LIBER O VEL MANVS ET SAGGITÆ

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LIBER O VEL MANVS ET SAGGITÆ
SUB FIGVRÂ VI
Mestre Therion
A.·. A.·.
Publicação em Classe B
Imprimatur:
D.D.S.Praemonstrator
O.S.V.Imperator
N.S.F.Cancellarius
TRADUÇÃO, REVISÃO E PUBLICAÇÃO: Shakta Ádynátha Amánáska, 947
Rubens Bulad

Edição em Português e Inglês
Amrit Thelema, Yôga & Magick
www.amrit.com.br

MMVI era vulgaris
Mestre Therion
OS SINAIS DOS GRAUS:
Estes estão arranjados como dez retratos:
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Estas fotos de um único homem em um robe negro em forma de Tau, descalço e com um capuz completamente fechado sobre a face, foram todas reproduzidas por fac-símile. O capuz exibe uma figura de seis pontas sobre a fronte — presumivelmente o radiante olho de Horus da A.·. A.·., mas a versão é demasiadamente pobre em detalhe. Há uma cruz pendente acima do coração. Os dez planetas estão numerados em branco no canto superior esquerdo, mas os numerais estão muito ofuscados como na primeira edição (alguns totalmente obscurecidos na edição da Weiser).

Os retratos são identificados por duas colunas de legendas numeradas, 1 a 6 para a esquerda e 7 a 10 para a direita. A descrição é de cima para baixo e da direita para esquerda:

"1. Terra: o deus Set combatente". Figura frontal. Pé direito apontado para frente e levemente angulado para fora com peso na palma do pé. Calcanhar esquerdo tocando o direito e pé apontado para a esquerda. Braços formando uma diagonal com o corpo, o direito acima da cabeça e em linha com o esquerdo na altura da cintura. Mãos espalmadas e abertas com os dedos esticados e juntos. Cabeça ereta.

"2. Ar: O deus Shu sustentando o céu". Frontal. Calcanhares unidos e levemente angulados separados na frente, rentes ao chão. Cabeça baixa. Braços angulados para cima cada um em um lado da cabeça, sobre a cabeça, com 1.5 pés da cabeça ao pulso e curvados como se sustentassem um teto acima da altura da cabeça com as pontas dos dedos. As palmas das mãos voltadas para cima e as costas das mãos em direção oposta � cabeça. Polegares fechados ao lado das palmas. Dedos retos e juntos.

"3. água: a deusa Auramoth". As mesmas posições dos pés e das mãos que o #2, mas com a cabeça ereta. Os braços são abaixados acima do peito de forma que os polegares toquem acima do coração e as costas das mãos estejam para frente. Os dedos se encontram abaixo do coração, formando entre os polegares e os dedos o descendente triângulo da água.

"4. Fogo: a deusa Thoum-aesh-neith". Frontal. Cabeça e corpo como em #3. Os braços estão angulados de forma que os polegares se encontrem em uma linha acima da testa. Os lados das palmas de frente um para outro. Os dedos se encontram acima do coração, formando entre os polegares e os dedos o ascendente triângulo do fogo.

"5, 6. Espírito: abertura e fechamento do véu." Cabeça ereta em ambos. O #5 tem a mesma postura de corpo que o #1, exceto que os pés esquerdo e direito estão contra-ordenados e rentes sobre o chão. Os braços e mãos são curvados para frente no nível do ombro direito de modo que as mãos pareçam estar rasgando um véu rachado — as mãos tendo progredido a um ponto que os antebraços estejam invisíveis, sendo diretamente apontadas para frente. Os braços superiores estão rentes e horizontais no plano da imagem. O #6. Tem a mesma postura do corpo que o #1, pés na mesma posição que o #1 mas rentes ao chão. Os braços estão com os cotovelos para baixo contra o abdome, com mãos para frente acima do coração agarradas de modo que as juntas estejam se tocando. A passagem do #5 ao #6 ou vice e versa é feita pelo movimento dos ombros e rotação dos pulsos. Este é diferente dos outros sinais de abertura do véu, o Sinal do Entrante, que é feito com as mãos rentes palma a palma e então estendidas sem a rotação dos pulsos.

