MULHERES QUE VIVEM COMO HOMENS

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Na Albânia, há mulheres que fazem um
voto de castidade para poder se vestir e viver como homens numa sociedade
patriarcal. Só assim essas mulheres conseguem obter vantagens não cabíveis para mulheres, como recusar um casamento arranjado ou herdar as posses da família. Enfim, ter alguma liberdade.

No Afeganistão, muitas famílias que só
têm filhas reservam a uma delas o papel de homem. Essa filha será vestida como menino (Bacha Posh), desde o início de sua vida. Desta forma, além de proporcionar status à família, que aos olhos da sociedade têm um garoto, esta menina vestida de menino protegerá suas irmãs. Ele usufruirá de uma vida proibida às mulheres, como ir à escola, viajar, praticar esportes, e ter um emprego. Só que todos esses privilégios serão válidos somente até que ele atinja a puberdade. A partir daí, ele terá que se vestir e comportar como mulher. Inclusive, terá um casamento arranjado como as outras mulheres. Mas imagine a dificuldade que é ter de abrir mão de seus privilégios e voltar a ser o gênero discriminado.

A maior parte dos Bacha Posh não quer retornar a ser mulher porque viu como mulheres são tratadas. Um deles diz: “As pessoas usam palavras de baixo calão com as meninas. Gritam com elas nas ruas como se fossem bichos. Quando vejo isso, eu jamais penso em voltar a ser uma menina. Quando eu sou garoto, eles não falam comigo assim”.

O mesmo sistema patriarcal que abusa sexualmente de meninas e comete feminicídio também não é nenhuma garantia de felicidade pros meninos. Homens adultos são vítimas de mortes violentas em número muito maior que mulheres. A diferença é que quase sempre homens são mortos por outros homens. Portanto, o que precisa ser jogado na lata de lixo da história é o patriarcado, que insiste num modelo de masculinidade autoritário, violento, insensível, e nocivo para todo mundo, um modelo que só começou a ser questionado nas últimas décadas.

Fonte: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/11/tomara-
que-seja-menino.html

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