Aleister Crowley e o Vampirismo

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A despeito de Aleister Crowley ter percorrido o mundo em busca de respostas para a sua conturbada pessoa, nada parece justificar o uso de forças para fins tão questionáveis quanto aqueles que marcaram a sua carreira. O seu livro da lei, o maior legado que deixou, tem particularidades peculiares da anti-espiritualidade: uma tentativa de buscar paradoxalmente por outros meios ou caminhos o crescimento e capacidade criadora da fonte pessoal que é uma característica absolutamente mental-espiritual. Entre os seus axiomas, é evidenciado uma grande similaridade com os princípios satânicos de culto ao
poder pessoal pelo desenvolvimento da besta interna, fator condenável a qualquer iniciado. Crowley invertia os significados metafísicos dos corpos astronômicos apregoando-lhes representações com deuses negros como é no caso de Seth, o deus oculto representando Sírius o sol oculto; bem sabemos que a estrela Sírius é o cerne da Fraternidade Azul e representa o Logos estelar máximo para a galáxia. Sua fonte metafísica está diretamente ligada ao nosso Sol no que diz respeito a todos os raios evolutivos; Sírius é a autêntica representação da Trindade Divina em nosso setor estelar de onde provêm a emanação do Sol Central Atrix-Sirion-Avaará e em nada se relaciona com Seth e sim com o Deus único.

Do início de sua carreira oculta até o seu miserável fim, Aleister Crowley conviveu com acontecimentos obscuros desde a sua inconsequente empreitada na magia: ainda quando jovem, em sua casa, seu cocheiro sofreu de delirium tremens, seguido por ocorrências que culminaram com a misteriosa morte de um açougueiro com quem Crowley havia brigado; neste período a própria companheira de Crowley o abandonou por causa de prostituição na vida do mesmo. Há quem diga que teria influenciado até mesmo a vida oculta de Hitler, podendo fazer parte da conexão sobre a inversão para o negativismo ocorrida na vida do Füher. Mas como nosso objetivo não é trazer qualquer conjecturas sobre a vida deste conturbado ser nem tampouco porém ir de encontro à uma narrativa neutra como já pudemos mostrar antes; assim vamos aos fatos.

Com relação à aplicação das suas bases mágicas para a prática sexual, podemos ressaltar que o vampirismo estava bem presente na entrelinhas do processo. Podemos aqui neste setor, consumar de fato a ligação entre a sexualidade e o vampirismo presente na ritualística das orgias sexuais que Crowley mantinha com suas parceiras. Este homem jamais pareceu se preocupar com o prazer sexual propriamente dito e tampouco com a elevada magia sexual da Yoga.

Crowley parecia usar todo o seu potencial para caminhos invertidos: até a Árvore da Vida com seus 22caminhos e as 10 Sephiroths ele tentou mudar. No confuso e mal executado livro Renascer da Magia há a revelação de passagens de ritualísticas negras com sangue, na qual expõe-se até mesmo rituais secretos negros que colocam em xeque a confiabilidade de algumas escolas de magia como a dele próprio. Um tipo de missa negra conhecida como Liber XLIV ou Missa da Fenix denota o significado do sangue "como o elemento de vida do qual o homem foi criado". Um outro ritual foi estabelecido por Crowley na Ordo Templis Orientis em seu Soberano Santuário; este jamais tinha sido catalogado antes nos registros.

Embora não sendo atos de sacrifício humano ou mesmo animal para o uso do sangue, os rituais eram autênticos e absurdos banquetes de sangue em prol da canalização de forças negativas, buscando o resultado eletroquímico que ressaltamos no início desta página como resultado da ação da força da Kundalini. O fator mais negro de tudo neste caminho invertido de aplicação, visando a linha terra-fricção, é justamente a questão da potencialização bestial interna que a ingestão de sangue adornado com hóstias batizadas em rituais similares causam no praticante e cultuador. Como se não bastasse a ingestão puramente hematófaga se transformando num predador da vida, aliás da própria vida, fato que pode ser bem colocado como a representação de um autêntico ritual satânico para fins obscuros.

