A RECEPÇÃO DE SADE NO BRASIL NA DÉCADA DE 60: O MERCADO EDITORIAL

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A década de 60, em relação às edições das obras do Marquês de Sade no Brasil, foi o marco inicial das publicações dos livros sadeanos. O foco desta análise é identificar os membros responsáveis pelas edições das obras do marquês no período em questão, tais como tradutores, editores, comentadores, prefaciadores e ilustradores, e traçar as possíveis conexões entre tais indivíduos, além de analisar as apropriações da imagem de Sade inseridas nas obras.

Há registros, da presença de Sade em território brasileiro, anteriores à década de 60. Tais registros repercutiam a possibilidade de se produzir no Brasil os resultados que as investigações e a recuperação das obras do marquês obtiveram no cenário internacional. Em 1957, Domingos de Lucca Jr., através do Jornal Folha de São Paulo, escreve sobre o julgamento de Jean-Jacques Pauvert, em artigo titulado Cuidado com Sade, “O advogado Maurice Garçon, defensor de J. J. Pauvert, editor das obras do marquês de Sade, que está sendo processado por ultraje aos bons costumes [...]. Lançamos o aviso pois sabemos que há alguém em São Paulo querendo traduzir e editar Sade...” (LUCCA JÚNIOR, 1957: 2)

Domingos de Lucca Jr. alerta e anuncia aos seus leitores a
possibilidade de editarem as obras do marquês no Brasil, e por mais que não seja explícito, possivelmente já se sabe quem são esses “sujeitos” que pretendem publicar Sade. Cruzando as informações da notícia com os dados que temos à disposição sobre as edições de Sade no Brasil, penso que se trata da obra Novelas do Marquês de Sade e um estudo de Simone de Beauvoir, publicada em São Paulo, no ano de 1961 pela editora Difusão Europeia do Livro, sendo esta a primeira obra a conter traduções de textos do Marquês de Sade, como é anunciado pelo Jornal O Estado de São Paulo.

Foi rompido o ineditismo do Marquês de Sade em língua portuguesa, através de uma edição da Difusão Europeia do Livro: seis novelas do autor, selecionadas de diversos tomos em tradução de Augusto de Sousa, acompanhadas de um longo estudo de Simone de Beauvoir, que corresponde ao mais equilibrado julgamento da atualidade sobre Sade, uma nota de Lívio Xavier e uma introdução onde Jamil Almansur Haddad examina a influência sobre tudo do sentido da obra de Sade no Brasil. (O ESTADO DE S. PAULO, 1961: 8)

O primeiro texto de autoria de Sade presente na obra é o Diálogo entre um padre e um Moribundo, traduzido por Fernando Correia da Silva. Sobre o tradutor, Silva nasceu em Lisboa no ano de 1931, foi membro da MUD (Movimento de Unidade Democrática) estudantil. Em 1954, perseguido pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) veio ao Brasil como exilado político.

O texto original Dialogue entre un prêtre et un moribond, foi retirado da edição de Pauvert, publicada em Paris, no ano de 1935, em forma de folheto. Os outros textos foram, todos, traduzidos por Augusto de Sousa: Augustine de Villeblanche ou o estratagema do amor foi traduzido da antologia Les vingt meilleures nouvelles françaises, lançada em Paris, 1956, pelo editor Pierre Seghers. E Eugénie de Franval, novela trágica; Miss Henriette Stralson ou as consequências do desespero; Florville e Courval ou fatalismo; Ernestina, novela sueca.

Todas as últimas quatro obras foram extraídas e traduzidas da obra Les crimes de l’amour, editadas por Pauvert, e publicadas em 1935, Paris. E o ensaio de Simone de Beauvoir, Deve-se queimar Sade?, extraído e traduzido da 12ª edição de seu livro de ensaios Privilèges, lançado em Paris pela Gallimard em 1935.

No Brasil, assim como no exterior, membros do surrealismo foram os principais responsáveis pelo início da disseminação do pensamento sadeano, tais como Jamil Almansur Haddad e Lívio Xavier.

