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TANNHÄUSER UND DER SÄNGERKRIEG AUS WARTBURG (TANNHÄUSER E O TORNEIO DE TROVADORES DE WARTBURG)

Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg (Tannhäuser e o torneio de trovadores de Wartburg, em alemão) é uma ópera em três atos com a música de Richard Wagner, e com o libreto do próprio compositor. Estreou no ano de 1845 na cidade Dresden, na Alemanha.

Sinopse

Baseada numa lenda medieval, conta a história de Tannhäuser, um menestrel que se deixa seduzir por uma mulher mundana, de nome Vênus, contrariando assim a defesa do torneio dos trovadores a que ele pertence de que o amor deve ser sublime e elevado.

Quando Tannhäuser defende deliberadamente o amor carnal de Vênus, é reprimido pelos trovadores e consolado apenas por Isabel, uma virgem que o ama muito. É-lhe dito que sua única chance de perdão é dirigir-se ao Vaticano e rogar o perdão do Papa.

Tannhäuser segue, então, com o torneio até Roma, mas de maneira auto-punitiva: dormindo sobre a neve, enquanto os demais estão no alojamento; caminhando descalço sobre o chão quente, passando fome, e ainda com os olhos vendados, para não ver as belas paisagens da Itália. Ao chegar diante do papa, em vez de obter o perdão, ouve o papa dizer que é mais fácil o cajado que ele segura florescer do que ele obter o perdão dos pecados, tanto no céu quanto na terra.

Odiando a igreja, Tannhäuser volta à Alemanha e Isabel sobe aos céus, rogando a Deus que interceda por ele. Os trovadores voltam com a notícia de que o cajado do papa floresceu, simbolizando que um pecador obteve no céu o perdão que não obteve na terra.

TRISTÃO E ISOLDA (TRISTAN UND ISOLDE)

Tristan und Isolde ("Tristão e Isolda", em alemão) é uma ópera em três atos com música e libreto do compositor alemão Richard Wagner, baseada em uma lenda medieval narrada por Gottfried Von Strassburg.

A estreia da obra foi em 10 de Junho de 1865, em Munique, no Teatro da Baviera, sob regência do maestro Hans von Bülow.

A partitura de Tristan und Isolde é um marco importantíssimo da música erudita moderna por apontar para a dissolução da tonalidade, cuja consequência será o
atonalismo do século XX.

SINOPSE:
1.º Ato

O 1º ato passa-se no navio do cavaleiro Tristão que transporta para a Cornualha Isolda, uma princesa irlandesa que vai casar com o velho rei Mark, tio de Tristão. Ao compreender o fascínio que sentem um pelo outro, a princesa pede à sua aia Brangânia que prepare uma taça com veneno para dar ao cavaleiro. Tristão bebe e Isolda partilha com ele a bebida. Só que Brangânia enganara-se e, em vez de veneno, pusera na taça um filtro de amor preparado pela mãe da princesa, transformando-se, a atração nascente entre os dois jovens, numa paixão mágica, irresistível. O êxtase dos dois é interrompido pelos gritos da tripulação que anunciam a proximidade da costa da Cornualha.

2.º Ato

A ação do 2º ato passa-se nos jardins do castelo do Rei da Cornualha onde Tristão e Isolda se entregam à sua paixão quando são interrompidos pelo escudeiro Kurvenal que vem avisar o cavaleiro que Melot, um cortesão, havia descoberto o secreto amor dos dois e se dispõe a denunciá-los ao Rei. Mas esse aviso chega demasiado tarde: o Rei já sabe de tudo e acusa Tristão de traição. O cavaleiro admite o crime de que é acusado e dispõe-se a tomar o caminho do exílio. É então que Melot desembainha a espada e o fere gravemente.

3.º Ato

A ação do último ato passa-se no castelo de Tristão na Bretanha. Gravemente ferido pelo golpe desferido por Melot, o cavaleiro entrega-se a uma tristeza profunda provocada pela separação da sua amada. Isolda chega. Vem tentar salvar Tristão através de certos poderes mágicos que possui. Ao vê-la, o cavaleiro arranca, delirante, as ligaduras que protegem a ferida, e cai morto nos seus braços. O Rei da Cornualha fora, entretanto, informado por Brangânia daquilo que acontecera no navio com a troca involuntária das bebidas, e compreende que a paixão dos dois jovens se deve ao poder mágico duma poção, tomada, inadvertidamente, por ambos. Foi assim que se dispôs a perdoar-lhes partindo ao seu encontro. Só que Kurvenal, o escudeiro de Tristão, ao ver aproximar-se do castelo o Rei com os seus homens, julga que vêm tomá-lo de assalto, e faz-lhes frente, matando Melot com um golpe fatal.

Indiferente às palavras do Rei e de Brangânia, Isolda contempla, em êxtase, o cadáver de Tristão, até que, sucumbindo à dor, cai morta sobre ele.

