SOU A SOBRA QUE DÓI NAS SOBRANCELHAS por natanael gomes de alencar

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Eu sou o sol que se ouve...

Sou a lua que luz...
Sou o tapete sem o qual.
E o escrito?
Tudo acabou?
O que começou?

Eu sou o carro no teto.
O cão de orelhas murchas
Na frente dos bois.
Depois do Antes. Antes do Depois.
O pássaro sem noção de vento.
Sou o poema que se perdeu dos olhos.
Tudo foi em vão? Do. Da.
O que começou?

Sou o cavalo gerado por mãe-formiga.
Sou o assunto que não se inicia.
Sou o tema que ninguém glosa.
Sou o oceano que imita a si mesmo.
Para que servi, Tempo?
Para o som de corpo que se perdeu?

Sou o abraço sem braços.
O beijo sem bocas.
O braço reto da curva.
A sombra sem origem.
Para que existo?
Se vivo do que morre na memória?
Não sirvo à merda de um texto único.
E sirvo também.
Antes que me peçam
Que eu exista como régua, compasso
E transferi-
DOR

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