SINAIS, TOQUES, PALAVRAS: A COMUNICAÇÃO EM UMA SOCIEDADE SECRETA

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INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação


XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – BH/MG – 2 a 6 Set 2003



Trabalho apresentado no Núcleo de Comunicação e Cultura das Minorias, XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo Horizonte/MG, 02 a 06 de setembro de 2003.

SINAIS, TOQUES, PALAVRAS:
A COMUNICAÇÃO EM UMA SOCIEDADE SECRETA


José A. Argolo ©



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e, Retificando,
Encontrarás a Pedra Oculta.



CONCEITO RECOLHIDO DA RITUALÍSTICA MAÇÔNICA


















































A Maçonaria é (ainda hoje e sem perda de densidade) uma das mais famosas, antigas (o seu calendário é o mesmo do Judaísmo), eficientes, comentadas e tradicionais sociedades ditas secretas no mundo. E não somente no Ocidente. Rudyard Kipling, o genial escritor britânico autor — entre outras obras —, de O livro da Jungle e O Homem que queria ser rei, num dos seus poemas bissextos e menos conhecidos relembrava com saudade a pequena e
humilde loja maçônica que frequentava na Índia, à fímbria da selva. Ali, sob o telhado de taipa e paredes de barro quase sempre encharcadas pela chuva que caía em catadupas, alguns poucos homens de bem se reuniam uma vez por semana para compartilhar a sabedoria e os segredos desta fraternidade discreta e poderosa.

Maçons existem em todos os países e em todos os períodos históricos, não importa o sistema político e as conturbações econômicas e/ou sociais. Durante a tenebrosa era do nacional-socialismo alemão, os próceres daquele regime tentaram enquanto puderam, mas não conseguiram esfacelar a superestrutura da ordem maçônica instalada no país.

Adolph Hitler, Heinrich Himmler, Reinhard Heydrich e outros menos cotados (mas igualmente criminosos perante a História) fizeram o quase-impossível para destruir essa fraternidade, cuja proposta maior é — como acentuam os seus adeptos — tornar feliz a humanidade e proporcionar aos irmãos o indispensável e integral apoio nas horas de dificuldades. A título de registro, milhares de volumes foram escritos sobre a Ordem Maçônica, outros tantos sites acabaram incorporados ao universo online, mas o que se lê, aqui e acolá, são informações dispersas, fragmentadas. Comunicação aos retalhos, seria melhor dizer.

Na antiga União Soviética, em que pese o número de agentes da Polícia Secreta (a temida KGB) infiltrados em praticamente todos os segmentos da população, a Maçonaria (à semelhança da Igreja Católica) manteve-se de pé, o mesmo acontecendo nos demais países que compunham o chamado Bloco Socialista, onde não houve interrupção das atividades das lojas.

Diz-se que, em Moscou, durante o período mais duro do stalinismo, a Fraternidade Maçônica ousou o impossível: realizou sessões nas praças públicas, de forma evidentemente discreta (com o Venerável Mestre — função mais importante numa loja maçônica — sentado numa espécie de Oriente simbólico, e as demais luzes [representadas, respectivamente, pelo primeiro e o segundo vigilantes, funções estas que o sucedem em importância na ritualística] e oficiais dispersos nas proximidades).

Em Cuba, os revolucionários que desembarcaram do Granma não colocaram diante do
paredón os integrantes da Fraternidade, até porque o próprio Fidel Castro integraria os quadros da Ordem, tendo, segundo dizem, ocupado cargos em uma das lojas do país.

Fidel Castro teria uma admiração antiga e particular pela Maçonaria desde
que, durante a juventude e já engajado nas lutas políticas que o levaram tempos depois à tomada do Poder, vivenciou uma experiência singular. Detido com alguns dos seus companheiros após uma manifestação nas ruas, ele e o seu grupo tiveram a fuga facilitada por um
dos guardas que respondeu a um sinal secreto feito do interior da cela. Guardou consigo a forte impressão causada por essa Ordem que se colocava até mesmo acima das diferenças ideológicas.