"7-10. Os sinais de L V X."
"7. + Osiris morto — a cruz."
Corpo e pés como no #2. Cabeça curvada. Braços diretamente horizontais aos ombros no plano da imagem. Mãos com os dedos juntos, polegares ao lado da palma e o lado das palmas para frente. A forma de Tau do robe domina a imagem.
"8. L Luto de Isis — a Suástica." O corpo está em semi-perfil, cabeça levemente abaixada e de frente para o lado direito da fotografia. Os braços, mãos, pernas e pés são posicionados para definir uma suástica. Pé esquerdo rente, carregando peso e angulado em direção ao lado direito da foto. Os dedos do pé direito para baixo atrás da figura ao lado esquerdo na foto. Braço superior direito conforme a esquerda na foto e antebraço vertical com os dedos fechados e apontando para cima. Braço esquerdo levemente inclinado para baixo � direita da foto, com os dedos fechados e apontados para baixo.
"9. V Typhon — o Tridente." Figura frontal e levantando as pontas dos dedos do pé, dedos do pé para frente e calcanhares sem se tocarem. Cabeça para trás. Braços angulados em um "V" com o corpo ao alto e parte mais externa no plano da foto. Dedos e polegares como no #7, mas continuando as linhas dos braços.
"10. X Osiris ressuscitado — o Pentagrama." Corpo e pés como no #7. Cabeça diretamente de frente e plana. Braços cruzados em cima do coração, o direito em cima do esquerdo com as mãos estendidas, dedos fechados e polegar ao lado de modo que as palmas descansem sobre os dois ombros contrários.

I
1. É muito fácil mal interpretar este livro; é requerido aos leitores que utilizem o mais minucioso cuidado crítico ao estudá-lo, assim como nós fizemos em sua preparação.
2. Neste livro é falado sobre as Sephiroth e os Caminhos, sobre Espíritos e Conjurações; sobre Deuses, Esferas, Planos e muitas outras coisas que podem existir ou não. Existindo ou não, tais coisas são imateriais. Fazendo-se certas coisas, sucedem-se certos resultados; os estudantes são severamente advertidos contra a atribuição de realidade objetiva ou validade filosófica a qualquer um deles.
3. As vantagens a serem obtidas dos mesmos são sobretudo estas:
(a) Uma ampliação do horizonte mental.
(b) Um aperfeiçoamento do controle mental.
4. O estudante, caso atinja algum sucesso nas práticas seguintes, encontrar-se-á confrontado por coisas (ideias ou seres) excessivamente maravilhosas ou terríveis para serem descritas. É essencial que ele se torne um mestre de tudo o que contém, ouve ou concebe; caso contrário, ele será o escravo da ilusão e a vítima da loucura. Antes de adentrar em quaisquer destas práticas, o estudante deve estar com boa saúde e ter atingido um domínio satisfatório/razoável de Asana, Pranayama e Dharana.
5. Há pouco perigo que algum estudante, tanto negligente quanto estúpido, venha a falhar em atingir algum resultado; no entanto, há um grande perigo que ele se deixe sair do caminho, obcecado e empolgado com seus resultados, mesmo que seja através disto, o que é necessário, que ele deveria se ater. Além disso, é muito comum que ele se equivoque quanto o primeiro local de repouso do seu objetivo, tirando sua armadura como se fosse vitorioso quando a batalha mal começou. É desejável que o estudante nunca atribua ou prenda a algum resultado a importância que no princípio isto pareça possuir.
6. Então, vamos primeiramente considerar o Livro 777 e seu uso; a preparação do Local, o uso das Cerimônias Mágicas, e finalmente os métodos que se seguem no capítulo V, "Viator in Regnis Arboris" (Viajante nos Reinos da Árvore) e no Capítulo VI, "Sagitta trans Lunam" (Flecha além da Lua).
(Em outro livro será tratado sobre a Expansão e Contração da Consciência; progresso pela morte dos Chakras; progresso pela morte dos Pares de Opostos; os métodos de Sabhapaty Swami, etc., etc.)