A obra Novelas do Marquês de Sade e um estudo de Simone de Beauvoir, além dos textos traduzidos de Sade, contêm o texto de Jamil Almansur Haddad, Sade e o Brasil.

Haddad nasceu no ano de 1914 em São Paulo, e faleceu em 1988. Formou-se em medicina e, paralelamente, foi crítico, ensaísta, historiador, teatrólogo, antologista e tradutor. E é referenciado como personagem de destaque no surrealismo brasileiro.

O responsável por redigir o texto presente nas orelhas, ou abas, do livro foi Lívio Xavier, jornalista, tradutor e militante comunista, pertencente da Liga Comunista Internacionalista de matiz trotskista, da qual fazia oposição à política do Partido Comunista Brasileiro. Nasceu na Granja, cidade da zona norte cearense, em 1900, e
morreu na cidade de São Paulo, em 1988.

Assim como Jamil Almansur Haddad, Xavier foi membro de destaque no surrealismo brasileiro, movimento presente e de grande importância para a inauguração das edições de Sade no Brasil.

O livro não foi produzido com o único objetivo de publicar Sade, e tornar acessível ao leitor brasileiro o conteúdo das obras sadeanas. Lívio Xavier e Jamil Almansur Haddad tinham outras intenções além dessa.

A vida do Marquês de Sade, assim como sua fama atual de escritor, pois foi preciso passar mais de um século para que êle fosse reconhecido, embora a medo, como um dos precursores do pensamento moderno, de Nietzsche a Freud, desenvolveu-se inteiramente sob o signo da glória equívoca de autor obsceno e de primeiro indivíduo, cuja obra literária os especialistas de medicina legal observaram compridamente as devastações da perversão sexual que a posteridade denominou de sadismo. (XAVIER, 1961: orelha)

[...] Que ele não é apenas aquele frenesi de sexo e que obrigou a Direção da Biblioteca Municipal de São Paulo a retirá-lo de seu acervo para que os estudantes adolescentes não continuassem inflacionando a sua procura, transformando num mero motivo de entretenimento ou de excitação erótica. (HADDAD, 1961:
16)

Os autores defendiam a mudança da imagem construída acerca de Sade, dissociando-o unicamente da perversão sexual, e o enaltecendo como filósofo. Xavier deixará explícita a importância do marquês, considerando-o como um dos precursores do pensamento moderno. E essa ideia será confrontada com aquela em que a leitura de Sade é apresenta como uma distração excitante juvenil.

Investigar o que o mercado editorial publicava sobre Sade no Brasil nos anos 60, pode nos ajudar a compreender o leitmotif, as motivações e os interesses nas obras do marquês. Inclusive as obras de autores estrangeiros, traduzidas e publicadas no Brasil e que tinham Sade seu personagem principal, tais como: Deve-se
queimar Sade?
, de Simone de Beauvoir; Sade: o santo
diabólico
, de Guy Endore; O verdadeiro rosto do Marquês de Sade, de Jean Desbordes.

Durante seis anos não ocorreu nenhuma publicação de obras, cujo tema seja Sade. Somente em 1967 foi publicado Sade: o santo
diabólico
, de Guy Endore, pela editora Civilização Brasileira, cuja tradução é de Waltensir Dutra.

A orelha da obra, Sade: o santo diabólico, cujo título é O filósofo da crueldade foi redigida por Paulo Francis, sendo este o pseudônimo do jornalista, crítico de teatro e escritor brasileiro, Franz Paul Trannin da Matta Heilborn. Nasceu em 1930 no Rio de Janeiro, e faleceu em 1997. Participou do Centro Popular de Cultura da UNE e foi ator amador no grupo de estudantes. Após o golpe militar de 1964, e durante toda a ditadura, através da Tribuna da Imprensa de Hélio Fernandes, Paulo Francis realizou comentários sobre assuntos internacionais e divulgava ideias esquerdistas, como simpatizante trostkista.

Paulo Francis destaca o marquês como um sujeito além da pornografia.