DER RING DES NIBELUNGEN (O ANEL DO NIBELUNGO)

Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo) é um ciclo de quatro óperas épicas do compositor alemão Richard Wagner. Elas são adaptações dos personagens mitológicos das sagas nórdicas e do Nibelungenlied.

Wagner escreveu o libreto e a música por cerca de vinte e seis anos, de 1848 a 1874. Entretanto, ele não se dedicou exclusivamente a isso durante esse período. As óperas que compõem o ciclo do anel são, em ordem cronológica do enredo: Das Rheingold (O Ouro do Reno), Die Walküre (A Valquíria), Siegfried e Götterdämmerung (O Crepúsculo dos Deuses). Apesar delas serem apresentadas como obras individuais, a intenção de Wagner era apresentá-las em série.

A primeira apresentação de todo o ciclo aconteceu em Bayreuth, 13 de agosto de 1876. Das Rheingold já havia estreado em Munique em 1869, a contragosto do autor.

O ciclo é modelado assim como os dramas do teatro grego em que eram apresentadas três tragédias e uma peça satírica. A história do Anel propriamente dita começa com Die Walküre e termina com Götterdämmerung, de forma que Das Rheingold serve como um prelúdio.

A música do ciclo é forte, e cresce em complexidade com o desenrolar da história. Wagner escreveu para uma orquestra de grandes proporções, incluindo novos instrumentos como a
trompa wagneriana, o trompete baixo e o trombone contrabaixo. Ele também construiu um teatro para apresentar sua obra, o Bayreuth Festspielhaus. O local possuía um palco especial que combinava os sons da orquestra e dos atores, permitindo-os cantar naturalmente. A execução completa do ciclo dura cerca de quinze horas, e o tema é épico. Há vários deuses, gnomos, e outras criaturas mitológicas em volta do anel mágico cuja posse garante poder sobre todo o mundo. O drama e a intriga continuam por três gerações de protagonistas.

Desde sua estreia, o Anel foi sujeito à diversas interpretações. Em "The Perfect Wagnerite", George Bernard Shaw interpreta a obra como uma crítica socialista à sociedade industrial e seus abusos."Wagner's Ring and its Symbols", Robert Donington interpreta a obra sob ótica da psicologia junguiana, como demonstração do desenvolvimento dos arquétipos inconscientes da mente, levando à individualização.

História

Das Rheingold

Wagner criou a história do anel ao fundir elementos de diversas histórias e mitos das mitologias germânica e escandinávia. Os Eddas forneceram material para Das Rheingold, enquanto Die Walküre é amplamente baseada na Saga dos Volsungos. Siegfried contém elementos dos Eddas, da Saga dos Volsungos e da Saga Thidreks. A ópera final, Götterdämmerung, é baseada no poema do século XII Nibelungenlied, que foi a inspiração original para o Anel. Ao agregar tais fontes numa história concisa, Wagner também acrescentou diversos conceitos modernos.

Um dos principais temas do ciclo é a luta do amor, o que está associada à natureza, e liberdade, contra o poder, o que está associada à civilização e à lei. Logo na primeira cena, o anão Alberich define o tema ao renunciar ao amor, um ato que lhe permite adquirir o poder de dominar o mundo ao forjar o anel mágico.

Na última cena da primeira ópera o anel é tirado do anão, então ele o amaldiçoa.

Die Walküre

O centro da história é o anel mágico forjado pelo anão Alberich, o nibelungo do título, a partir do ouro roubado do rio Reno quando as donzelas do Reno se distraíram. Diversas personagens míticas lutam pela posse do objeto, incluindo Wotan, o chefe dos deuses.

Os acontecimentos são bastante influenciados pelos planos dele, que leva gerações para superar as próprias limitações.
A valquíria Brünnhilde, a mais querida das nove pelo pai Wotan, é o tema da segunda ópera. Como as irmãs, é encarregada de levar para o Valhala as almas dos guerreiros mortos. Ela hesita em obedecer ao pai, separando os irmãos-amantes que são filhos do Walsung, o próprio Wotan em forma de lobo. A morte de Siegmund é exigência da deusa da fidelidade conjugal, Fricka. A criança que nascerá da união ilegal é Siegfried. O castigo de Brunhilde é dormir cercada por um círculo de fogo, até que alguém que não tenha medo venha resgatá-la.

Siegfried

Em Siegfried, o filho de Siegmund e Sieglinde já é um jovem, que foi criado pelo anão Mime. Siegfried, que Wotan pretendia fosse se apoderar do anel para ele, tem a Nothung, espada dada a seu pai por este avô cuja identidade desconhece. Ele consegue forjá-la (o próprio Wotan a havia quebrado na luta entre Siegmund e Hunding) e vence o
dragão que guarda o anel, Fafner, que em Das Rheingold assumia a forma de gigante. Após provar do sangue do dragão, passa a entender a linguagem dos pássaros. Um pássaro o avisa que Mime quer traí-lo e matá-lo para ficar com o anel. O herói mata o anão e é avisado pela mesma ave da existência de Brünnhilde. Wotan tenta impedir que ele chegue até a sua filha, mas é em vão.

