espírito lida com três tipos básicos de meditação. A primeira é intitulada “Domínio do Pensamento”, mas é um nome pouco apropriado. O que é para ser feito não é controlar de forma ativa ou direta os pensamentos que surgem na sua mente; ao contrário, é necessário se estabelecer como um observador ativo de seus pensamentos. Quando a perspectiva de observador é estabelecida, a diversidade de pensamentos que normalmente aparecem diminuirá sozinha com o tempo.
O segundo tipo de meditação é chamado “Disciplina do Pensamento” e tem duas fases de prática. A primeira fase é feita no dia-a-dia e envolve a disciplina dos seus pensamentos de modo que eles tenham a ver somente com a tarefa em questão. Por exemplo, se você está dirigindo para o trabalho, você deve bloquear todo pensamento que não tenha a ver com o ato de dirigir. A segunda fase é executada como uma meditação normal, isto é, sentar-se com seus olhos fechados. Aqui, a pessoa escolhe um pensamento único e bloqueia todos os outros pensamentos emergentes. É melhor, nesse caso, começar com um pensamento simples, que cative a sua atenção. Cada vez que sua mente “viaja”, traga-se firmemente de volta para o pensamento escolhido.
O terceiro tipo de meditação é denominado “Controle dos Pensamentos” e envolve a realização da vacuidade da mente ou uma ausência de pensamentos. Para aqueles pouco familiares com meditação, essa é frequentemente a tarefa mais difícil. Ela requer uma boa quantidade de força de vontade e um esforço persistente. Quando os pensamentos invadem, você deve aprender a bloqueá-los e recuperar o vazio. Eu lhe asseguro, esta não é uma tarefa impossível!
Perguntas e Respostas
Nos exercícios iniciais do Grau I, Bardon descreve três tipos de disciplina mental ou meditação. O primeiro tipo envolve a mera observação do que acontece na sua mente. Neste exercício, o estudante não bloqueia nenhum pensamento; ele meramente observa o que aparece. Com tempo e a prática repetida, você notará que o fluxo de pensamento naturalmente diminui. Mas o que está realmente acontecendo é que você está “calibrando” a sua mente para um nível de meditação menos “bagunçado”. Isso não é algo que você pode forçar, então não adianta, nesse caso, bloquear certos pensamentos enquanto se deixa outros aparecerem, etc.
Um motivo de problemas aqui são as outras distrações que surgem, como o alarme do carro que se mantém funcionando a alguma distância, ou o latido do cachorro do vizinho. Esses tipos de incidentes podem distrair sua atenção da observação de seus pensamentos. Você deve rapidamente se desvencilhar dessas distrações e focar sua atenção para a tarefa atual. No início isso pode ser difícil, mas com a prática persistente, a sua habilidade de focar se tornará tão rápida e absoluta que tais eventos externos não te distrairão; a distração será tão curta que não interromperá sua prática.
Outro tipo de distração é aquele no qual você é tentado a perseguir os pensamentos que chegam à mente. O ponto aqui, porém, é se distanciar do envolvimento com seus pensamentos – você deve ser um observador, não um participante. No início, isso também é muito difícil, mas com a prática persistente, você aprenderá como se distanciar e observar.
Não importa o quão difícil esse exercício possa ser no início para você, não desista. Isso é um precursor essencial para os exercícios seguintes. Você já possui a habilidade natural, geralmente inconsciente, de fazer tudo ensinado em Iniciação ao Hermetismo – tudo que o treinamento traz pra você é desenvolver o que estava previamente inconsciente e fazer com que isso se torne uma habilidade consciente.
2) O que é a “disciplina do pensamento” ou “concentração única”?
O segundo tipo de disciplina mental ou meditação descrito no Grau I lida com a concentração única da mente. Aqui, você foca seus pensamentos numa única idéia e bloqueia todos os outros pensamentos intrusos. Essa prática eventualmente calibra a mente para um nível mais alto de meditação. Se você aprendeu a gerenciar distrações externas com relativa facilidade e alcançou o estado de observador da sua mente quieta, então tudo que você deve fazer aqui é selecionar um pensamento único e se focar somente nele. Os tipos de distração que você encontrará aqui é a intrusão de pensamentos associados ou não-associados, e o hábito que sua mente tem de se envolver nesses pensamentos estranhos.
Se consideramos a analogia de calibrar a mente, torna-se óbvio que a mente funciona de modos previsíveis sua freqüência correspondente. Na freqüência mental do seu dia-a-dia, os pensamentos aparecem com grande freqüência e variedade, porque exercitamos pouco controle sobre eles. Na freqüência do “observador”, a mente diminui a quantidade de pensamentos, mas ela ainda está na freqüência do nível do “dia-a-dia”. O exercício do observador meramente alterna o foco para outra freqüência, ele não faz a freqüência do dia-a-dia desaparecer. O mesmo é verdadeiro para a freqüência da concentração única – o observador e a freqüência do dia-a-dia ainda existem, só que a mente é calibrada para uma freqüência mais alta. É como se o som de fundo das outras freqüências ainda existissem mas são relegadas a um segundo plano e não levadas em consideração.