[...] Não se trata de pornografia, apenas. Até um adolescente sem experiência, depois de ler algumas páginas das fantasias eróticas de Sade, sente um certo cansaço e desapontamento. São tão incríveis as façanhas de seus “heróis”, que só uma
sensibilidade análoga à do autor poderia usufruí-la para fins obscenos.

O jargão médico esconderia o que há de fascinante e envolvente (ainda que por um processo de repulsão) no homem que tentou fazer a revolução da crueldade permanente. (FRANCIS, 1967: orelha)


Diante da ênfase na mudança de significado das obras sadeanas, o escritor libertino é representado como filósofo revolucionário, as obscenidades e os afrontamentos aos tabus são vistos como expressão de sua descrença na humanidade.

De fato, toda a vida do Marquês e, especialmente, seus livros podem ser considerados como um ataque frontal a Deus. Um grito repetido de fúria contra aquela silenciosa Fera do Céu, que nos criou há um milhão de anos e desde então nos esqueceu. (ENDORE,
1967:16)

No trecho seguinte, Endore parece distanciar a filosofia apresentada por Sade da obscenidade e sexualidade presente em suas obras, forçar tal dissociação é retirar a base da filosofia e obra sadeana.

Nada deveria estar mais distante dos pensamentos do Marquês de Sade do que aquelas cenas fantasmagóricas de violência e corrupção sexual com as quais iria mais tarde apimentar seus romances (do que resultou a interdição destes no mundo inteiro e os fez, consequentemente, tanto mais avidamente procurados por aqueles que têm gôsto por essas obscenidades e estômago para aturá-las), pois nascera em berço de ouro, nos meados do século XVIII, época frequentemente descrita por historiadores como “a era do Iluminismo”. (ENDORE, 1967: 1)

A obra, O verdadeiro rosto do Marquês de Sade, de Jean Desbordes, traduzido por Frederico dos Reys Coutinho, publicada no Rio de Janeiro, pela Editora Vecchi, em 1968, como o próprio título sugere, o objetivo do autor é trazer à tona a verdade sobre o marquês. Está presente no livro, o texto titulado Estudo grafológico do Marquês de Sade, de Crépieux-Jamim e André Lecerf. E as orelhas dos livros foram redigidas por Desbordes. Jean Desbordes, logo no início da obra, irá ressaltar que:

Muitas vezes, lenda significa mentira. Durante mais de um século a verdade não conseguiu fazer-se ouvir. Somente a partir de 1880 escritores conscienciosos tentaram apresentar a fisionomia autêntica do monstro que foi simultaneamente vítima e visionário – sem todavia conseguir realizar-lhe a biografia completa. (DESBORDES, 1968: 5)

A desmitificação do marquês se apresenta através da construção da imagem de um escritor vítima de seu contexto, ao mesmo tempo um sujeito que estava “à frente de seu tempo”.

Cada século e cada país são facilmente reconhecíveis na média da grafia dos indivíduos que a eles pertenceram. Há entretanto, seres superiores à sua época, cuja letra se “adianta”. São precursores ou gênios. (CRÉPIEUX-JAMIM; LECERF, 1968: 7)

Os adjetivos empregados à imagem do marquês como ser superior, precursor e/ou gênio caracterizam um indivíduo desconexo da sua contemporaneidade.

Cabe pensar por que este livro foi escolhido para ser traduzido no Brasil. Qual Sade, o mercado editorial brasileiro estava apresentando ao leitor?

A obra, Zoloé e suas duas amantes, traduzida por Maria José Fialho Londres, publicada pela Gráfica Record Editora, em 1968. Apesar de a autoria ser atribuída ao Marquês de Sade, há a discussão sobre a autenticidade da mesma. Gilbert Lely contesta a autoria atribuída ao marquês, referente à obra Zoloé e suas duas amantes, o que é indicado pelo site Biblio Curiosa (2011), "rien dans l'analyse du style ne le laisse supposer” (apud LELY, 1952). E apesar deste debate sobre a autoria de Sade, no que
diz respeito à obra Zoloé e suas duas amantes, ser anterior à publicação brasileira, percebe-se que a Gráfica Record Editora opta por manter o nome Sade vinculado a obra.

