AZAZEL

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Azazel
De acordo com o livro de Enoque, é um dos 200 anjos que se rebelaram contra Deus. Nos escritos apocalípticos é o poder do mal cósmico, identificado pelos impulsos dos homens maus e da morte. Eles teriam vindo à Terra, para esposar os humanos e criar uma raça de gigantes. O Livro das Revelações, de Abraão, descreve-o como uma criatura impura e com asas. É identificado como a serpente que tentou Eva e que poderia ser o pai de Caim. No século II os búlgaros bogomilianos concordavam que Satanael teria seduzido Eva e que ele, não Adão, era o pai de Caim. A maioria dos bogomilianos foi queimada viva pelo imperador bizantino Alexis. Os Atos dos Apóstolos falam, ainda, em outros três demônios a saber: RIRITH, divindade maléfica do sexo feminino, desencadeadora de tempestades, espécie de fantasma noctívago, que os babilônios chamavam de Lilitu. Antiga tradição popular judaica afirma que Lilith teria sido a primeira mulher de Adão, BERGAR, cujo sentido é o de maligno e comparado, por São Paulo, como anticristo, e ASMODEU, conforme já exclarecido, aparece no livro de Tobias como o assassino dos maridos de Sara.
O nome de Azazel (como poder sobrenatural) significa "deus-bode". Na demonologia mulçumana, Azazel é a contraparte do demônio que refusou a adorar Adão ou reconhecer a supremacia de Deus. Seu nome foi mudado para Iblis (Eblis), que significa "desespero".

Em Paraíso Perdido (I, 534), Milton usa o nome para o porta bandeiras dos anjos rebeldes. Azazel é assim o destino do bode expiatório que carregava os pecados de Israel para o deserto no Iom Kipur (Lev. 16). Dois bodes idênticos eram selecionados para o ritual. Um era escolhido, por sorteio, como oferenda a Deus, e o outro era enviado para Azazel, no deserto, para ser lançado de um penhasco. O sumo
sacerdote recitava para o povo uma confissão de pecados sobre a cabeça do bode expiatório, e uma linha escarlate era enrolada, parte em volta de seus
chifres, parte em volta de uma rocha no topo do penhasco. Quando o bode caía, a linha tornava-se branca, indicando que os pecados do povo haviam sido perdoados. Embora a palavra Azazel possa se referir a um lugar, ou ao bode, também foi explicada como sendo o nome de um demônio. Os pecados de Israel estariam, pois, sendo devolvidos à sua fonte de impureza. Os cabalistas viam no bode um suborno às forças do mal, para que Satã não acusasse Israel e, ao contrário, falasse em sua defesa. Azazel é também o nome de um anjo caído.

Texto do "Dicionário Judaico de Lendas e Tradições" de Alan Uterman.

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