II
1. O estudante deve primeiro obter um completo conhecimento do Livro 777, especialmente das colunas i, ii, iii, v, vi, vii, ix, xi, xii, xiv, xv, xvi, xvii, xviii, xix, xxxiv, xxxv, xxxviii, xxxix, xl, xli, xlii, xlv, liv, lv, lix, lx, lxi, lxiii, lxx, lxxv, lxxvii, lxxviii, lxxix, lxxx, lxxxi, lxxxiii, xcvii, xcviii, xcix, c, ci, cxvii, cxviii, cxxxvii, cxxxviii, cxxxix, clxxv, clxxvi, clxxvii, clxxxii.
Quando estiverem guardados na memória, ele começará a entender a natureza dessas correspondências.[1]
2. Se tomarmos um exemplo, o uso dessas tabelas se tornarão claras.
Vamos supor que desejas obter o conhecimento de alguma ciência obscura. Na coluna xlv, linha 12, encontrarás “Conhecimento de Ciências”. Agora olhando ainda na linha 12, em outras colunas, acharás que o Planeta correspondente é Mercúrio, seu número é oito, suas figuras lineares o octógono e octagrama. O Deus que rege esse planeta é Thoth, ou no simbolismo Hebraico Tetragrammaton Adonai e Elohim Tzabaoth, seu Arcanjo Raphæl, seu coro de Anjos Beni Elohim, sua Inteligência é Tiriel, seu Espírito Taphtatharath, suas cores Laranja (pois Mercúrio é a Esfera da Sephira Hod, 8), Amarelo, Púrpura, Cinza e Índigo tracejado de Violeta, sua Arma Mágicka a Vara ou Caduceu, seu Perfume Mástique e outros, sua planta Sagrada Vervain e outras, suas jóias a Opala ou Ágata; seu animal sagrado a Cobra, etc., etc.
3. Deverás então, preparar seu Local de Trabalho em conformidade. Em um círculo laranja, desenharias uma estrela de oito pontas amarela, nas pontas seria colocado oito lamparinas. O Sigilo do Espírito (que pode ser encontrado em Cornelius Agripa e outros livros) seria desenhado em quatro cores com tais outros meios como sua experiência puder sugerir.[2]
4. E assim por diante. Não podemos aqui nos alongar dentro de todas as preparações necessárias; e o estudante as encontrará completamente expostas mais adiante nos devidos livros, dos quais o Goetia seja talvez o melhor exemplo. Esses rituais não precisam ser imitados servilmente; pelo contrário, o estudante não deveria fazer nada do assunto o qual ele não entende; também, se ele tem qualquer capacidade seja qual for, ele achará seus próprios rituais brutos, porém mais efetivos do que aqueles altamente ilustrados de outras pessoas.
O propósito geral de toda essa preparação é como se segue:
5. Desde que o estudante é um homem cercado por objetos matérias, se é seu desejo dominar uma ideia em particular, ele deve fazer com que todo objeto material ao redor dele sugira diretamente aquela ideia. Assim, no ritual citado, se seu olhar recai sobre as luzes, seus números sugerem Mercúrio; ele sente os cheiro dos perfumes e novamente Mercúrio é trazido à sua mente. Em outras palavras, todo o aparato mágicko e o ritual é um complexo sistema mnemônico.
(A importância dessas mentiras, principalmente, está no fato que um grupo particular de imagens que o estudante pode encontrar em seus devaneios, correspondem à figuras lineares, nomes divinos, etc. particulares e são controlados por elas. Quanto a possibilidade da produção de resultados externos à mente do observador (que objetiva na aceitação do senso comum ordinário do termo), nós aqui nos silenciamos.)
6. Existem três práticas importantes conectadas com todas as formas de cerimonial (e a dois Métodos que mais tarde descreveremos). Esses são:
(1) Assunção de Formas-Deus.
(2) Vibração dos Nomes Divinos.
(3) Rituais de “Banimento” e “Invocação”.
Esses no mínimo, devem ser completamente dominados antes dos Métodos perigosos dos Capítulos V e VI serem tentados.

