Nomes e Graus dos Níveis Iniciatórios do Vodu

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Há uma série de níveis iniciatórios no vodu ortodoxo, que são atingidos sequencialmente conforme o indivíduo cresce em conhecimento e permanência na comunidade vodunista.
Todos os graus de iniciação estão abertos tanto para os homens como para as mulheres.
Uma pessoa não iniciada que frequenta as cerimônias, recebe aconselhamento e tratamento medicinal do houngan ou da mambo e toma parte nas atividades do vodu é normalmente chamada de vodunista. Este é um termo geral, assim como 'cristão' ou 'budista'.
Um não iniciado que está associado a um peristilo em particular, frequenta as cerimônias regularmente e aparenta estar sendo preparado para a iniciação é classificado como hounsi bossale. Hounsi é da linguagem Fon dos Dahome e significa "noiva do espírito", embora o termo no Haiti seja utilizado para homens e mulheres. Bossale significa "selvagem" ou "indomado", no sentido de um cavalo selvagem.
O primeiro grau de iniciação confere o título de hounsi kanzo. Kanzo, também
do Fon, refere-se ao fogo, e a cerimônia do fogo, também chamada de Kanzo, empresta seu nome a todo o ciclo iniciático. Indivíduos que são kanzo podem ser comparados a batizados numa seita cristã. Numa cerimônia vodu, os hounsi kanzo vestem-se com uma roupagem branca, formam o coro e são prováveis candidatos de possessão pelos loa.
O segundo grau é chamado de si puen, sur point em francês, isto é, 'no ponto', 'sobre o ponto'. Este termo se refere ao fato de que o iniciado passa por cerimônias "no ponto" ou apadrinhado por um loa em particular.
Essa pessoa é então considerada um houngan ou uma mambo e lhes é permitido o uso do asson, sagrado chocalho emblema do sacerdócio. Indivíduos que são si puen podem ser comparados a pastores de seitas cristãs. Numa cerimônia eles conduzem orações, cânticos e rituais e são candidatos quase inevitáveis para possessão. Uma vez iniciados como sur point eles podem realizar iniciações de hounsi kanzo e de si puen.
O terceiro e último grau de iniciação é o asogwe.
Houngans e mambos asogwe podem ser comparados aos bispos das seitas cristãs, pois podem consagrar outros sacerdotes.
Indivíduos que são asogwe podem iniciar outros em kanzo, si puen e em asogwe. Numa cerimônia eles são a autoridade final sobre os procedimentos, a menos que um loa esteja presente e manifesto através do mecanismo de possessão. Eles são também o último recurso quando a presença de um loa específico é requerida. É dito que um asogwe "tem o asson", referindo-se à capacidade do asogwe de conferir um outro iniciado com o asson, elevando então o grau deste a asogwe.
Mesmo um houngan ou mambo asogwe deve submeter-se à opinião do houngan ou da mambo que o iniciou, dos que foram iniciados em asogwe antes dele, do houngan ou mambo que iniciou seu iniciador, dos iniciadores deste e por aí vai. Estas relações podem se tornar realmente complexas e há um ponto na cerimônia do vodu ortodoxo onde todos houngans e mambos, sur point e asogwe, participam duma série de gestos e abraços rituais que servem para elucidar e regular estas relações.

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