Siegfried resgata Brünnhilde, que dorme entre as chamas, e ambos se apaixonam.

Götterdämmerung

Em Götterdämmerung, depois das cenas das nornas, que perdem a capacidade de ver o destino, Siegfried se despede de Brünnhilde para partir para novas aventuras. No entanto, Hagen, filho de Alberich, dá a Siegfried bebida que lhe retira a memória. O herói esquece de Brünnhilde, resolve casar-se com a irmã de Gunther, Gutrune - eles são herdeiros do trono dos Gibichungos (Hagen é o irmão bastardo de ambos).

Siegfried assume a forma de Gunther e rapta a própria Brünnhilde para entregá-la a ele, pouco depois de a ex-valquíria ter recusado desfazer-se do anel.

Waltraute, sua irmã, transmitiu-lhe esse pedido de Wotan como única forma de salvar os deuses.

Brünnhilde descobre ter sido traída pelo próprio Siegfried, embora não saiba a razão, e o acusa em público. Ela revela a Hagen como assassiná-lo - pelas costas. Durante uma caça, depois de Siegfried ter recusado devolver o anel às Filhas do Reno, Hagen fá-lo beber de uma poção que lhe recobra a memória. Ele invoca Brünnhilde, o que dá a Hegen o pretexto de matá-lo.

Depois de uma longa marcha fúnebre, chega-se à cena final da obra: Hagen mata Gunther para ficar com o anel, mas a mão do cadáver de Siegfried impede que ele lhe seja tirado. Brünnhilde, na longa cena de imolação, faz com que o ouro e o anel sejam devolvidos às Filhas do Reno e ela mesma se imola, bem como aos deuses e a Valhala, na purificação final pelo fogo. Hagen morre afogado no Reno, tentando recuperar o anel.

O OURO DO RENO (DAS RHEINGOLD)

O Ouro do Reno (em alemão: Das Rheingold) é uma ópera do compositor alemão Richard Wagner, a primeira parte das quatro óperas que compõem a tetralogia Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo). Sua estréia ocorreu no Teatro Nacional em Munique em 22 de setembro de 1869, antes mesmo do término do ciclo do Anel, sob patrocínio de Luís II da Baviera. Foi contra a vontade de Wagner, que planejava estrear a obra por completo em seu teatro de ópera de Bayreuth, que em 1869 ainda estava em construção.

Das Rheingold é desafiante para os músicos da orquestra e o regente. Tendo apenas um ato, e com duas horas e quarenta de música contínua, é necessário bom senso para a distribuição de energia até o final. É um desafio também para os diretores de palco pela presença das profundezas do rio Reno, onde a primeira cena é ambientada, pela aparência fiel dos gigantes Fafner e Fasolt (que devem aparentar mais de dois metros de altura) e pelos efeitos especiais das transformações de Alberich com seu elmo mágico e os poderes de Donner e Froh. Para criar a impressão correta ao espectador, foi necessária a criação de máquinas especiais. Wagner supervisionou pessoalmente a criação dessas máquinas, assim como todos os outros detalhes da encenação, em uma época (segunda metade do século XIX) em que nem energia elétrica estava disponível.

A história lida com o tema da busca desmedida pelo poder, envolvendo a renúncia ao amor e contratos inadequados. Das Rheingold é marcada musicalmente pelo aprimoramento do
leitmotiv, o uso de temas musicais para identificar elementos da obra, como personagens ou locais.

Sinopse

Cena I

A obra é iniciada com um prelúdio de 136 compassos que representa o fluxo eterno do rio Reno, durando cerca de quatro minutos. Em sua autobiografia Mein Leben, Wagner menciona que a ideia surgiu enquanto estava sonolento em um hotel de La Spezia na Itália. A música cresce em poder e as cortinas se levantam. No rio, as donzelas do Reno se divertem nadando no rio, estando próximas ao "Ouro do Reno". Elas são irmãs ninfas; Woglinde e Wellgunde são mais jovens e inconsequentes, enquanto Flosshilde é um pouco mais velha, serena e responsável que as anteriores. Eis que surge das profundezas Alberich, um anão nibelungo, primeiramente sem ser notado pelas jovens, e que então tenta as cortejar, demonstrando interesse em tê-las para si. Por sua feiura e repulsividade, após um susto inicial por parte das jovens, elas partem para o gracejo, enfurecendo o sujeito. Em tom de brincadeira, elas chegam a ceder momentaneamente aos elogios, mas então fogem e continuam a zombaria. Após um ponto o nibelungo cede, exausto. Descobrindo um brilho dourado vindo de uma rocha próxima, ele pergunta para as ninfas o que era aquilo, curioso também pela reação de louvor delas ao objeto. Primeiramente incrédulas com a ignorância dele, elas respondem explicando sobre o "Ouro do Reno", e que eram responsáveis por sua guarda a pedido de seu pai. Em inconsequência infantil, Woglinde e Wellgunde acabam comentando que o tal ouro pode ser transformado em um anel mágico cujo dono se torna soberano do mundo. Flosshilde as adverte pelo comentário indevido a um estranho, mas elas reagem com desdém, justificando que somente alguém que primeiramente renunciasse o amor poderia realizar tal feito, para elas algo improvável. As jovens pensam que não há o que se preocupar com o anão; mas enfurecido pela zombação e interessado nos poderes místicos daquele tesouro, Alberich amaldiçoa o amor, captura o ouro e retorna para as profundezas, trazendo desilusão e lamento às guardiãs.

