A CASA

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Eu sozinha enfim, nessa casa sem vida, os retratos desbotados na parede amarela pelo tempo que passa, sinto os mesmos retratos a me olhar, eles me seguem, falam comigo coisas que não entendo. O que será que de mim querem?

O telefone toca! Quem será? O telefonema nunca se completa! Será que realmente ligam ou o telefone sequer toca e é apenas a minha imaginação a me dizer o contrário?

Tenho que sair desta casa agora ou me livrar de alguma forma do desconforto que ela me traz.

Ela é um ladrão que no meio da noite chega e leva minha sanidade consigo. A loucura se arrasta para dentro de mim e me consome como uma doença nefasta.

Ela me controla transformando-me num monstro.

As luzes queimam meus olhos, a escuridão é minha mãe.

O que faço: vivo aqui com os retratos que falam comigo e o telefone que nunca toca? Ou saio e me exponho à luz que me cega?

Não sei! Só sei que aqui enlouquecerei...



Sobre a Autora:
LIZZA BATHORY

Lizza Bathory


Lady Godiva dos profanos, andarilha notívaga dos inquietos, perpetuadora da confusão na líbido dos incautos meninos.
elizabeth.bathory.ce@gmail.com
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