No Ocidente, mais especificamente nos Estados Unidos da América, bem como
no Reino Unido, França, Alemanha e Itália, é imenso o poder emanado pela Maçonaria.

Comenta-se, por exemplo, que os chamados Acordos de Camp David (porquanto foram vários os pactos chancelados, inclusos os protocolos adicionais secretos) somente foram materializados porque os chefes de Estado diretamente engajados nas negociações pertenciam à Maçonaria.

Vejamos o que — em relação à Fraternidade — aconteceu no Brasil. A tradição incorporada nas terras de Pindorama, é a de que o título de Sereníssimo Grão Mestre da Maçonaria no Brasil (representação maior do poder nos Ritos Escocês Antigo e Aceito, Schröeder e também de York) seja atribuído honorificamente ao Presidente da República em exercício. Este, nas sessões magnas, faz jus aos direitos inerentes ao cargo. Direitos bastante significativos numa sociedade cujos estatutos foram elaborados à perfeição e na qual somente os homens cometem enganos e podem repará-los ao longo da sua lapidação pela prática da tolerância e da bondade. A título de registro — e como me foi confidenciado — dois chefes de Estado jamais ingressaram na Ordem e/ou conheceram ainda que superficialmente os seus segredos: Getúlio Dornelles Vargas e Fernando Collor de Mello.

Sobre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Ignácio Lula da Silva, desconheço, enquanto pesquisador desta e de outras sociedades herméticas, as gestões concluídas ou que estejam sendo feitas pelas altas autoridades maçônicas no sentido de incluí-los.

Nos governos militares, Ernesto Geisel e seu alter ego, Golbery do Couto e Silva eram mestres-maçons igualmente avançados nos Graus Filosóficos (que se estendem do 4 [Mestre Secreto] ao 33 — denominado Grande Inspetor Geral), mas pouco se fala sobre as suas realizações em prol da Fraternidade.

Voltemos um pouco na História
Durante a Ditadura Vargas, por ordem expressa do caudilho ou do seu temido Chefe de Polícia, inúmeras incursões foram empreendidas contra as lojas maçônicas, tanto no Distrito Federal como em outras unidades da Federação, todas infrutíferas porque, abrigadas no coração da Polícia Política, ou bem informadas a respeito dessas operações, vozes amigas alertavam sobre os riscos reais e imediatos. Por precaução, templos igualmente consagrados conforme as antigas leis foram construídos sob outros templos, de modo que quando os truculentos agentes do Dops invadiam os locais onde hipoteticamente estariam acontecendo as sessões maçônicas, encontravam tão-somente espaços decorados ...e vazios!!!

Contudo, na semi-escuridão daqueles templos ocultos nos pavimentos abaixo e acessáveis (graças à engenhosidade de engenheiros e mestres de obras pertentences aos quadros da Ordem) por intermédio de escadas e portas dissimuladas, em voz baixa, utilizando as palavras e os sinais que formam a base da comunicação secreta e evitando ruídos desnecessários, os trabalhos ritualísticos transcorriam normalmente.

Assim foi feito até o final daquela administração, cujo último ato foi marcado não por um lamento, mas pelo estampido de um revólver calibre 32. A não indicação do Sr. Getúlio Vargas, explicam alguns maçons operativos, teria decorrido da simpatia deste pelo Eixo Roma-Berlim, pelo Pacto de Aço que uniu a Alemanha Hitlerista e a Itália de Benito Mussolini (este último, registre-se, como dirigente máximo do fascismo, pouco ou quase nada fez no plano instrumental para reprimir as ações empreendidas pelas Maçonaria no sentido de proporcionar proteção aos cidadãos italianos acusados de delitos políticos e, também, de preservar a integridade física de milhares de refugiados de outros países, sobretudo judeus).

Ora, como as palavras secretas são pronunciadas em hebraico, cujo alfabeto (sem vogais) preserva o sentido lógico, a tradição de uma das mais antigas religiões do mundo e é fundamental aos estudiosos da Cabala
(Quaballah) e das Ciências Ocultas como um todo — como, aliás, observaram Gerard Encausse (Papus), Eliphas Levi e Stanislas de Guaíta, três notáveis autores herméticos do Século XIX — é possível deduzir, com razoável margem de acerto, que os maçons dificilmente aceitariam nos seus quadros um Chefe de Estado apoiado, no plano militar, por pessoas com tendências antisemitas, ainda que esse comportamento não possa ser atribuído ao Sr. Getúlio Vargas.