Cena II

Uma característica marcante também nas outras mudanças de cena, não há corte na música nem fechamento de cortinas para a transição do cenário. As águas se transformam em nuvens, e depois em uma névoa. Então, iniciando a segunda cena, é apresentado o topo de uma montanha e um imponente castelo ao fundo. Wotan, governante dos deuses, está dormindo no topo da montanha com sua esposa Fricka. Ela acorda e percebe o castelo e sua magnificência, acordando Wotan e anunciando que sua nova residência estava construída por completo.

Os gigantes
Fasolt e Fafner haviam construído o palácio, e em troca Wotan havia os oferecido Freia, irmã de Fricka e deusa do amor e da juventude. Fricka teme por sua irmã, mas, com sua típica displicência, Wotan está confiante que não terá que completar o acordo. Segue então um pequeno desentendimento entre o casal: após ter sido questionado pela esposa pelo alto preço a pagar pela obra somente em busca de poder e prestígio, Wotan questiona a isenção de sua esposa, já que a sugestão da construção do castelo havia sido dela mesmo. Ela esclarece que seu desejo era criar um lar para que
pudessem descansar. Ele prontamente treplica, argumentando que seria inútil tentar sossegá-lo. Após ser repreendido por Fricka, que o acusa de desrespeitar as mulheres, ele a lembra de que teve que perder um olho para tê-la como esposa (desde que o Wotan é apresentado ao público percebe-se que ele usa um tapa-olho).

Freia aparece apavorada, seguida dos gigantes (rústicos e armados com clavas), e Fasolt exige o pagamento da obra terminada. A esta altura, Wotan procura por Loge (deus do fogo): ele conta com sua astúcia para encontrar uma solução alternativa à barganha; foi inclusive ele um dos estimuladores do acordo, e quem havia prometido uma solução para livrar Freia.

Donner (deus do trovão) e Froh (deus da primavera) aparecem para defender sua irmã, sendo impedidos por Wotan; ele não pode impedir os gigantes pela força, e renega o acordo.

Já impacientes com a situação, os gigantes exigem Freia. Fazendo-se de desentendido, Wotan os pergunta novamente qual era o acordo, e após ser respondido, alega que sua cunhada seria um preço muito alto. Os gigantes reagem incrédulos com o comentário: Wotan é um legislador, e em sua lança, símbolo de seu poder, há inscrições sobre o pacto; ele não deveria nem cogitar a quebra de um contrato. Entretanto, para seu alívio, Loge aparece com seu jeito irônico. Ele conta para os presentes sobre o roubo do "Ouro do Reno" por Alberich, e que o anão havia forjado um poderoso anel com aquele material. Wotan, Fricka e os gigantes se interessam pelo assunto e começam a desejar a posse do anel; Loge então sugere o roubo. Já Fafner exige todo o ouro como pagamento para a liberação de Freia, e os gigantes partem tendo ela como refém.

Freia tinha o hábito de cultivar maçãs douradas que, distribuídas entre seus familiares, mantinham os deuses eternamente jovens; sem elas, eles começaram a envelhecer e se enfraquecer. Para recuperar Freia das mãos dos gigantes, Wotan é forçado a seguir Loge nas profundezas da terra em busca do anel. Para os gigantes é interessante manter essa deusa longe dos seus familiares; com a fraqueza dos deuses, eles estariam sem seu jugo. Já Loge não é afetado pela falta das maçãs pois era um semi-deus, mas entendia o que estava acontecendo.

Um interlúdio orquestral começa, representando a descida de Loge e Wotan à Nibelheim, as cavernas onde moram os nibelungos. Com o cessar da orquestra, inicia um coro de dezoito bigornas, dando a noção do trabalho árduo dos anões naquela região.

Cena III

Chegando ao local, percebe-se que Alberich havia escravizado o resto dos anões de Nibelungo. Ele também havia forçado seu irmão ferreiro Meme a criar um elmo mágico, Tarnhelm, que Mime reluta em entregar ao irmão. Alberich demonstra o poder do equipamento ao tornar-se invisível.