Lidar com a intrusão de pensamentos indesejados durante o exercício de concentração única é muito igual ao gerenciamento de distrações externas que você aprendeu durante o exercício do observador. Parte de conseguir com que sua mente se calibre com a freqüência correta envolve o aprendizado de como rapidamente dispensar os pensamentos estranhos e recalibrar a sua atenção. Quanto mais você o faz, mais rápido se torna, e, eventualmente, torna-se tão rápido que as distrações não te interromperão.
Não “lute” com o funcionamento natural de sua mente, porque isso leva apenas à frustração. A melhor tática é seduzir a sua mente. Você controla a sua mente, não o contrário, e tudo que você precisa fazer é tomar o controle que você já tem e torná-lo uma coisa mais consciente.
Novamente, não desista no início se você falhar. Isso também é uma habilidade vitalmente importante para dominar os exercícios futuros.
3) O que é a “disciplina do pensamento” ou a “vacuidade da mente”?
O terceiro e final tipo de disciplina mental ou meditação, coberto no Grau I, envolve a vacuidade da mente. Se você suficientemente dominou a “dispensa” de distrações nos dois exercícios prévios e aprendeu a como limitar sua mente a um único pensamento, então alcançar a vacuidade da mente é o próximo passo lógico. Esta apenas é uma maior freqüência de meditação, mas é muito difícil de calibrar se você não dominou os outros exercícios.
Talvez a mais fácil maneira de alcançar a vacuidade da mente é ir por estágios. Primeiro reduza sua mente a um único pensamento, e então elimine até esse pensamento. Se você estiver familiarizado com a dispensa das distrações, então as distrações nesse nível serão rapidamente gerenciadas.
Antes de progredir para os exercícios do Grau II, você deveria ter feito um bom progresso com os exercícios de vacuidade da mente. Até alguns poucos minutos de verdadeira vacuidade vão servir para começar o Grau II, mas você deve constantemente melhorar esse sucesso inicial se você quiser se mover melhor e mais rapidamente ao longo do curso de Iniciação ao Hermetismo. Essa é uma técnica mágica básica que serve como base para o resto do trabalho – sem esse nível de disciplina mental, muitas coisas são impossíveis na magia.
5) Para que serve a meta de cinco minutos?
Cinco minutos é uma daquelas metas “no mínimo”. É uma regra arbitrária, porém boa para se seguir. A idéia não é que você deva estritamente aderir a cinco minutos cronometrados; ao contrário, a idéia é a de que você deve alcançar uma meta que está além da sua atividade normal e uma com a qual você alcançará um certo nível de comprometimento. Nunca esteja satisfeito com cinco minutos como a meta última, final – sempre se treine para ultrapassar esse limite. No fim, você deveria se tornar capaz de alcançar e manter esses estados por quanto tempo desejar, seja por cinco minutos ou três horas.
6) A verificação do meu tempo causa distração?
Ela pode causar se você deixar. O modo com o qual eu trabalho é deixar o exercício rolar e quando eu alcançar o estado requerido, eu sigo com ele o máximo que posso. Quando esse estado termina, eu abro meus olhos e checo o tempo. Mas enquanto faço o exercício, eu não penso se estou fazendo no tempo proposto.
Outra tática é trabalhar no exercício até que suja uma interrupção maior. Nesse momento, eu abro meus olhos e checo para ver o tempo. Quando eu vejo que pelo menos cinco minutos passaram antes de eu ser interrompido e que eu posso fazer o exercício pelo mesmo tempo de modo consistente, eu então me sinto confortável para dizer que eu alcancei minha primeira meta.
Como você mede seu tempo é deixado para você e requer apenas um pouco de inventividade. Eu uso um simples relógio elétrico que não faz tique-taque, colocado no meu pé ou dentro de vista. O problema com isso é que eu devo lembrar qual era o tempo em que comecei. Outra alternativa é usar um cronômetro simples, mas ele requer “iniciar” e “parar”. Não importa, use qual método funciona melhor pra você e assegura o mínimo possível de interrupção.
Astral (Instrução Mágica da Alma):
Comece, como Bardon aconselha, com a análise de suas características negativas. Escreva absolutamente tudo que vêm à mente, não importando quão insignificante possa ser. Recoloque-se em diferentes eventos de sua vida e veja o que há para achar. Mantenha registro, todos os dias, de itens que aparecem no presente. Medite todo dia sobre quem você é e dessa maneira construa uma compreensão mais profunda de seu lado negativo.
Também, o processo de auto-análise é uma responsabilidade para a vida inteira do mago sério. Eu fiz esse procedimento do Grau I três vezes nos últimos anos. Cada vez foi separada por alguns anos e cada vez apareceram novos resultados. Essa é, para mim, uma maneira de verificar os progressos e é um exercício que ajuda no meu progresso.
Perguntas e Respostas
5) Por que eu deveria fazer um espelho da alma positivo E um negativo? O espelho negativo não é suficiente?
Físico
(Instrução Mágica do Corpo):
Em outras palavras, é a mente que faz o serviço, não sua respiração. A respiração é apenas a carregadora de sua idéia e não é necessário alterar seu ciclo de respiração para acomodar a velocidade de seu pensamento. Com prática, porém, você se acostumará com o trabalho mental e isso se tornará rápido o suficiente para não precisar inserir respirações “vazias” extra enquanto você pensa. Eventualmente, seu nível de pensamento e visualização vão igualar a velocidade na qual você respira.