Religiões - parte 1 - Mitraísmo e Mitologia Persa (Antônio Augusto Shaftiel)

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Mitraísmo

Com certeza, um dos maiores adversários da Cidade de Prata foi Mitras. Isso quando alguém se refere ao início do Cristianismo. A batalha entre os anjos cristãos e os servos de Mitras espalhou-se pelo mundo espiritual e passou pela Terra. Mitras foi derrotado, mas não destruído.

Muitas vezes Mitras aparece como filho de Ahura-Masda, sendo um dos juizes da ordem cósmica e ajudando na batalha contra o mal. É dito que ele nasceu de uma caverna ou uma rocha. Assim que começou a caminhar pela Terra, matou o Touro Divino. Do sangue da criatura, o deus criou todas as plantas e animais que beneficiavam a humanidade.

O deus Mitras é mais poderoso e esperto do que muitos imaginam. Sua influência começou como um deus indiano, da mitologia védica. Formava uma espécie de díade com o deus Varuna. Mitras era o senhor da luz e do sol, presidindo os contratos. Varuna era o senhor que brilhava durante a noite e velava pela palavra dada.

Sua importância era grande na Índia, mas Mitras não estava satisfeito com essa situação. Começou a espalhar sua influência pelo oriente, conquistando muitos fiéis entre os persas.

Seu poder aumentou, passando a ser visto cada vez mais como um guerreiro imbatível.

O mitraísmo tornou-se uma religião extremamente popular na persa. O culto tinha duas ideias essenciais: a preocupação ardente de pureza moral, mantida graças a uma atitude de combate, como se cada crente fosse “um soldado de sua crença”; a veneração da luz, “o único princípio universal, absoluto”, que era o Sol.

O reinado de Mitras durou bastante tempo na região persa (onde hoje é o Irã). Seu primeiro grande oponente na região foi Zoroastro, o profeta que tentou reformar toda a religião local. Esse mago invocou para a Terra o poderoso deus conhecido como Ahura-Masda. No início, houve um grande conflito entre os dois deuses, mas logo Ahura-Masda foi obrigado a reconhecer o poder do oponente.

O próprio Zoroastro foi obrigado a ceder, para que seu mestre pudesse ter espaço no povo persa. Considerou Mitras como um grande deus, que também merecia ser venerado. Algumas vezes as duas divindades chegaram até a ser confundidas como uma só.

Com o tempo, Mitras assumiu um papel de conciliador entre Ahura-Masda e seu grande rival, Angra-Mainyuy. Evitava que qualquer um dos dois vencesse a eterna batalha entre a luz e as trevas. Com isso, seu reinado era assegurado e os dois adversários continuavam suas disputas.

Nessa época, Mitras impedia a entrada dos anjos da Cidade de Prata em seu território. Ele sabia que os Serafins pregavam uma religião monoteísta em que outros deuses não teriam espaço. Apenas Demiurgo poderia reinar sozinho.

Pactos como os que fizera como Ahura-Masda não seriam possíveis. Então Mitras tentava mantê-los afastados.

O grande conflito entre as duas religiões só começou quando a influência de Mitras chegou ao Império Romano. O deus começou a influenciar os exércitos romanos e tornou-se a grande divindade dos legionários. Templos em homenagem ao deus se espalharam por toda parte, chegando a ser erguidos até na Inglaterra.

Mitras era um guerreiro muito poderoso. Liderava as batalhas de seus exércitos espirituais pessoalmente.

Suas habilidades durante as lutas incentivava ainda mais seus servos.

Naquela época, batalhas no mundo espiritual entre os servos de cada religião eram eventos mais frequentes do que os da época atual. Sendo um guerreiro excepcional, não foi à toa que Mitras adquiriu tanto poder e chegou até a influenciar os mortais, que ouviam as histórias de seus profetas.

A Época de Christos

Os problemas do Mitraísmo começaram com a vinda de Christos à Terra. No início, o deus guerreiro não se preocupou, achando apenas peculiar o modo de agir do Filho de Demiurgo. Além do mais, havia preocupações maiores com outros deuses que procuravam usurpar sua influência. Ares (ou Marte) era um desses.

O culto do deus sol alcançou grande popularidade entre os soldados romanos por volta de 100 d.C. Dizem que até o imperador Commodus foi iniciado na religião.

