OLHOS DE NÁUSEA E PERDA por natanael gomes de alencar

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Ei! Tu mesmo, bípede acéfalo!
Eles, de quatro, se esgueiram
por entre tuas pernas alegres
preparadas para qualquer dança.
Eles, de quatro, se esforçam
por sobre o pó dos restos dos restos.

Os desamparados...
Bebes do copo e eles
das poças de teus regurgitos.
A língua que estendem tem
dores obscuras e insolentes.

Eles são os famintos das tuas sombras.

Teu silêncio satisfeito se incomoda?

Ouvem tua saliva umedecendo o bolo.

Ouvem os uivos de teu domínio satisfeito.

Sentes o odor nauseante cada vez mais forte?

São eles, os mensageiros do teu fim.

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