Wotan e Loge chegam e encontram Mime gemendo de dor, que os informa sobre o término do ano e a miséria de Nibelungo sob governo de Alberich. Então eis que surge Alberich, ordenando a um grupo de escravos para que empilhem pedras de ouro. Quando eles terminam o serviço, Alberich os dispensa e descobre os dois visitantes. Envaidecido por elogios cínicos de Wotan, ele os informa sobre seus planos para governar o mundo e sobre os poderes mágicos de seu novo elmo. Astuto, Loge o desafia a demonstrar a mágica de Tarnhelm, e o anão se transforma em um dragão. Fingindo medo e admiração, Loge então o desafia a se transformar em uma pequena criatura, argumentando que assim seria mais fácil escapar do perigo. Alberich se transforma em um sapo, sendo rapidamente capturado por Wotan e Loge e levado à superfície.

Cena IV

De volta ao topo da montanha, Wotan e Loge forçam Alberich a trocar seus pertences (o resto do ouro e o elmo) por sua liberdade. Apesar de primeiramente relutar e ameaçar Wotan, sua mão direita é desatada, e com o anel ele ordena que seus escravos tragam todo o ouro à superfície. Ele já planejava reaver tudo posteriormente após ser libertado, com a ajuda do poder de seu anel. Após a entrega, o anão pede o retorno do elmo Tarnhelm, mas Loge nega, alegando que faz parte da quantia de resgate. Mesmo relutando de início, acaba acatando, ponderando que seu irmão poderia construir outro igual no futuro. Então Wotan pede para que o anel também seja entregue. Alberich se recusa e decide levar até as últimas consequências, mas Wotan tira o anel do
dedo do anão, colocando em seu próprio dedo. Diferente de Wotan, extasiado pelo triunfo, Alberich está devastado por sua perda, e antes de fugir lança uma maldição ao anel: até que ele retorne para suas mãos, quem não o possuir o desejará, e quem o possuir terá infelicidade e morte.

Da névoa que persiste na região, Fricka, Donner e Froh chegam e são cumprimentados por Wotan e Loge, que os mostram o ouro que libertará sua irmã. Os gigantes Fasolt e Fafner também retornam com Freia. Fricka tenta se aproximar da irmã, sendo censurada pelos gigantes raptores, ainda incrédulos com o cumprimento da ordem de resgate. Relutante a liberá-la e já apaixonado pela moça, Fasolt insiste que deve haver ouro suficiente para esconder Freia de vista, minimizando a dor da despedida. O ouro então é empilhado por Loge (que pede ajuda a Froh para a tarefa), e Wotan é forçado a entregar também o elmo mágico para tirar sua cunhada completamente da vista. Entretanto, o gigante percebe uma abertura na pilha de ouro através da qual podia observar a dama, e exige que Wotan também entregue o anel. Loge lembra a todos que o anel é propriedade das donzelas do Reno, e que Wotan iria devolvê-lo posteriormente. Mas tomado por extrema ganância, Wotan se recusa a entregar o anel para qualquer outra pessoa, para desapontamento de Loge e dos gigantes, e estes já se preparam para deixar as terras novamente, levando Freia embora para todo o sempre. De repente surge de uma fenda do solo Erda, deusa da terra. Ela avisa Wotan sobre um desastre iminente, e insiste para que ele evite o anel amaldiçoado. Atordoado e tocado pela mensagem, Wotan chega a pedir mais ensinamentos àquela figura, que some de maneira tão misteriosa quanto sua chegada. Ele então entrega o anel aos gigantes e Freia é liberada. A dupla de gigantes começa então a dividir o tesouro, mas há uma disputa quanto a posse do anel e a divisão do ouro. Fasolt está indignado e pede um julgamento justo aos deuses, sendo desprezado por aqueles. Fafner então ataca Fasolt até a morte e deixa a região levando consigo toda a quantia do resgate.

Horrorizado, Wotan percebe a gravidade do terrível poder da maldição de Alberich, e Fricka tenta acalmá-lo.

Por fim, os deuses preparam-se para entrar no recém construído castelo, sua nova moradia. O céu, que estava encoberto e sinistro, é limpado por um trovão lançado por Donner. Froh então cria uma ponte de arco-íris para que os presentes possam se dirigir até a porta do castelo. Wotan lidera o grupo, e nomeia o castelo Valhala. Fricka o pergunta sobre o nome, e ele responde que seu significado será revelado posteriormente se tudo ocorrer bem.

Loge, que sabe que o fim dos deuses está chegando, observa à distância os outros se dirigindo à Valhala. Ele não oculta a si mesmo os problemas que ainda vêm. Abaixo do morro, as ninfas lamentam a perda do ouro. Wotan questiona o fato, e Loge explica sobre as ninfas. Wotan ordena que Loge as faça parar, sendo prontamente atendido pelo semi-deus; mas as jovens recomeçam o lamento. Wotan, que havia começado uma cadeia de problemas que, segundo Erda, resultaria em desastre iminente, vê em si a responsabilidade para resolver o problema. Ele então tem uma ideia para resolver a questão.