Mitras só começou a enfrentar problemas com os anjos da Cidade de Prata durante as guerras judaicas. Entre 60 d.C. e 70 d.C. ocorreram grandes batalhas entre os anjos judeus e os servos dos deuses romanos, que refletiam a luta entre os mortais. Na mesma época em que Tito destruiu o Templo de Jerusalém na Terra, sua versão no mundo espiritual também foi atacada e destruída. Muitos dizem que esse foi um trabalho de Mitras, mas há quem diga que os anjos cristãos tramaram contra seus irmãos judeus.

Mitras continuou suas batalhas contra os anjos durante os três primeiros séculos da era cristã. Enquanto a batalha era militar, o deus da luz levava vantagem e destruía os servos de Demiurgos facilmente. Dizem que o próprio Mitras chegou a derrotar três Serafins e ainda humilhou Uriel, o anjo do Sol.

Por volta de 312 d.C., os Nimbus entraram em ação. Por mais inteligente que Mitras fosse, sua astúcia não podia se comparar com o poder de manipulação dos Nimbus.

Sendo um deus da guerra, da verdade e dos contratos, estava acostumado a lutar de acordo com a verdade e usar manipulações menos sutis. O mitraísmo começou a declinar. Seu poder começou a ruir em Roma. Os governantes deixaram de louvá-lo e seu culto, que era secreto, foi obrigado a se esconder mais ainda. Mesmo conseguindo reagir e reavivar no período de 331 a 363 d.C., o deus sol acabou perdendo a batalha. Quando percebeu, Mitras já quase não tinha poder em Roma e havia se desgastado tanto em sua luta ali que não podia mais competir com deuses em outros locais. Os anjos o baniram para o Inferno.

Mitras desceu até as Profundezas levando toda sua luz consigo e uma legião de seguidores que ainda acreditavam em seu mestre. Levou consigo as almas de milhares de legionários romanos.

Sua primeiro entrada no Inferno assustou os demônios. Satã pensou logo em destruir aquele deus que tanto iluminava seu reino. Por pouco uma verdadeira guerra não se iniciou.

Lúcifer, mais acostumado com os poderes da luz e da honra, tratou de conversar com Mitras. Ambos descobriram rapidamente um desejo em comum, queriam se vingar dos servos de Demiurgo. O Primeiro Anjo Caído disse que Mitras e seus soldados poderiam ficar nos Campos Elíseos sem serem incomodados. Haveria um grande território destinado a eles. Em troca, o deus deveria ajudar a militarizar o Inferno. Mitras concordou com prazer. Sabia que assim agrediria de algum modo os servos de Demiurgo. Então começou a treinar os demônios, principalmente os cavaleiros da Morte e os Condenados. Anjos caídos também se tornaram grandes guerreiros quando aprenderam as técnicas de batalha de Mitras.

Ainda hoje, Lúcifer e Mitras discutem estratégias de batalha e se reúnem para conversar. Talvez o deus da luz seja o único companheiro que o Anjo Caído realmente preza no Inferno. Afinal, os dois têm muito em comum.

A Idade das Trevas

Mitras e seus seguidores não foram muito afetados pela Idade das Trevas. No Inferno, o deus liderava seus soldados e os treinava, parando apenas para descansar na Fortaleza do Sol e da Verdade ou para conversar com Lúcifer. Às vezes aproveitava para hospedar deusas com poderes relacionados à luz, sendo que muitos desconfiavam que tivesse alguns relacionamentos com divindades de outros panteões.

Os servos de Mitras compareciam à terra para ajudar demônios e , principalmente, anjos caídos na luta contra os seguidores de Demiurgo. Principalmente por suas habilidades ligadas à luz, podiam combater diretamente os anjos.

O culto de Mitras sobreviveu como uma pequena seita de magos, mas acabou dividido entre os seguidores do Oriente e do Ocidente. Ambos eram perseguidos tanto pelos cristãos quanto pelos muçulmanos. Enquanto os ocidentais continuam ligados à guerra, os orientais (principalmente na Índia) pregavam apenas a verdade, a luz e o cumprimento dos contratos.

Suas maiores bases ainda estavam na Itália, com templos ocasionais na França. Tentavam influenciar qualquer atividade ligada à guerra ou ajudar o Arkanun Arcanorum a selar acordos e a lidar com magias da luz. Mesmo sendo poucos, os seguidores de Mitras faziam parte da elite de guerreiros místicos do Arcanorum. Ajudavam a caçar anjos e a invocar demônios “menos perversos”.