III
1. As Imagens Mágickas dos Deuses Egípcios devem se tornarem completamente familiares. Isto pode ser feito, estudando-as em qualquer museu público, ou em livros tais que podem ser acessíveis ao estudante.
Eles devem, então, ser cuidadosamente pintados por ele, tanto no modelo quanto na memória.
2. O estudante, sentado na posição do “Deus”, ou na atitude característica do Deus desejado, deverá então imaginar Sua imagem coincidindo com seu próprio corpo, ou envolvendo-o. Isto deve ser praticado até o domínio da imagem ser alcançado, e uma identidade com ela e com o Deus, ser experienciado.
Esse é um assunto para muito desgosto pois que nenhum teste simples e certo de sucesso, nessa prática, existe.
3. A Vibração dos Nomes de Deus. Conforme um significado adicional de identificação da consciência humana com aquela pura parte dela, que o homem chama pelo nome de algum Deus, que ele aja assim:
4. (a) Fique com os braços esticados. [3]
(b) Respire profundamente pelas narinas, imaginando o nome do Deus desejado entrando com a respiração.
(c) Que o nome desça lentamente do pulmão ao coração, o plexo solar, o umbigo, os órgãos reprodutores, e então aos pés.
(d) No momento que ele parecer tocar os pés, rapidamente avance o pé esquerdo cerca de 30 cm, lance o corpo para frente, que as mãos (tiradas de trás ao lado dos olhos) sejam lançadas para frente, então que você permaneça na típica posição do Deus Horus, e ao mesmo tempo imagine o Nome precipitando e atravessando o corpo, enquanto você respira para fora através das narinas o ar que até então estava retido nos pulmões. Tudo isso deve ser feito com a maior força da qual você seja capaz. [4]
(e) Então volte para trás o pé esquerdo, e coloque o dedo indicador direito [5] sobre os lábios, então que você esteja na posição característica do Deus Harpócrates. [6]

5. Um sinal de que o estudante está fazendo tudo corretamente, se dá quando uma simples “Vibração”, exausta inteiramente sua força física. Ela deverá causar uma quentura geral ou violenta transpiração, e isso deverá então enfraquecer-lhe a tal ponto que achará difícil permanecer de pé.
6. Este é um sinal de sucesso, embora somente pelo próprio estudante seja percebido, quando ele escuta o nome do Deus veementemente bramido próximo dele, como se pelo concurso de dez mil trovões; e deverá parecer a ele como se aquela Grande Voz procedesse do Universo, e não dele mesmo.

Em ambas as práticas acima toda lembrança ou ciência de qualquer coisa seja Forma-Deus e nome devem ser absolutamente apagados; e por mais tempo possível, ela toma a percepção para retornar, melhor.

[1]
Veja Ilustrações em The Temple of Salomon the King no Equinox I (2). Referências cruzadas são dadas.
[2]
Crowley dá exemplos similares em Eight Lectures on Yôga, parte II, leitura IV.
[3]
Esta injunção não se aplica a Deuses como Ptah ou Harpocrates, de que a natureza não está de acordo com este gesto.
[4]
Veja figura 34 a no final.
[5]
Ou o polegar, os dedos estando fechados. O polegar simboliza o Espírito, o indicador o Elemento Água.
[6]
Veja figura 34b no final.

IV
1. Os Rituais do Pentagrama e do Hexagrama devem ser comprometidos à memória. Eles são como se segue:
O Ritual Menor do Pentagrama
1. Tocando a testa, diga Ateh (É Ti ).
2. Tocando o peito, diga Malkuth (O Reino).
3. Tocando o ombro direito, diga ve-Geburah (e o Poder).
4. Tocando o ombro esquerdo, diga ve-Gedulah (e a Glória).
5. Juntando as mãos sobre o peito, diga le-Olahm, Amen (Para todas as Eras, Amém).
6. Virando para o Leste, faça um pentagrama (o da Terra) com a arma mágica apropriada (habitualmente o Bastão). Diga (ex.·. vibrando) I H V H (Ye-ho-wau).
7. Virando para o Sul, faça da mesma maneira, porém diga A D N I (Adónaí).
8. Virando para o Oeste, o mesmo, porém diga A H I H (Eheieh).
9. Virando para o Norte, repita o mesmo, porém diga A G L A (Agla).
10. Estendendo os braços na forma de uma cruz diga:
Diante de mim, Raphael;
Atrás de mim, Gabriel;
É minha direita, Michael.
É minha esquerda, Auriel;
Pois ao meu redor flamejam os Pentagramas,
E na Coluna está a Estrela de Seis Raios.


11. Repita de (1) a (5), a Cruz Cabalística.
O Ritual Maior do Pentagrama
Os Pentagramas são traçados no ar com a Espada ou outra arma, os nomes ditos em voz alta, e os sinais usados, são como ilustrados.

Os Pentagramas do Espírito
Os Sinais do Portal (ver ilustração no começo da página): Estenda as mãos na sua frente, palmas viradas para fora, separe-as como se num ato de abertura de um véu ou cortina.