Quanto a Fernando Collor de Mello, foi simplesmente rejeitado. Comentam alguns mestres-maçons — sem que isso seja explicitado —, que os agravantes foram alguns conceitos emitidos, somados a comportamentos pessoais do autoproclamado caçador de marajás que estariam em desacordo com as tradições da Ordem. Um desses fatores pode ter sido a sua imaturidade; outro, a arrogância e o destempero verbal demonstradas após a solenidade de posse, em Brasília; um terceiro, a incontrolável vontade de aparecer nos órgãos de difusão, seja uniformizado como piloto da aviação de caça, submarinista, piloto de Fórmula 1 e outras baboseiras do gênero (incluindo vestir um kimono e diante dos telespectadores aparecer com uma breve aparição como lutador faixa-preta de Karatê).

Em sendo os maçons cavaleiros das sombras, discretos e capazes de abdicar das vaidades peculiares aos profanos, seria despropositado supranomeá-lo Sereníssimo Grão Mestre junto a uma plêiade de homens que, humildemente, nos templos de todo o mundo, sejam eles (o mix desordenado é intencional) desembargadores, motoristas de caminhão, oficiais generais, médicos, alfaiates, engenheiros, mestres de obras, joalheiros, cirurgiões dentistas, representantes comerciais, mecânicos etc, despem-se dos títulos a que fazem jus no cotidiano profissional, cuidam da conservação, limpeza e da decoração dos templos, acatam com o respeito devido os regulamentos e Landmarks da Ordem e, democraticamente, na medida das suas posses, contribuem para os chamados troncos de solidariedade destinados àqueles que (pertençam ou não à fraternidade) necessitam de algum tipo de ajuda, seja ela financeira, sob a forma de medicamentos, roupas etc..

A Maçonaria — que pode ser interpretada como um conjunto de lendas que se entrelaçam e superpõem, formando um sistema espiralado de alta complexidade filosófica — estabeleceu, ao longo dos séculos, um notável padrão de organização e de métodos; universalizou sua linguagem de sinais e criou um alfabeto criptográfico decodificável (em tese) tão-somente por aqueles que ultrapassam os umbrais do Terceiro
Grau
(mestre-maçom) e adquirem os conhecimentos pedagógicos indispensáveis à sua interpretação.

É claro que, redigidas com o auxílio do teclado de um computador, tais mensagens criptografadas segundo o modelo clássico, nada mais são do que brincadeiras de criança para quaisquer hackers formados na escola da experimentação e do teste. Mas esse modelo idealizado a partir do alfabeto gótico alemão (e do hebraico) continua sendo ensinado com o mesmo zelo nas instruções avançadas do Grau 3, como recomenda a tradição.

A hipótese é a de que alguém da Fraternidade possa recorrer a este artifício na tentativa de impedir que segredos cheguem aos olhos profanos.

SINAIS


Acharat, tenho-te sempre dito que neste mundo nada nasce nem morre; que o berço e o sepulcro são irmãos; que só falta ao homem, para ver claramente nas suas existências passadas, essa lucidez que o tornaria igual a Deus, porque no dia em que a tiver adquirido há de sentir-se imortal como ele.
Pois bem!
Achei a bebida que dissipa as trevas, enquanto não acho a que preserva da morte. Acharat, bebi ontem o que faltava a este frasco; bebe tu hoje o resto.

