Os Ancestrais e a Maneira Vodu de Recuperação dos Mortos

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Os ancestrais, zanset yo no Creole haitiano, estão sempre com um vodunista.
Ele vive, age, respira com a consciência de sua presença. O hino nacional do Haiti começa assim "Pelo país e pelos ancestrais, nós andamos unidos..."

No interior do Haiti, cada aglutinado familiar tem seu cemitério familiar.
As tumbas dos familiares são tão elaboradas quanto possível.
Algumas lembram casas nas quais a cripta é subterrânea. As estruturas construídas para as famílias ricas podem até conter pequenas salas de estar, com um retrato do falecido e boas cadeiras. Quando um visitante adentra as terras de uma família para uma visita extensa, a cortesia requer que ele faça uma pequena libação de água nas tumbas para que os ancestrais o recebam bem. Membros da família e convidados podem também, a qualquer momento, fazer uma "iluminação".
Velas ou fitas de cera de abelha são acesas, colocadas nas tumbas e então uma pequena prece é dita.
Na cidade, a lei requer que se enterre no cemitério da cidade. Novamente, as estruturas podem ser bem elaboradas e grandes cadeados e outros meios de segurança são usados para evitar que violadores de tumbas roubem metais, ossos e outros artigos da pessoa morta. Os ossos de indivíduos mortos são considerados de grande poder magicko, especialmente se a pessoa morta fosse um houngan ou uma mambo ou fosse de alguma maneira notável e distinta, para o bem ou para o mal.
Um vodunista é enterrado com uma cerimônia católica romana e uma vigília é feita durante nove dias após a morte. A nona noite é chamada de denye priye, a última prece. Após a última prece, a parte católica do funeral é encerrada.
Em algum ponto, antes ou após a cerimônia católica, a cerimônia de vodu "desounin" é realizada. Neste rito, as partes componentes da alma e da força de vida da pessoa e o loa primário na cabeça da pessoa são separados e enviados para seus destinos corretos. O desounin de um houngan famoso e altamente respeitado pode ser assistido por centenas de enlutados lamentosos vestidos de robes brancos. É neste momento que o herdeiro de qualquer loa familiar libertado do falecido é normalmente revelado, ficando o indivíduo escolhido brevemente possuído. Um ano e um dia após a morte do indivíduo pode ser feita a cerimônia mo nan dlo (tirar o morto da água). O espírito da pessoa é chamado através de um vaso com água, que é coada por um lençol branco para um pote de barro limpo chamado govi, onde é ritualisticamente instalado. A voz do morto pode ser ouvida através do govi ou através de uma pessoa brevemente possuída para o propósito. O govi é reverentemente colocado no djevo, ou salão interno do templo.
Algumas vezes o espírito de um ancestral pode retornar por sua própria vontade como um loa Ghede.

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