Não bastasse estes correntes fatores sanguinários, um complemento necromante estava ligado ao rituais associado às magias envolvendo as correntes negativas da Lua como uma densificação ainda maior da linha terrestre explorada. A busca de Crowley na magia egípcia e na corrente thelêmica de Maat parecia trazer de volta os rituais negros que os antigos sacerdotes praticavam (Ainda que o Amor fosse a grande lei de manifestação da magia de Maat os fins de prepotência e vontade mal direcionada fizeram o Thelema perder seu rumo nas atuais circunstâncias); processos mágicos de geração de elementares a serviço do mago criador eram feitos no antigo Egito: como uma sombra, este elementar acompanhava seu gerador até que, após a morte do mesmo, a sombra acometida de uma insaciabilidade procurava faminta por alimentação que, segundo os registros, era encontrada no sangue do corpo do próprio mago falecido. Assim só podemos crer que este elementar era criado para a drenagem de outras fontes de energia ou então uma ação suicida de prender o seu criador ao próprio cadáver após o óbito. Alguma familiaridade com as lendas eslavas de vampirismo? Não é total coincidência não.

Em outro Liber da Ordo Templis Orientis (o Agapé) existem instruções secretas para a vampirização através de magia sexual e sangue. Neste contexto, existe o seguinte parágrafo:
"- O vampiro escolhe sua vítima, forte e vigorosa tanto quanto possível. Ele deve ter a intenção mágica de transferir toda aquela força vital para si mesmo; exaure a caça pelo uso adequado do corpo pelo uso adequado do corpo, muito comumente pela boca, sem que ele mesmo entre no assunto por qualquer modo."


Diz uma exagerada afirmação que se a exaustão for completa e for procedida por um expert, pode levar a vítima do coma à morte e aprisionar sua alma como um familiar, semelhante à sombra gerada nos rituais negros egípcios. Alguém aí se lembra dos familiares de Alucard em Castlevania SOTN, todos com a obrigação de servi-lo?

Ao que se sabe um dos que selou seu destino com tal prática foi Oscar Wilde, que literalmente injustificava sua incapacidade espiritual e mágica chamando os demais de imbecis. Não por acaso foi dele a maior de todas as imbecilidades, mas existem indícios de que outros teriam praticado o ritual negro vampirizante, como o casal Horos, embora numa forma modificada por E. W. Berridge (um relato de um personagem bem similar à vida de Berridge foi feito por Aleister Crowley em sua novela Moonchild. Nota: existe um tema de Castlevania com este nome). Nas ritualísticas negras envolvendo a Mágia Negra da Lua, Crowley as usava para fins de reabastecimento: após longas operações mágicas ou até mesmo envolvendo sexo, o mago negro buscava a vampirização de forças sexuais através da Lua. Isto está diretamente relacionado com a ação de Incubbus e Succubus na drenagem de tais energias.

Crowley certamente mantinha contato com este tipo de entidades: não é por acaso que Lilith a rainha das succubus é também conhecida como Lua Negra.

A grande moral de tudo só aponta para uma coisa: como é triste ver que a grande inteligência que servira Crowley em vida tinha sido o próprio agente de sua destruição. Afora suas tentativas de alicerce mágico através do uso de pesadas drogas (não tracem paralelos com práticas xamânicas com o uso de alguns alucinógenos), a vida do poeta-mágico neste plano terminou em 1944, numa pequena pensão ao sul da Inglaterra; Crowley estava reduzido à miséria e sua solidão moral e afetiva era quase total. Inteligências de outras poderosas mentes também podem ser incluídas neste contexto onde o final é um só: a auto-condenação e um legado de negativismo e morte deixado à outros pobres imbecis.

Texto extraído do site "Santuário Belmont": www.belmontclan.org

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