A Época Atual

A missão dos servos de Mitras não mudou muito. A diferença é que eles se adaptaram às técnicas de combate do mundo moderno e se escondem ainda mais de seus inimigos. Ainda fazem parte do Arcanorum, mas afastam-se lentamente para evitar desconfianças. Suas bases se espalharam pelo mundo, mas continuam pequenas e com poder limitado. Sua influência na Itália é quase imperceptível, mas ainda estão lá. Seu poder maior continua sendo no Oriente, mas não como guerreiros e sim como mestres da verdade e da luz.

Mitras continua no Inferno e raramente visita a Terra. Apenas tenta aprender sobre as evoluções do mundo moderno fazendo contato com seus seguidores ou com as almas de seus fiéis que aparecem em seu reino. Tem esperado pacientemente pelo Apocalipse. Treina seus soldados com todo fervor, como
se uma grande guerra estivesse próximo. E seus planos são de entrar em guerra em breve. Ele pretende deixar as forças de Satã e Demiurgo se destruírem no Apocalipse para depois aparecer e destruir com tudo o que restar da Cidade de Prata.

O Culto de Mitras

Fundação: 1400 a.C.
Base: Oriente Médio e Itália, além da Índia.
Atuação: Locais em que haja guerra e contratos precisem ser selados.
Personalidades: Mitras

História

O Culto de Mitras sempre seguiu o deus e suas conquistas, contando para os mortais as vitórias da divindade no mundo espiritual. Além disso, ajudavam a apresentar a verdade e a selar contratos. Saíram da Índia e passaram pela Pérsia, chegando até Roma.

Mitras era louvado nas chamadas Mithraea, cavernas construídas para representar seu local de nascimento. Muitas dessas cavernas foram destruídas durante o declínio da religião e na Idade Média, mas ainda existem algumas. Elas estão espalhadas pela Itália, principalmente em Roma.

À medida que avançava pelo mundo, o culto foi mudando junto com seu deus. Os mitríacos começaram a assumir os valores de luta e guerra. Tornaram-se verdadeiros guerreiros da verdade e da luz, espalhando a pureza moral no povo. Assim marcou-se a grande diferença entre os mitríacos do Ocidente e do Oriente.

Algo que caracterizava os seguidores de Mitras era o fato de a seita ser secreta. Quando se submetiam à iniciação, não podiam mais revelar-se para o povo como seguidores. Deveriam manter seu poder em segredo. O deus deveria ser conhecido e louvado, mas não eles.

O Culto de Mitras ainda tem muitas pessoas importantes em seu meio e consegue bastante dinheiro com isso. Além de sua importância ao selarem acordos.

Características

A cor símbolo dos seguidores de Mitras é o vermelho, que representa o fogo, o Sol e o sangue. O culto prega que todos devem ser puros de corpo e alma e combater os males do mundo de qualquer forma. Desnecessário dizer que eles consideram a Cidade de Prata um grande mal.

Na Idade Média, costumavam portar espadas, principalmente gládios. Além disso, usavam mantos vermelhos e máscaras. Armaduras também eram comuns entre esses guerreiros.

Atualmente, procuram comprar armas da mais alta tecnologia, usando o dinheiro do culto. Ainda sim, gostam de manter um gládio abençoado, com magias para ferirem anjos.

Graus

Os seguidores de Mitras se dividem em sete graus, cada um sob a influência de um planeta: Corax sob Mercúrio, Nymphus sob Vês, Miles sob Marte, Leo sob Júpiter, Perses sob a Lua, Heliodromus sob o Sol e Pater sob Saturno.

Os Mitri

Assim como as almas dos cristãos são transformadas em anjos, os seguidores de Mitras tornavam-se seus legionários quando morriam. Eram guerreiros de extremo valor e poder, capazes de enxergar a verdade em qualquer lugar, exercer poder sobre a luz e ainda ajudar os povos a cumprirem suas promessas e contratos.

A maioria foi banida para o com a derrota de seu deus. Mas lá eles continuaram treinando e recebendo as almas de outros fiéis, além de recrutarem qualquer alma pagã, mas justa, que tenha caído nos círculos infernais. Assim a continuação dos legionários foi assegurada e seu número até aumentou um pouco.