Alexandre Dumas in José Bálsamo (Alexandre
Dumas. Obras. Lello & Irmãos, Porto, 1967. v.5 p.23)


Em José Bálsamo, personagem do folhetim fantástico de Alexandre Dumas — que aparece no livro como dublë de Grande Iniciado, bruxo e revolucionário a um só tempo capaz de antever o colapso das monarquias européias, notadamente a dos Bourbons, e de construir as bases para a sua destruição — o escritor revela aos olhos dos leitores parte da complexidade que enfeixa uma ordem secreta semelhante — para não dizer idêntica — à Maçonaria (incluindo no texto certos grafismos e expressões utilizadas nos ritos de iniciação, como aliás pode ser lido e constatado na vasta literatura disponível em português sobre o
assunto).

Desse encontro ficcional de José Bálsamo com trezentos encapuzados (cada qual representando dez mil espadas e totalizando três milhões de oficiais e soldados) nas ruínas de um antigo castelo na cúpula no Monte Trovão (situado na margem esquerda do Reno), na noite de 7 de maio de 1770, destacam-se o uso de alguns códigos simplificados e sinais secretos que ajudam compor a atmosfera de mistério.

Os sinais identificadores dos Graus não são repassados senão àqueles que conhecem a doutrina transcrita nos manuais ritualísticos de difusão restrita
(cuidadosamente recolhidos, segundo a tradição, nos primeiros dias após a morte de um maçom, enquanto este segue na sua derradeira viagem rumo ao Oriente Eterno) e as práticas reproduzidas à exaustão pelos obreiros mais velhos. Nada disso mudou com a passagem dos séculos. O máximo que se fez, comentam os guardiães da memória, foi promover revisões nesses manuais, sem qualquer perda do conteúdo, de modo a acompanhar a evolução das normas ortográficas e do idioma.

A mesma importância atribuída pelos historiadores aos sinais (de fogo ou de fumaça) enviados pelos soldados-marinheiros atenienses antes do choque com a frota persa nas águas do Egeu; o mesmo valor computado, séculos mais tarde, às ordens do Almirante Nelson — transmitidas por intermédio de bandeirolas coloridas manuseadas com rapidez e perfeição pelos sinaleiros das belonaves britânicas, ajudando-o a derrotar a esquadra francesa em Trafalgar — deve ser estendida ao conjunto de
sinais secretos
da
Maçonaria, porquanto, como sistema de comunicação restrita e intergrupal, ultrapassou as linhas
de demarcação impostas pelas novas tecnologias e se consolidou como afirmação da própria
grandeza histórica
.

Tais sinais, é claro, são imperceptíveis aos não iniciados. Somente olhos bem treinados e conhecedores dos mistérios da Ordem conseguem captá-los. Além disso, funcionam como indicativos de que provavelmente algo muito sério está acontecendo ou
poderá ocorrer, e que, exatamente por isso, demandam contatos posteriores em local fora das vistas e ouvidos considerados profanos.

TOQUES


"Foi uma vez: eu refletia, à meia-noite erma e sombria
A ler doutrinas de outro tempo em curiosíssimos manuais,
E, exausto, quase adormecido, ouvi de súbito um ruído,
Tal qual se houvesse alguém batido à minha porta devagar.
“É alguém — fiquei a murmurar — que bate à porta devagar,
Sim, é só isso e nada mais”

Edgar Allan Poe, O Corvo (in Edgar Allan Poe, ficção completa, poesia e prosa, Nova Aguillar, 1981, p.895)


Os toques (não aqui interpretados como as batidas ocasionais proporcionadas pelo granizo em uma janela, ou por conta do roçar dos galhos de uma árvore) correspondem a outra etapa no aprendizado desse imenso aparato conhecido como linguagem hermética da Maçonaria, linguagem esta que transbordou fronteiras e se estendeu dos confins da China e do Tibet, percorreu o Nepal e a Índia (onde tudo começou há mais de cinco mil anos), desceu o Planalto de Pamir junto com as caravanas de mercadores no tempo de Marco Polo, cruzou as planícies e cadeias de montanhas do Velho Mundo, atravessou o Oceano Atlântico no tempo das caravelas e, nas Américas, instalou-se em terreno fértil e multiplicou sua força a tal ponto que, hoje, mais de dois milhões de maçons dela compartilham.

