O que vão pensar os arqueólogos daqui 2 mil anos ao descobrirem os objetos de nossa época?

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No início do quinto milênio, graças aos testemunhos e provas materiais, habilmente interpretados por arqueólogos, ressurge um mundo fascinante, misterioso e há muito esquecido: o nosso...

O que restará de nos daqui 2000 anos? O que compreenderão de nosso modo de vida os possíveis arqueólogos do futuro? Este é o tema da exposição "Futur antérieur", que apresentou pela primeira vez futuras relíquias preciosas de nossa época, iluminadas sobre uma nova luz.

Um mergulho bem humorado e sensível dentro do universo da arqueologia fictícional.

Nossa época privilegia o efemêro, o descartável... O que deixaremos?

Muitas vezes pensamos que o nosso mundo saturado de imagens e informações por escrito deixará aos historiadores do futuro incontáveis documentos, provas compreensíveis e detalhadas de nossa civilização. Nada é menos certo.

Depois de mais de um século, a composição química do papel o condena a uma destruição relativamente rápida. As fitas magnéticas e as fotos são muitos frágeis, assim como a mídia digital. É improvável que um CD-ROM enterrado por 2.000 anos permaneça legível. Além disso, a evolução acelerada da tecnologia provocará gigantescas perdas; quais computadores ainda são capazes de ler informações arquivadas em disquetes de quinze anos atrás? Enfim, sobra uma pequena amostra de arquivos com as informações que circulam: notas, agendas, correio (eletrônico ou não), propagandas e outros preciosos testemunhos de nosso cotidiano são efemêros. Salvo exceções milagrosas, apenas permanecerão os textos em relevo sobre vidro, cerâmica, metal ou pedra.

O futuro pertence portanto às escavações que exumarão os vestígios de um mundo há muito esquecido. Como ocorre nos dias atuais, os arqueólogos do futuro também tentarão desvendar nossa época de alguma forma restaurando o passado, com base em vestígios estranhos, fragmentados e aleatórios, através de interpretações empíricas. E, assim como agora, eles às vezes se enganam...

Vejamos alguns objetos arqueológicos da exposição "Futur antérieur" e a possível descrição que os arqueólogos darão daqui 3000 anos...

Vaso cerimonial
Com um longo bico longo em sua extremidade e uma alça semicircular, decorado com uma saliência na parte inferior, este recipiente de metal finamente trabalhada provavelmente foi reservado para servir bebidas em festas e cerimônias especiais.

Estátua do
homem com o copo
de libação


Portando uma longa barba e usando um gorro, o homem é, sem dúvida, um personagem de caráter elevado, ou mais provavelmente um sacerdote notável, cujo semblante benevolente enfatiza a função protetora. Seu traje, casaco claro e cinto, calça e sapatos arredondados, fornece valiosas evidências sobre vestuário para homens de alto escalão. Ele segura um copo perfurado, o que ajudou a provar a função ritualística deste tipo de recipiente.

Fragmento de afresco
Raro testemunho esse fragmento reflete toda a maestria dos artistas do fim do século 20 e início do século 21: riqueza cromática, liberdade e flexibilidade das linhas, contrastes vívidos e combinação harmoniosa de traços. O afresco pertencia provavelmente à pomposa decoração da casa de um cidadão notável.

FONTE: Futur antérieur - Musée du Pic-Saint-Loup - Hominidés


Tradução livre de:
LIZZA BATHORY
LIZZA BATHORY
Blogueira no blog O Submundo
elizabeth.bathory.ce@gmail.com
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