Os Pentagramas do Fogo
Nome: ALHIM (Elohim).
O sinal de 4� = 7�: Eleve os braços acima da cabeça e junte as mãos, de forma que as pontas dos dedos e dos polegares se encontrem, formulando um triângulo (veja ilustração no começo da página).
(O Grau de 4� = 7�é particularmente atribuído ao Elemento Fogo; refere-se ao planeta Vênus; os Caminhos de Qof, Tzaddi e Peh estão atribuídos a este grau. Para outras atribuições veja 777 linhas 7 e 31).

Os Pentagramas da água
Nome: AL (El).
O sinal de 3� = 8�: Eleve os braços até que os cotovelos fiquem nivelados com os ombros, traga as mãos sobre o peito, tocando os polegares e as pontas dos dedos, formando assim, um triângulo com sua ponta para baixo. (Veja ilustração no começo da página).
(O Grau de 3� = 8� é particularmente atribuído ao elemento água; refere-se ao planeta Mercúrio; os Caminhos Resh e Shin estão atribuídos a esse grau. Para outras atribuições veja 777, linhas 8 e 23).

Os Pentagramas do Ar
Nome: IHVH (Ye-ho-wau).
O sinal de 2� = 9�: Alongue ambos os braços para cima e para fora, os cotovelos dobrados em ângulos retos, as mãos dobradas para trás, as palmas para cima como se estivessem suportando um peso. (Veja ilustração no começo da página).
(O Grau de 2� = 9� é particularmente atribuído ao elemento Ar; refere-se ao planeta Lua; o Caminho de T? está atribuído a este grau. Para outras atribuições veja 777 linhas 9 e 11).

Os Pentagramas da Terra
Nome: ADNI (Adonai).
O sinal de 1� = 10�: Avance o pé direito, estique a mão direita para cima e para frente, a mão esquerda para baixo e para trás, com as palmas abertas.
(O Grau de 1� = 10� é particularmente atribuído ao elemento Terra. Veja 777 linhas 10 e 32 bis).

O Ritual Menor do Hexagrama
Este ritual deve ser realizado após o "Ritual Menor do Pentagrama".
(I). Fique ereto, pés juntos, braço esquerdo ao lado, o direito cruzando o corpo, segure a Baqueta ou outra arma verticalmente na linha mediana. Então olhe para o Leste e diga:
(II). I.N.R.I.
Yod, Nun, Resh, Yod.
Virgem, Isis, Mãe Poderosa.
Escorpião, Apophis, Destruidor.
Sol, Osiris, Morto e Ressuscitado.
Isis, Apophis, Osiris, IAO.

(III). Estenda os braços na forma de uma cruz, e diga:
"O Sinal de Osíris Assassinado." (Veja ilustração no começo da página).
(IV). Eleve o braço direito apontando para cima, fazendo um ângulo reto com o cotovelo, e aponte o braço esquerdo para baixo, fazendo um ângulo reto com o cotovelo, enquanto vira a cabeça sobre o ombro esquerdo olhando para baixo de forma que os olhos sigam o antebraço esquerdo, e diga, "O Sinal do Luto de Ísis". (Veja ilustração no começo da página).
(V). Eleve os braços para cima num ângulo de sessenta graus um para o outro acima da cabeça, a qual está atirada para trás, e diga, "O Sinal de Apophis e Typhon". (Veja ilustração no começo da página).
(VI). Cruze os braços sobre o peito, curve a cabeça em direção do mesmo e diga, "O Sinal de Osíris Ressuscitado". (Veja ilustração no começo da página).
(VII). Estenda os braços novamente como em (III) e cruze-os novamente como em (VI) dizendo: "L.V.X., Lux, a Luz da Cruz"
(VIII). Com a arma mágica, trace o Hexagrama do Fogo ao Leste, dizendo "ARARITA".

Esta Palavra consiste das iniciais de uma sentença que significa, "Um é o seu início; Uma é sua Individualidade; Sua Permutação é Uma". (Aleph-Resh-Aleph-Resh-Yod-Tau-Aleph)

Esse Hexagrama consiste de dois triângulos equiláteros, com ambos os ápices apontados para cima. Comece do topo do triângulo mais alto e trace-o numa direção de rotação à direita. O topo do mais baixo deverá coincidir com o centro do triângulo mais alto.
(IX). Trace o Hexagrama da Terra ao Sul, dizendo "ARARITA".

Este Hexagrama possui o ápice do triângulo mais baixo apontando para baixo, devendo ser capaz de ser inscrito num círculo.