DIE WALKÜRE (A VALQUÍRIA)

A Valquíria (em alemão: Die Walküre) é uma ópera do compositor alemão Richard Wagner, a segunda parte das quatro que compõem a tetralogia Der Ring des Nibelungen ("O Anel do Nibelungo"). Sua estréia ocorreu no Teatro Nacional em Munique em 26 de junho de 1870, antes mesmo do término do ciclo do Anel. Para esta obra, Wagner se inspirou na lenda nórdica da Saga de Volsunga. A parte mais popularizada é a passagem musical da Cavalgada das Valquírias, que abre a primeira cena do terceiro ato.

Sinopse

Sieglinde oferece ao exausto Siegmund hidromel para beber.

Ato I
Cena I

A obra é iniciada com personagens cujas identidades são desconhecidas, uma técnica já usada pelo autor em outras óperas fora da tetralogia do Anel, como Lohengrin. Durante uma grande tempestade, Sigmund procura abrigo na residência do guerreiro Hunding. O local é uma habitação rude, e há uma grande árvore no centro da sala. O dono da casa não se encontra no local, mas, exaurido e caindo próximo a uma lareira, Siegmund é recepcionado por Sieglinde, esposa infeliz de Hunding. Ele lhe conta que estava escapando de seus inimigos e que agora está ferido. Após beber um pouco de
hidromel oferecido pela mulher, já se direciona para a saída alegando estar amaldiçoado pelo infortúnio. Ele acrescenta que sempre leva a desgraça onde quer que vá. Entretanto, ela o convida a permanecer, justificando que ele não pode trazer infortúnio a um lar onde a má sorte já reside, em referência à sua infelicidade.

Cena II

Ao retornar, Hunding relutantemente oferece hospitalidade ao visitante. Marcando a transição para a segunda cena, a entrada desse novo personagem é caracterizada por
compassos curtos que demonstram seu caráter sombrio. Hunding se surpreende com tamanha semelhança entre sua esposa e o forasteiro. Ele começa a conversar com o hóspede, perguntando seu nome, até então desconhecido. Siegmund responde que não pode se chamar Pacífico nem Jubiloso, mas sim Doloroso. Sieglinde, cada vez mais fascinada pelo sujeito desconhecido, pede para que ele conte sua história enquanto os homens comem. Siegmund então descreve um dia estar voltando para casa com seu pai após caçarem juntos, encontrando sua casa incendiada, sua mãe morta e sua irmã gêmea desaparecida, raptada pelo povo Neindinge (invejoso). Ambos passam a viver na floresta, lutando contra inimigos que por vezes apareciam. Hunding então o interrompe por um momento, mencionando que já havia ouvido falar sobre rumores dessa corajosa dupla que vivia na floresta. Siegmund continua sua história, e como o povo Neindinge os perseguiu de forma que ele perdesse contato com seu pai. Nessa hora a orquestra executa o tema da Valhala, uma referência a origem do pai de Siegmund, ainda desconhecida. Agora sozinho, ele deixa a floresta e se torna um desafortunado.
Após comentário seco de Hunding, Sieglinde pergunta ao hóspede como perdeu suas armas. Ele explica que certo dia encontrou uma garota sendo forçada a se casar, e discutiu com os parentes da moça, matando seus irmãos. Entretanto, por vingança suas armas foram quebradas e a moça morta pelo restante dos familiares. Desarmado e ferido, ele então escapou do local, chegando eventualmente à residência de Hunding. Quando Siegmund termina, Hunding revela que é um dos seus capturadores (assume-se que é um dos membros da família que quer vingança). Ele garante uma noite de hospedagem ao estranho, mas o desafia para um duelo na manhã seguinte. Hunding então deixa a sala com Sieglinde, ignorando o desconforto de sua esposa. Antes de deixar o recinto, ela indica um ponto específico da árvore em sua sala ao visitante, que não entende o significado.

Cena III

Iniciando outra cena, anoitece. Sozinho, Siegmund lamenta sua desgraça, citando a promessa de seu pai de que ele encontraria uma espada quando precisasse (lembrar que suas armas estavam quebradas pela batalha anterior, ele não tinha no momento outras disponíveis para duelar). Ele se sente desprotegido no local, apesar da presença da mulher adorável que acabara de conhecer. Começa então a invocar Volsa pela espada diversas vezes, um nome cujo significado é entendido posteriormente. Com o apagamento da lareira, ele percebe um clarão na árvore antes indicada por Sieglinde, e questiona o que seria aquilo.

Sieglinde retorna, explicando ter drogado a bebida de seu marido com uma erva narcótica para que repousasse profundamente. Ela diz querer mostrá-lo uma arma, e começa revelando que havia sido forçada a casar-se com Hunding após ter sido raptada.

Durante a festa de casamento, um velho homem com um dos olhos cobertos apareceu e encravou uma espada no tronco de uma árvore localizada no centro da sala de sua casa, que nem Hunding nem seus comparsas conseguiam retirar. (Posteriormente descobre-se que o velho homem era Wotan, seu pai.)

