O fecho da Yazda, que as autoridades curdas acusam de praticar vários delitos, deixa sem qualquer apoio mais de 1200 mulheres e crianças, alertam ativistas dos direitos humanos
As autoridades curdas fecharam, sem aviso prévio, uma instituição de apoio social que auxiliava mulheres e crianças da minoria Yazidi, vítimas de escravidão sexual às mãos do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh).
O encerramento da Yazda, deixa mais de 1200 mulheres e crianças da minoria curda sem apoio material, psicológico ou social, alertam os funcionários da instituição e diversos defensores dos direitos humanos.
Mas não só. Milhares de outros refugiados Yazidi, um dos grupos minoritários mais vulneráveis da região, ficam abandonados à sua sorte, sem educação ou assistência médica.
Segundo o “Guardian”, o governo regional acusa a Yazda de ter cometido delitos como incentivar cidadãos Yazidi a deixar o Iraque, envolver-se em assuntos políticos e não ter renovado a sua licença - algo que a associação nega, tendo fornecido uma cópia de uma licença para operar válida até novembro de 2017.
Conta o jornal britânico que as forças de segurança locais irromperam pelas instalações da Yazda no dia 2 de janeiro, obrigando toda a gente a sair, antes de fecharem os portões dos escritórios. Todos os projetos em curso tiveram de ser encerrados, o que põe em risco nomeadamente um programa destinado a levar para o Canadá algumas das mulheres e meninas mais vulneráveis, garantindo-lhes proteção.
Fonte da associação diz estarem a ser desenvolvidos esforços junto do governo para ultrapassar as questões levantadas e possibilitar o regresso ao trabalho, ajudando os sobreviventes até aqui apoiados.
Os yazidis têm sido perseguidos ao longo dos milénios, vítimas de genocídios e do ódio, tanto de cristãos como de muçulmanos. Ameaçados de extermínio pelo Daesh, centenas de milhares foram expulsos das suas casas em 2014, quando os jiadistas invadiram a região de Sinjar. Milhares foram mortos, muitos enterrados em valas comuns, e estima-se que outros milhares tenham sido vendidos para escravidão sexual.
Em defesa da Yazda, a organização não governamental Human Rights Watch descreveu o apoio da instituição como “vital”, não só para aqueles que escaparam, como para os que vivem em cativeiro na vizinha Mossul, na esperança de serem libertados.
LORD KRONUS
Admirador do Oculto e cinéfilo. azerate666@hotmail.com Confira mais textos deste autor clicando aqui |
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