(X). Trace o Hexagrama do Ar ao Oeste, dizendo "ARARITA".
Esse Hexagrama é como aquele da Terra, porém suas bases de triângulos coincidem, formando um diamante.

(XI). Trace o Hexagrama da água ao Norte, dizendo "ARARITA".
Esse Hexagrama possui o triângulo virado para baixo colocado acima do mais alto, de forma que seus ápices coincidam.

(XII). Repita (I-VII).

O Ritual de Banimento é idêntico, exceto as direções dos Hexagramas, que devem ser invertidas.


O RITUAL MAIOR DO HEXAGRAMA

[NT: Veja a explanação individual dos seis hexagramas de invocação e seis hexagramas de banimento do Sol, na parte final deste documento]

Para invocar ou banir Planetas ou Signos Zodiacais.

O Hexagrama da Terra é usado sozinho. Desenhe o hexagrama, começando do ponto que é atribuído ao planeta com o qual você está lidando. (Veja 777 col. lxxxiii). Assim, para invocar Júpiter comece da ponta direita do triângulo inferior, trace-o numa direção de rotação à direita e complete; então trace o triângulo superior de sua ponta esquerda e complete.

Trace o sigilo astrológico do Planeta no centro de seu hexagrama. Para o Zodíaco, use o hexagrama do planeta que rege o signo que você necessita (777, col. xxxviii), mas desenhe o sigilo astrológico do Signo, ao invés do sigilo do Planeta.

Para a Cabeça e a Cauda do dragão (Caput e Cauda Draconis, também conhecidos como Nodos Lunares) use o hexagrama lunar, com o sigilo da Cauda Draconis (Nodo Sul) ou Caput Draconis (Nodo Norte).

Para banir, inverta o hexagrama.

Em todos os casos use uma conjuração primeiro com ARARITA, e depois com o nome do Deus correspondente ao Planeta ou Signo que você estiver lidando.

Os Hexagramas que pertencem aos Planetas estão servidos de badeja nas páginas precedentes.

2. Estes rituais deverão ser praticados até as figuras desenhadas aparecerem flamejantes, flamejando tão próximas às chamas físicas quanto talvez fosse visível aos olhos de um espectador, caso houvesse algum presente. É alegado que algumas pessoas verdadeiramente obtiveram o poder de atear fogo por estes meios. Quer isto seja ou não verdade, tal poder não é para ser almejado.

3. O sucesso no "banimento" é reconhecido pela "sensação de limpeza" na atmosfera; o sucesso na invocação pela "sensação de santidade" (ou sacralidade). É uma pena que tais termos sejam tão vagos. Mas ao menos esteja certo disto: qualquer figura ou ser imaginário deve obedecer instantaneamente à vontade do estudante, quando este usa a figura apropriada. Em casos obstinados, a forma do Deus apropriado poderá ser assumida.

4. Os Rituais de Banimento deverão ser usados no início de qualquer cerimônia. Depois, o estudante deverá usar uma invocação geral, tal como "A Invocação Preliminar na Goetia", assim como uma invocação especial que se adeque à natureza do seu trabalho.

5. O sucesso nestas invocações verbais é uma questão tão súbita, e seus graus delineados tão delicadamente, que deve-se deixar o bom senso do estudante decidir se ele deve ou não se satisfazer com o seu resultado.