Ela toma conhecimento do tal velho e a que a espada se destina, e expressa seu anseio pelo herói que poderia obter a espada para si e salvá-la de sua condição atual. Após ouvir a história, Siegmund expressa seu amor pela mulher, sendo correspondido por ela, que por sua vez tenta entender de onde já o reconhece. Deduzindo que o forasteiro era seu herói, quando ele cita o nome de seu pai, Volsa, ela declara que ele é Siegmund, e que a espada era destinada especialmente para ele. A porta se abre sozinha, assustando os dois.

Siegmund então obtém a espada para si facilmente, e ela declara que é Sieglinde, sua irmã gêmea. Ele então nomeia a espada Nothung. O ato se encerra com Siegmund chamado Sieglinde por noiva e irmã, acariciando-a, e os dois partem do local.

Ato II
Cena I

Wotan está nas rochas de uma montanha com Brünnhilde, uma de suas filhas valquírias. Ambos animados, ele a instrui a proteger Siegmund de um iminente ataque de Hunding (que após acordar do longo repouso proporcionado pelas drogas, estaria furioso pela ausência de sua esposa). Ela acata o pedido exclamando o brado típico das valquírias, e então percebe que Fricka está chegando rapidamente em um carro movido a carneiros. Fricka é esposa de Wotan e guardiã dos casamentos. A valquíria deixa o local. Ao chegar, claramente transtornada, Fricka exige a punição de Siegmund e Sieglinde por adultério e
incesto. Ela sabe que Wotan era pai do casal; apesar de deus, ele também é conhecido como o homem mortal Volsa. Em seu contrato de casamento, Wotan prometeu ajudá-la em todos os momentos, ele deveria cumprir mais esse tratado. Ele protesta, alegando que precisava de um herói livre (não governado por ele, o
governante dos deuses) para executar seus planos. Também alega que não vê problema na união dos dois, que foi motivada por amor. Mas Fricka replica, alegando que Siegmund não passa de um fantoche dele e não um herói livre, e censura a relação incestuosa do casal, inaceitável segunda ela, e a desonra da quebra do casamento entre Hunding e Sieglinde. Sem saída, tendo que cumprir seu contrato com a esposa, Wotan a promete cumprir sua última exigência: retirar a magia da espada de Siegmund de forma que ele perca o duelo, e que a valquíria não o ajude nessa batalha.

Brünnhilde chega e Fricka parte, não antes de dizer à moça que seu pai tem algo a dizer.

Cena II

Fricka se retira, deixando Brünnhilde com um Wotan desamparado, bem diferente de quando haviam se encontrado pela última vez. Após o pedido, Wotan a explica seus problemas, primeiramente hesitante ao se abrir com a filha, o que poderia fazer com que perdesse sua figura autoritária. Ele começa desde seus impulsos que o fizeram mal uso dos tratados que legisla e a participação de Loge, o "O Ouro do Reno" e o anão Alberich, a mensagem transmitida por Erda já prevendo desastre iminente. Inclusive, Brünnhilde é sua filha com Erda; ela e suas oito irmãs cresceram como as valquírias, damas da guerra que levam as almas dos heróis mortos para formar na Valhala um exército contra Alberich. Era uma tentativa de Wotan de reverter os fatos que estavam se sucedendo desde que ele havia sido amaldiçoado pelo anel. Neste momento, ela o interrompe momentaneamente para dizer-lhe que o exército está em boas condições, mas é avisada por Wotan que o problema ainda não era esse, havia mais a ser explicado. Ele continua, dizendo que o exército seria derrotado se Alberich tivesse posse do
Anel, que no momento estava sob posse do gigante Fafner. Usando o elmo mágico Tarnhelm, o gigante havia se transformado em um dragão, circulando pela floresta com o tesouro do nibelungo. Wotan não poderia obter o anel de Fafner através da força, pois era governante e a posse do anel estava com o gigante sob contrato, não havia nada a fazer por conta própria. Ele precisava de um herói livre para derrotar Fafner em seu lugar, uma pessoas isenta de sua influência. A valquíria chega a citar Siegmund. Entretanto, como apontado por Fricka, Wotan só consegue criar servos para si, meros fantoches como Siegmund não eram pessoas livres de fato.

Severamente, Wotan ordena Brünnhilde a obedecer Fricka e assegurar a morte de Siegmund, filho de Wotan e meio-irmão da valquíria.
Ela hesita, questionando as ordens contraditórias de seu pai, mas por fim acata o pedido. Ele sai, deixando-a sozinha para se preparar para o duelo que viria a seguir.

Cena III

Após fugir da residência de Hunding, o casal Siegmund e Sieglinde chega à passagem da montanha, onde Sieglinde desaba exausta e sentindo-se culpada, indigna do amor de Siegmund. Ele a conforta, afirmando que se vingará de Hunding. Ela alega começar a ouvir a perseguição de seu marido, e delira, já antevendo o duelo.