Muitos ainda continuaram indo até a Terra para ajudar anjos caídos e combater os servos de Demiurgo. Mesmo assim, eles são apenas aliados providenciais dos demônios. Nenhum deles apoia a mentira e as forças das trevas. Mesmo que no Inferno não haja luta entre eles, há desavença quando territórios são disputados na Terra.

Os legionários de Mitras possuem uma aparência ligada à luz e ao fogo. Suas mãos e pés são envolvidas por uma aura de fogo ou luz como luvas e botas. Seus cabelos são feitos da mesma aura. Os olhos brilham como dois sóis.

Os Mitri que vieram de almas romanas costumam vestir armaduras de legionários e portar gládios e lanças mágicas. Alguns ainda possuem máscaras em que apenas seus olhos brilhantes e ardentes aparecem.

Aqueles que vêem da Índia não possuem um aspecto tão militar. Preferem apenas mantos vermelhos e usam poderes mais ligados à mente.

Mitologia Persa

O masdeísmo ou zoroastrismo foi uma das religiões do Império Persa, tendo se tornado famosa na época de Dario. Quem começou a pregar esta religião foi Zoroastro, o profeta e mago que invocou Ahura-Masda. Foi ele quem escreveu o Avestá e começou a reforma religiosa dos persas. Enquanto pregava, Zoroastro espalhava a palavra de Ahura-Masda e fazia sua influência se exercer cada vez mais na região. Com o apoio dos reis, principalmente a dinastia dos Aquênidas (668-330 a.C.). Houve um intervalo longo em que Ahura-Masda perdeu poder, mas voltou com a dinastia dos Sassânidas (226-729 d.C.).

Zoroastro

Zoroastro foi um mago poderoso e um profeta pouco comum mesmo em seu tempo, quando a magia era mais influente na vida dos mortais. Foi o responsável por escrever o Avesta, livro sagrado do masdeísmo ou zoroastrismo. Dizem que ele nasceu por volta do século VII a.C. ou em 1000 a.C. e que não teria vindo ao mundo chorando como todos, mas sim rindo, entre a “alegria universal”. Contudo, muitos quiseram acabar com a criança que seria um dos maiores profetas persas. Entre esses estavam os padres heréticos.

Aos vinte anos, saiu de casa para procurar o homem mais desejoso de retidão e mais dedicado a dar de comer aos pobres.

Acreditava que as verdadeiras obras eram alimentar os miseráveis e os animais. Conservou-se sete anos silencioso em uma caverna. Então, ao completar trinta anos, foi visitado pelos Amesha Spenta e recebeu várias revelações, além de aprender a dominar os diversos elementos do cosmos.

Esses seres espirituais haviam atravessado a barreira entre Paradísia e a Terra para encontrar Zoroastro. E o incumbiram de levar a palavra de seu senhor, Ahura Masda (ou Ormasd), até os mortais.

Então Zoroastro começou a pregar, tomando uma vida errante e percorrendo o Oriente Médio, chegando até os confins do Afeganistão. Em cada região, recebia mais uma das revelações e aprendia um pouco mais, podendo entender animais domésticos, dominar o fogo, a água, a terra, as plantas e os metais. Tornou-se um dos magos mais poderosos de sua época. Então atraiu a atenção de uma das criaturas de Tenebra, Angra-Mainyu (ou Arimã), o líder dos Divs e grande inimigo de Ahura-Masda. Com todo seu poder, Zoroastro conseguiu impedir a criatura de se manifestar na Terra e, ainda, resistiu à sua tentação.

O profeta conseguiu converter pessoas por toda parte, até entre os hindus e os gregos. Sua sabedoria era imensa. No início, sua pregação era pacífica, mas no fim de sua vida, começou uma guerra santa contra os infiéis.

A moral de Zoroastro consistia em levar os homens a procurar a perfeição, através dos pensamentos, palavras e atos. Depois da morte, o bem e o mal seriam pesados em uma balança e ela seria julgada conforme o peso de suas ações. Zoroastro acabou morto em meio às guerras religiosas. Foi alvo do ataque dos hereges que se recusavam a crer em Ahura-Masda. Mesmo assim, sua alma foi levada pelos Amesha Spenta para Paradísia, onde deveria descansar em paz.