V
1. Deixe o estudante relaxar em uma das suas posições prescritas, tendo ele se banhado e vestido com o decoro adequado. Permita que o local de trabalho que seja livre de qualquer perturbação e deixe que as purificações, banimentos e invocações preliminares sejam devidamente efetuados, e, por último, que o incenso seja aceso.
2. Ele deverá imaginar a sua própria figura (preferivelmente paramentado com sua vestimenta e arma mágicas peculiares) como que envolvendo o seu próprio corpo físico, ou posicionada próxima e em frente a ele.
3. Ele deve então transferir o acento de sua consciência para a figura imaginada, de forma que lhe aparente estar olhando através dos olhos dela e ouvindo com os ouvidos da mesma. Esta geralmente será a grande dificuldade da operação.
4. Ele deve então causar a suspensão da figura imaginada a uma altura acima da terra.
5. Ele deve então parar e olhar ao seu redor. (Algumas vezes é difícil abrir os olhos.)
6. Ele verá, provavelmente, figuras se aproximando dele, ou se tornará consciente de alguma paisagem. Ele deve conversar com tais figuras e insistir em ser respondido, usando os pentagramas e sinais adequados, como previamente ensinados.
7. Ele deve viajar pelos arredores à vontade, com ou sem orientação de tal figura ou figuras.
8. Deixe que ele empregue posteriormente tais invocações especiais de acordo com sua vontade para que façam surgir os lugares que ele desejar visitar.
9. Ele deve tomar cuidado com os milhares de ataques súbitos e decepções que ele poderá experimentar, cuidadosamente testando a verdade de todos com quem falar.
Assim, uma criatura hostil poderá aparecer vestida de glória; o pentagrama apropriado em tal caso a fará paralisar ou decair.
10. A prática fará com que o estudante se torne infinitamente cauteloso nestes assuntos.
11. Geralmente é bem fácil retornar ao corpo, mas no caso de qualquer dificuldade aparecer, a prática (novamente) tornará a imaginação fértil. Por exemplo, alguém pode criar em seu pensamento uma carruagem de fogo com cavalos brancos, e comandar que o cocheiro se dirija para além da Terra.
Pode ser perigoso ir muito longe, ou permanecer lá por muito tempo; pois a fadiga deve ser evitada.

O perigo mencionado é de poder haver desmaio, obsessão, perda de memória ou outra faculdade mental.

12. Finalmente, deixe o estudante unir o seu corpo imaginário com o qual ele supôs estar viajando com o seu corpo físico, apertando os seus músculos, encurtando sua respiração, e colocando o seu dedo indicador nos lábios. Então, ele deverá "despertar" por um ato de vontade bem definido, anotando suas experiências sóbria e acuradamente.

Pode ser acrescentado que esta experiência aparentemente complicada é perfeitamente fácil de se realizar. O melhor é aprender "viajando"; com alguém já experiente no assunto. Dois ou três experimentos deverão ser suficientes para render ao estudante confiança e até mesmo maestria. Veja também "The Seer", págs. 295-333.

VI
1. O experimento anterior possui um valor pequeno, e leva a poucos resultados com importância. Porém é suscetível de um desenvolvimento o qual se converte em uma forma de Dharana — concentração — e como tal pode levar aos mais altos resultados. O principal uso da prática no último capítulo é familiarizar o estudante com todo o tipo de obstáculo e todo tipo de ilusão, de forma que ele tenha o perfeito controle de toda ideia que possa surgir em sua mente, para dispensá-la, transmutá-la, para causar instantaneamente que esta obedeça à sua vontade.
2. Ele deverá então começar exatamente como antes; apenas com as mais intensas solenidade e determinação.
3. Ele deve ser muito cuidadoso ao fazer seu corpo imaginário surgir em uma linha exatamente perpendicular à tangente da terra ao ponto onde seu corpo físico está situado (ou, colocando de uma maneira mais simples, estendido para cima).
4. Ao invés de parar, ele deve continuar a elevar-se até que a fadiga quase tome conta dele. Se ele achar que parou sem vontade de fazê-lo, e que figuras apareceram, ele deve erguer-se a todo custo acima delas.

Sim, apesar de sentir sua vida estremecendo nos seus lábios, ele deve forçar seu caminho para cima e avante!

5. Ele deverá continuar nisto tão longamente quanto o alento de vida estiver nele. Qualquer que fosse a ameaça, qualquer que fosse a tentação, apesar de ser Typhon e todos os seus hospedeiros soltos de suas covas e aliados contra ele, ainda que viesse do verdadeiro Trono do Próprio Deus uma Voz o proibindo de ficar e que ele se satisfizesse com isso, mesmo assim ele deverá lutar contra, e sempre seguir adiante.
6. Por último chegará o momento onde toda sua existência será engolida pela fadiga, eufórico pela própria inércia.*

Deixe-o afundar (quando não puder mais haver luta, ainda que sua língua esteja mordida pelo esforço e o sangue escorra de suas narinas) nas trevas da inconsciência; e daí por diante, na chegada a si mesmo, deixe-o fazer sóbria e acuradamente, um registro de tudo o que ocorrera: sim, um registro de tudo o que ocorrera.

EXPLÍCITO:
* Isto ocorre em caso de falha. Os resultados de sucesso são tantos e tão maravilhosos que nenhum esforço feito aqui poderia descrevê-los. Eles estão classificados, como tentativa, em "The Herb Dangerous" Parte II, Infra".

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