Esses toques funcionam como mensagens, digamos, elétricas, fluídicas, com que os integrantes da Fraternidade Maçônica se identificam e captam, por sua vez, as vibrações emanadas pelo receptor. Um fluxo somente perceptível pelos iniciados nos mistérios da Ordem, sobre o qual pouco se sabe além do conteúdo fragmentário dos livros e das especulações; uma forma perfeita e discreta de identificação.

Sobre esse processo peculiar de captação rítmica, diz-se que nos bastidores da Guerra Fria (que historicamente se estendeu de 1948 até o colapso da antiga União Soviética, em meados dos anos oitenta), os agentes encarregados da transmissão de criptomensagens — por intermédio dos teletipos e outros equipamentos mais sofisticados (desconhecidos do grande público, tais como gravadores de alta velocidade, rádios de alta frequência etc) — conseguiam perceber se os receptores instalados além das linhas inimigas pertenciam aos quadros das redes de espionagem contactadas ou, naquele momento, estavam submetidos a pressões externas. Para os que têm tais habilidades, tais vibrações constituem, à semelhança do olhar, um quase-espelho a partir do qual perpassam as reações humanas.

Ao não profano mais experiente nos segredos da Ordem, a suavidade das ondas de energia transmitidas do toque pode, por hipótese, deixar claro a delicadeza e espontaneidade do caráter, ou diagnosticar o seu oposto: a ubiquidade, a dissimulação...

Os mestres-maçons acentuam que há um toque específico para cada um dos graus simbólicos e no Filosofismo. Assim, tomando o Rito Escocês Antigo e Aceito como exemplo para compor a nossa argumentação, para os seus 33 graus teremos o mesmo número de perguntas-respostas.

PALAVRAS


Certa vez, em uma loja maçônica, um jovem aprendiz ouviu alguém bater à porta ritualisticamente. Olhou pelo postigo e percebeu do lado de fora, na Sala dos Passos Perdidos, um homem já idoso, com longas e fartas barbas brancas, o paletó preto coberto de comendas, além dos paramentos da Ordem.
Retornou, então, ao Oriente simbólico da loja e dirigiu-se ao Venerável Mestre que lhe indagou sobre quem aguardava o momento exato para ingressar no Templo.
Respondeu o aprendiz: “Quem é com certeza eu não sei, mas, pelo jeito, deve ser o Grande Arquiteto do Universo”

Piada Maçônica


As palavras são pronunciadas em hebraico e, como supra-assinalado, cada Grau (Simbólico ou Filosófico) inclui uma ou duas delas. Funcionam como palavras de passe (isto é, códigos para situações especiais); em outros casos, como indicativos de alerta ou perigo; mais além — seja nas pompas fúnebres e/ou nas sessões ritualísticas restritas (isto é, privativas aos quadros da Loja) —, como marcas irremovíveis da tradição, que (de per si) deve perdurar para muito além da evolução do homem em seu caminho para a perfeição.

Se tomarmos como base para a nossa reflexão final o somatório de sinais, toques, palavras (as marchas — i. e, passos — atribuídas a cada um dos Graus não foram tratadas intencionalmente nessa tentativa de interpretação sobre a linguagem codificada da Maçonaria, até mesmo porque irreveláveis aos profanos), chegaremos a um número considerável [nem sempre, penso, integralmente memorizável]. Digamos, por hipótese, 33 vezes três (existem variações conforme o Grau iniciático e o aprendizado), isto somente no Rito Escocês Antigo e Aceito reconhecido pelas Potências Maçônicas brasileiras, quais sejam: o Grande Oriente do Brasil, a Grande Loja Maçônica e o Grande Oriente Independente.

Existem outros ritos, como o Adoniramita e o de Menphis Mizrhaim (somente este último, não praticado no Brasil, congrega 99 graus incluindo o Filosofismo), que exigem dos adeptos dedicação e zelo semelhantes para a preservação dos costumes.

Mas essa é outra história.
José Amaral Argolo é advogado, jornalista, escritor e professor do Quadro Permanente da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde leciona na Graduação e no Programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura.

1 Comentários:

Unknown disse... 6 de maio de 2019 às 19:51

Parabéns, Maçonaria pela busca incessante da igualdade.