A Chegada de Ahura-Masda

Não fosse pelo poder de Zoroastro, Ahura Masda não poderia exercer sua influência na Terra. Graças às pregações do profeta e à sua invocação, o deus pôde sair de Éden, passar por Paradísia e chegar na Terra. Antes disso, conseguia chegar apenas à Spiritum, onde encontrou Angra-Mainyu. Quando os dois se encontraram, logo perceberam que eram essências opostas e igualmente poderosas. Houve uma luta gigantesca e Masda conseguiu mandar seu inimigo para o Inferno. Mainyu acabou se estabelecendo como uma poderosa energia maligna que cobre do Primeiro ao Sexto Círculo.

Enfraquecido, Masda precisou do poder de Zoroastro para começar seu culto na Terra. Ainda precisou lutar contra Mitras, mas desistiu quando percebeu que se enfraqueceria ainda mais na disputa com o deus guerreiro. Então os dois se tornaram quase que aliados.

Quando seu poder se estabeleceu na terra e em Paradísia, Masda começou a procurar por aliados. Além dos Yazatas e Fravashis, queria contato com outras religiões. Acabou encontrando-se com os seguidores de Demiurgo. Como em um tratado de paz, Masda ordenou a um de seus reis que liberasse os judeus do cativeiro da Babilônia. Então iniciou-se uma aliança entre a Cidade de Prata e as Cinco Cidades do Paraíso.

Enquanto exercia sua influência, Masda criou cinco cidades na Terra, mas levou-as pouco tempo depois para Paradísia, tornando o conjunto sua cidade sede, onde as almas de seus fiéis viveriam eternamente.

A primeira cidade criada foi Ghaon, onde nasciam rosas por toda parte e os pássaros tinham plumagem de rubi. Depois veio Muru, a cidade santa e sublime. A terceira foi Bachdi, onde flutuavam mil estandartes, em redor dos quais se estendiam viçosas pastagens. Em seguida, a cidade da fé foi construída, Niça. A última foi Haroju, cidade dos ricos palácios.

Masda tentou criar um lugar perfeito para seus súditos viverem, só que Angra-Mainyu corrompeu todas de alguma forma. Então o deus do bem foi forçado a levar suas criações para Paradísia. E o surpreendente acontece. Mesmo lá, seu inimigo tinha alguma influência. Angra Mainyu foi o primeiro das criaturas de Tenebra a conseguir tocar Paradísia. Masda fez de tudo para conseguir manter seu arquiinimigo longe de Paradísia e das Cinco Cidades do Paraíso. Passou a usar apenas a Terra como plano de batalha. Começou a abençoar heróis que destruiriam Angra Mainyu. E, então, aparecerão as grandes lendas da mitologia persa. Heróis como Hochang, o primeiro rei, e Tahmuras lutaram bravamente contra o deus do mal, conseguindo até dominar suas forças. Angra-Mainyu estava fraco por sua tentativa de contaminar Paradísia com sua energia. Seus divs (seus generais demônios) estavam mal organizados e não suportaram o avanço dos Amesha Spenta. Caíram um a um frente a força dos heróis e dos servos de Masda.

Apenas no reinado do herói Jamshid, o poder de Mainyu voltou. Ele conseguiu corromper o rei e levá-lo para o lado da corrupção, fazendo-o perder o apoio de Masda. O caos provocado foi gigantesco e, durante algum tempo, um dos servos de Mainyu governou. Este só foi vencido por um outro herói abençoado, filho de Jamshid. Seu nome era Faridun.

Durante muito tempo essas batalhas continuaram. Reis abençoados por Masda subiam ao poder e eram desafiados. Mas os heróis nunca desistiam de sua luta pela luz.

A Época de Christos

Ahura-Masda teve grande amizade com Demiurgo. Como prova disso, enviou três de seus magos para dar boas vindas a Christos. Os três reis magos eram seguidores fiéis do masdeísmo e ofereceram presentes ao Messias que acabara de nascer.

Nessa época, Masda tivera grandes problemas com seus inimigos, inclusive com os deuses gregos. Sua influência na terra diminuíra muito, mas seus padres-reis continuaram exercendo seu poder e os magos seguidores de Zoroastro ainda tentavam aumentar a influência do deus na Terra.

A Idade das Trevas

O final do masdeísmo se deu na Idade das Trevas. É difícil compreender o que aconteceu, mas sabe-se que o poder de Masda já diminuíra bastante na Terra. Ele já não tinha a mesma
influência e seus magos começavam a se enfraquecer. Então o islamismo apareceu para acabar com a influência dos Amesha Spenta na Terra. Formando um grupo a parte, tendo deixado a Cidade de Prata, os anjos muçulmanos começaram a espalhar seu poder por todo o Oriente Médio, destruindo espíritos e deuses.