Na introdução do livro, Zoloé e suas duas amantes, está presente o texto de Nataniel Dantas, O monumento de Estocolmo. Dantas é o pseudônimo utilizado pelo escritor brasileiro, Osmar Marcelino Fortes, nascido por volta de 1925 no Rio de Janeiro, a dúvida sobre a data de nascimento ocorre pela existência de três fontes sobre os dados biográficos do autor que registram datas diferentes. E formou-se pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil.

D. Accioly foi responsável pela tradução de Justine ou os infortúnios da virtude, publicada no Rio de Janeiro, pela Editora Saga, em 1968. O prefácio da obra foi escrito por Otto Maria Carpeaux, ensaísta, crítico literário e escritor austríaco, que diante da escalada nazista, se sente inseguro e foge com a mulher, em fins de 1939, para o Brasil.

Sobre a edição da obra A filosofia na alcova, traduzida por Martha A. Haecker, e publicada no Rio de Janeiro, pelo JCM Editores, em 1968. No início do livro, há o texto redigido pelos editores, titulado “Nota dos editores”, no qual irão comentar sobre a obra do Marquês de Sade, utilizando de citação de diversos autores
estrangeiros, tais como André Pieyre de Mandiargues, Flaubert, Guillaume Apollinaire, Freud, Simone de Beauvoir e Georges Bataille, os quais analisam o pensamento sadeano.

A obra Aline e Valcour publicada pela editora José Alvaro, no Rio de Janeiro, em 1969, foi traduzida por Rubem Rocha Filho, teórico, ator, diretor, autor, crítico e professor, que nasceu em 1939, no Rio de Janeiro, e morreu em 2008, no Recife. Bacharel em
Ciências Sociais pela Universidade do Brasil, e mestre em artes cênicas pela Universidade de Wesleyan. Iniciou a carreira como ator no Rio de Janeiro, porém se consolida como homem do teatro no Recife, dirigindo e atuando nos palcos de vários grupos, entre os quais o Teatro Popular do Nordeste e o Teatro Hermilo Borba Filho. Também presente no teatro, Aldomar Conrado, o responsável pela apresentação do livro Aline e Valcour, e pela coleção Erótica, na qual esta obra está inserida.

Conrado foi autor, professor e tradutor, nasceu em 1936, no Recife. Em 1959, ingressa no Curso de Arte Dramática da Escola de Belas Artes da Universidade do Recife. No ano seguinte, se torna sócio fundador do TPN (Teatro Popular do Nordeste), porém quando o TPN passa a ser patrocinado pelo Governo do Estado, Aldomar Conrado é afastado do grupo por divergências ideológicas. E então, de 1961 a 1967, Conrado trabalha intensamente no Rio de Janeiro. Ingressa no Centro Popular de Cultura da UNE - CPC, e entra para o Partido Comunista Brasileiro – PCB. Com Érico de Freitas e Thais Moniz Portinho, funda o Grupo 3, que encena, nesse período, O Triciclo, de Fernando Arrabal, direção de Álvaro Guimarães; As Criadas, de Jean Genet, direção de Martim Gonçalves; e A Filosofia da Libertinagem, de Sade, com adaptação do próprio Conrado e direção de Amir Haddad. Responsável pela coleção Erótica, junto com Aldomar Conrado, Hermilo Borba Filho foi escritor, crítico literário, jornalista, dramaturgo, diretor, teatrólogo e tradutor, nasceu no ano de 1917, e faleceu em 1976, na cidade do Recife. Em 1958, junto com Aldomar Conrado e outros amigos, fundou o Teatro Popular do Nordeste (TPN), em Recife, e integra ao corpo docente do curso de teatro da Universidade do Recife.

Aloísio Magalhães é o responsável pela produção da capa do livro, Aline e Valcour. Magalhães foi pintor, escritor, desginer, gravador, cenógrafo e figurinista. Em 1950, conclui a graduação em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), período em que participa do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), onde exerce as funções de cenógrafo e figurinista. No ano de 1957, exerce a cátedra de cenografia no curso de arte dramática da Universidade do Recife. E em 1982, morre na Itália, na cidade de Pádua.