Cena IV

Brünnhilde chega de uma gruta e se aproxima de Siegmund, contando-o sobre sua morte iminente. Ela diz que sua função é se apresentar àqueles prestes a morrer, levando-os à Valhala. Os dois conversam sobre a vida que Siegmund teria nesse novo lugar, e por fim ele recusa-se segui-la quando descobre que Sieglinde não poderia o acompanhar. Ela lhe diz que não resta outra alternativa, mas ele replica que não haveria como morrer tendo a espada mágica de seu pai em punho. A valquíria o esclarece que a mesma pessoa que o havia concedido a espada retirara seu poder. Siegmund revolta-se com a traição que ocorrera, clamando preferir ir ao inferno que acompanhar Brünnhilde à Valhala.

Transtornado, o guerreiro já ameaça matar sua esposa, sendo impedido pela valquíria. Impressionada por sua coragem e comovida pela situação, Brünnhilde reconsidera e concorda em proteger Siegmund, desrespeitando as ordens de seu pai. Com seus votos de bênção, ela deixa o local.

Cena V

Enquanto Siegmund contempla sua noiva repousando, Hunding chega anunciado por sua trompa, os dois discutem e Hunding ataca seu oponente. Abençoado pela imortal Brünnhilde, Siegmund reage e toma vantagem no duelo, mas Wotan aparece e estilhaça Nothung (a espada de Siegmund) com sua lança. Desarmado, Siegmund é morto por Hunding. Brünnhilde reúne Sieglinde e os pedaços da espada, e foge em seu cavalo Grane. Wotan observa muito triste seu filho morto. Em sua fúria, mata Hunding com somente um gesto, e parte em perseguição à sua filha, que havia desrespeitado sua ordem, deixando a cena ao som de um trovão.

Ato III
Cena I

Em uma passagem musical conhecida como a Cavalgada das Valquírias (conhecida amplamente por sua utilização em outros meios), as valquírias Gerhilde, Ortlinde, Helmwige, Schwertleite, Waltraute, Siegrune, Grimgerde e Rossweisse se reúnem em uma montanha, cada uma com seu cavalo e levando um
herói morto. Elas se espantam quando Brünnhilde chega trazendo consigo uma mulher viva. Ela pede ajuda a suas irmãs, explicando a perseguição de Wotan, mas elas não ousam desafiar seu pai. Insiste, pedindo um cavalo para a moça, mas elas estão irredutíveis. Brünnhilde então decide esperar Wotan enquanto Sieglinde foge. Antes de se retirar, Brünnhilde revela que Sieglinde está grávida de Siegmund, e chama o garoto ainda não nascido de Siegfried. Sieglinde agradece e parte para a floresta.

Ouve-se a voz enfurecida de Wotan, e as valquírias rodeiam Brünnhilde a fim de protegê-la de seu pai.

Cena II

Wotan chega enfurecido, exigindo que as outras valquírias entreguem Brünnhilde. Apesar delas tentarem acalmá-lo, ele se enfurece ainda mais com a atitude fraternal "mortal" das moças, indignas de sua condição de valquírias. Por fim, Brünnhilde se apresenta, e Wotan a
julga: ela tem seu status de valquíria retirado, tornando-se uma mortal (um grande castigo a uma valquíria), e entrará em sono mágico na montanha até que um homem a salve, tornando-se seu esposo. As outras valquírias rogam piedade, mas fogem do local após Wotan exigir que elas se retirem, ameaçando estender a punição a elas.

Cena III

Brünnhilde suplica piedade a Wotan, ela que era sua filha favorita. Ela explica a coragem de Siegmund e sua decisão de protegê-lo, conhecendo os reais desejos de Wotan e não os impostos por Fricka. Entretanto, Wotan mantém a decisão. Já conformada com o fato de tornar-se uma mortal, ela ainda não aceita estar a mercê de um homem qualquer, sem valor. Chega a citar Siegfried. Wotan reafirma a decisão, enfatizando que qualquer um que a acordar do sono profundo a terá como esposa. Ela insiste, pedindo que somente um bravo herói digno consiga acordá-la do sono. Apesar de resistência inicial, seu pai acaba acatando o pedido, emocionado com a situação. Wotan define que o perímetro da montanha esteja coberto por fogo mágico, de forma que somente os bravos heróis dignos do amor da ex-valquíria encontrem. Através do leitmotiv, ambos percebem que esta pessoa será o ainda não nascido Siegfried.

Para realizar o pedido, Wotan deita Brünnhilde em uma rocha e a beija, iniciando o sono mágico. Ele invoca Loge para iniciar o círculo de fogo que a protegerá, sendo prontamente atendido. Ele então parte, citando "(…) quem teme a ponta de minha lança não passará pelo fogo"; isto é, somente pessoas livres poderão passar pelo fogo, quem não for regido pelo governante dos deuses.