Se já estava fraco, Masda perdeu ainda mais poder e foi obrigado a se refugir nas Cinco Cidades do Paraíso, não tendo mais energia para criar tantos heróis na Terra. Sozinhos, seus magos foram obrigados a se esconderem. Não puderam continuar com seus templos e poderes sem apoio direto dos Amesha Spenta.

Os Fravashis continuaram protegendo os clãs que louvavam Masda, mesmo que eles diminuíssem cada vez mais com o passar dos anos. Continuaram agindo como anjos da guarda, dado sua vida pelas almas dos mortais.

Os anjos muçulmanos se tornaram seus grandes adversários, havendo batalhas constantes entre as duas religiões no mundo espiritual. Magos de ambos os lados lutavam entre as sombras. A Sociedade de Hassam começou a atuar e eliminou os mais poderosos seguidores de Masda. Restaram apenas alguns poucos magos e clãs que continuaram louvando o deus na Terra.

A vitória de Mainyu parecia certa, mas até mesmo seu poder foi enfraquecido pelos anjos muçulmanos. Seus demônios foram destruídos pelas forças angelicais ou forçados a recuar a disputa por território com os servos de Íblis.

A Época Atual

Apenas um grupo de magos segue diretamente Ahura-Masda. São os chamados Masdeístas. Eles são os líderes dos clãs que restaram e continuaram louvando a palavra do deus.

Resolveram repudiar o Arkanun Arcanorum e mantiveram-se afastado de toda a sociedade mágica, apenas caçando demônios e qualquer outro servo de Angra-Mainyu.

Eles esperam pela chegada do salvador, Saochyant, e tentam manter os clãs fiéis e protegidos. Os Fravashis ainda aparecem na Terra, principalmente como protetores dos masdeístas. Sua influência é quase imperceptível se comparada com o poder de outras religiões. Mesmo que apareçam em outras terras, ainda são mais numerosos no Oriente Médio. Seja como for, eles seguem os clãs restantes. E como muitos deles seguiram os árabes pelo mundo, podem ser encontrados em várias partes do Ocidente. O mesmo pode-se dizer dos servos de Angra-Mainyu.

Ahura-Masda tem sentido o poder de seu inimigo aumentando e acha que ele poderá voltar a atacar as Cinco Cidades do Paraíso. Sabendo que não poderá resistir a esse poder, tem pensando em pedir ajuda à Cidade de Prata. Tal fato gerou muita discussão entre os Amesha Spenta e mesmo entre os Yazatas.

Os Servos de Ahura-Masda


* Os Madeístas *

Os Madeístas acreditam que o homem é responsável por suas ações, sejam elas boa sou más. Sendo o senhor de seu destino, ele deve procurar a perfeição através de pensamentos, palavras e atos. Deve lutar contra o mal, preocupando-se com a pureza do corpo e da alma, tornando-se um aliado de Ahura-Masda.

* Amesha Spenta *

Os Amesha Spenta são os generais e ministros de Masda. Podem ser comparados aos Arcanjos da Cidade de Prata. Cada um tem seu papel ao lidar com a humanidade e a Terra, além de liderar um grupo de Fravashis na luta contra as forças infernais.

Existem seis Amesha Spenta. São eles: Vohu-Mano, O Supremo Justo; Acha-Vahichta, a Virtude Máxima; Khchathra-Vairya, o Império Ideal; Armaiti, a Devoção Generosa; Haurvatat, a Saúde Perfeita; Ameratat, a Imortalidade.

Além dos seis, há Sraosa. Ninguém sabia ao certo se ele é um Amesha Spenta ou um Yazata. Devido a seu poder nas cinco cidades e ao grupo de Fravashis que comanda, muitos o consideram um dos generais. É um dos grandes juízes, além de mestre da devoção religiosa.

* Os Yazata *

Logo após os Amesha Spenta apareciam os Yazata. Eram uma espécie de espírito poderosos, mas que não deviam obediência aos generais das cinco cidades. A maioria preferia viver em Spiritum ou na Terra, mas acabou obrigada a mudar para as cinco cidades após a Idade das Trevas. Muitos deles acabaram mortos pelos anjos muçulmanos ou encontram-se aprisionados.