A edição da obra, A filosofia na alcova ou escola de
libertinagem
, traduzida por Aloísio Costa, em Brasília, e publicada pela Coordenada Editora de Brasília, em 1969, teve o envolvimento de Aguinaldo Silva, responsável pela revisão da obra, e a redação da introdução, titulada Sade: a solidão pública. Aguinaldo Silva é um dramaturgo, escritor, roteirista, jornalista, cineasta e telenovelista brasileiro.

Segundo Aguinaldo Silva (1969, p. 10), “[...] Sade era nosso e não do seu tempo. Nem mesmo a Revolução Francesa, com a frieza metálica da lâmina de sua guilhotina, poderia merecê-lo”. O autor se identifica com Sade, e apresenta o seu contexto como aquele que acolheria melhor o pensamento do marquês. Porém, apesar do autor apresentar um contexto receptível ao pensamento sadeano, a obra A filosofia na alcova ou escola de libertinagem, publicada pela Coordenada Editora de Brasília, teve um mandado de apreensão, como destaca a notícia do Jornal Folha, do dia 3 de junho de 1969.

POLICIA FEDERAL APREENDE LIVROS – Os livros “Filosofia da Alcova”, do Marquês de Sade, e “Minha Vida Meus Amores”, de Henry Spencer Ashbee, estão sendo apreendidos pela polícia federal em São Paulo, segundo determinação do ministro Gama e Silva, transmitida sábado de manhã ao general José Bretas Cupertino, delegado geral do DPF em São Paulo. Mais de cem exemplares já foram
apreendidos, e a medida prosseguirá até que todas grandes livrarias tenham sido visitadas. (JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, 1969:
6)

Ainda no ano de 1969, a editora HEMUS publicou a obra Os 120 dias de Sodoma, traduzida por João M. P. de Albuquerque. O responsável pela elaboração da capa foi
Eli Behar, um dos fundadores da editora HEMUS. E a redação da orelha foi de encargo de Max Behar, filho de Eli Behar, do qual destaca a questão da liberação sexual e os novos paradigmas sexuais.

No século XX, a civilização Ocidental vê desapontar o sexo e a educação sexual como uma arma protetora e eficaz contra a brutalidade e a ignorância reinante. Na Suécia, o “amor livre”, nada mais é do que um rompimento com as barreiras tradicionalmente fúteis dos antigos conceitos sexuais, acompanhando a evolução, devidamente exigida pelos jovens. (BEHAR,
1969: orelha)

Assim como Os 120 dias de Sodoma, a obra, O livro negro do amor ou a sensualidade ao alcance de todos, foi publicada em 1969, pela editora HEMUS. Na obra não consta o nome do tradutor, apesar de identificarem o título do original em francês, Le livre noir de l’amour. A única referência que foi encontrada sobre o livro com o título em francês é a tradução realizada pela editora HEMUS.

Este trabalho não tem a pretensão de desmascarar as diversas representações construídas nas obras produzidas durante a década de 60 no mercado editorial brasileiro. Pelo contrário, investigar a pluralidade de sentidos dados à figura de Sade, e as formas com que foram exploradas as suas características, aumenta a riqueza de seus significados.

REFERÊNCIAS

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JAMIL, Almansur Haddad (1914 – 1988). 2009. Disponível em:
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FONTE: Marcelo de Mello Rangel; Mateus Henrique de Faria Pereira; Valdei Lopes de Araujo
(orgs). Caderno de resumos & Anais do 6º. Seminário Brasileiro de História da Historiografia – O giro-linguístico e a historiografia: balanço e perspectivas. Ouro Preto: EdUFOP, 2012. (ISBN:
978-85-288-0286-3)

A RECEPÇÃO DE SADE NO BRASIL NA DÉCADA DE 60:
O MERCADO EDITORIAL
Hilton Tonussi de Oliveira
1128-1977-1-PB.pdf

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