Muitos são quase tão poderosos quanto deuses, como era o caso de Atar, filho de Masda. Atar era o mestre do fogo e ainda está vivo, mas foi aprisionado pelos anjos muçulmanos na Idade das Trevas. Dizem que sua prisão está em algum lugar do Irã.

Muitos Madeístas procuram libertar Atar para garantir mais
um grande guerreiro a seu lado, mas sua encontrar sua prisão sem dados específicos em um país tão grande é bastante difícil.

Os Fravashis

Se os Amesha Spenta podem ser chamados de Arcanjos, então os Fravashis (sigular Fravartin) são os anjos da mitologia persa. Forma criadas para guiar as almas de seus seguidores até o céu, ajudar na criação do mundo e proteger os clãs e famílias.

Todo Fravartin possui uma lança mágica que é presente de Ahura Masda. Essa arma permite destruir demônios e proteger seus fiéis. Eles podem localizar os membros das famílias que protegem sem problema algum.

Cada um segue a um Amesha Spenta e recebe poderes a
partir dele.

Os Servos de Angra Mainyu


* Os Divs *

Também chamados de Daevas (não confundir com os deuses hindus) são os generais do mal, que se opõe diretamente aos Amesha Spenta. São também em número de seis e cada um tenta corromper os mortais e afetar o reino de Masda de alguma maneira.

São eles: Aesma Daeva, Aka Manah, Indrah, Nanghaithya, Saurva, Tawrich e Zarich. Cada um se opõe diretamente a um dos Aemsha Spenta. Todos vivem nos Círculos Infernais, planejando sua volta à Terra e em disputa constante com os servos de Íblis.

Os demônios servos dos Divs também recebem poderes específicos de acordo com o general que servem.

* Drujs *

Esses espíritos malignos são femininos e monstruosos. Envenenam a vida pela mentira, impedem a devoção por meio do sono e tornam os cadáveres corruptos, fazendo moscas crescerem destes. Muitas Drujs eram bruxas que se tornaram tão ligadas ao poder corrupto de Angra-Mainyu que conseguiram poderes demoníacos, gerando descendência que mais estava ligada ao Inferno do que à Terra.

Elas ainda existem e estão espalhadas pelo mundo, mesmo que em pequeno número. Ainda tentam exercer seu poder de corrupção, mas são obrigadas a esconder suas formas horrendas. Dizem que procuram algum contato com as seguidoras de Luvithy.

* Pairikas *

Muito parecidas com as succubus, mas possuem contato com os elementos. As Paiaikas escondem sua maldade sob aparência sedutora e têm influência na terra, água, fogo, gado e plantas. Também podiam usar seu poder sobre as estrelas e impedir a chuva. Essas criaturas adoram seduzir os fiéis e acabar com sua Fé, ainda cercando suas famílias com muita desgraça.

* Yatus *

Os Yatus são os magos que servem Angra-Mainyu. Eles não possuem nenhuma ordem específica. Muitos são apenas mortais ansiosos por poder que fazem pactos com o deus. Outros foram alvos da manipulação do Espírito do Mal e se tornaram seus servos. Eles até chegam a se reunir para colaborarem, mas isso só acontece sob influência dos Divs.

Todos parecem apresentar uma obsessão por se disfarçar nas religiões e tentar converter os seguidores de Masda para outro caminho. Não importa se eles se tornem católicos, muçulmanos ou budistas. O que os Yatus querem é afastá-los da fé de Masda.

* Outras Divindades *

Apaosa: Um demônio que traz a seca e a aridez. Monta um cavalo negro e sem pêlos.

Aji-Dahaka: Era uma Druj que se transformou em uma serpente com três cabeças, seis olhos e três bocas. Vive no Inferno e é uma serva de Angra-Mainyu.

Mah: Yazata ligada à Lua. Favorece o crescimento das plantas.

Trichtriya: O chamado Inspetor das Estrelas. Yazata ligado à chuva. Recebe sacrifícios e assegura aos homens descendência numerosa e riquezas, além de purificação da alma. Sua arma é o relâmpago. Um dos líderes do exército de Masda e grande inimigo de apaosa.

Verethraghma: Yazata ligado à guerra, invocado na guerra contra homens e demônios.

Zurvan: É um dos grandes deuses de Éden. Tem aparência andrógina e dizem que é o pai de Masda e Mainyu. É um dos deuses primordiais e uma das figuras mais importantes do Tribunal de Paradísia, por ser uma figura totalmente neutra. Tem poder sobre os quatro elementos.

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