AS HIERARQUIAS CRIADORAS - FRATERNIDADE ROSACRUZ

Print Friendly and PDF


Além das cinco Hierarquias Criadoras que voluntariamente nos ajudaram em nossa evolução, há outras sete que, pertencentes à nossa evolução, cooperaram com Deus na formação do Universo. No primeiro capítulo do Gênese essas Hierarquias são chamadas "Elohim". Esse nome significa uma hoste de Seres duplos ou bissexuais. A primeira parte do nome é Eloh, um nome feminino, em que a letra "h" indica o gênero. Se houvesse intenção de indicar um ser feminino ter-se-ia empregado a palavra Eloh. O feminino do plural é formado com o sufixo "oth". Portanto, se houvesse intenção de indicar certo número de Deuses do gênero feminino, a palavra correta teria sido "Elooth". Todavia, em vez de qualquer destas duas formas, encontramos o plural masculino terminado em "im", acrescentado ao nome feminino "Eloh", o que indica uma hoste de Seres bissexuais, masculino-femininos, expressões da energia criadora dual, positiva-negativa.
Na última parte do capítulo alude-se novamente à pluralidade de Criadores, quando se atribuem as seguintes palavras aos Elohim: "Façamos o homem à nossa imagem", depois do que é inconsistentemente acrescentado: "Ele os fez macho e fêmea".
Os tradutores traduziram a embaraçante palavra "Elohim" (como vimos não só uma palavra plural mas também um nome masculino-feminino) fazendo-a equivaler à palavra no singular, neutra, "Deus".
Podiam ter traduzido de outra forma, mesmo que soubessem? Era-lhes proibido perturbar as idéias já existentes e o Rei Jaime não desejava a verdade a todo preço, mas a paz por qualquer preço. Seu único desejo era evitar toda controvérsia que lhe pudesse criar perturbações no reino.
O plural "eles" também é usado quando se menciona a criação do homem, indicando claramente que a referência diz respeito à criação de ADM, a espécie humana, e não à de Adão o indivíduo.
Como já assinalamos, seis Hierarquias Criadoras (além dos Senhores da Chama, dos Querubins, dos Serafins e das duas Hierarquias sem nome que passaram à libertação) estavam em atividade ajudando os espíritos virginais. Estes, em si mesmos, formam uma sétima Hierarquia.
Os Querubins e os Serafins nada têm a ver com a criação da Forma; por isso, não são mencionados no capítulo que estamos considerando, que trata especialmente do aspecto Forma da Criação. São mencionadas somente as sete Hierarquias Criadoras que, em efetivo trabalho, levaram o homem até onde pudesse adquirir uma forma física densa para, por seu intermédio, poder
trabalhar o espírito interno.
Após descrever cada parte do trabalho da Criação, disse-se: "e Elohim viu que era bom". Isto se diz sete vezes, a última vez no sexto dia, quando foi criada a forma humana.
Depois, indica-se que, "no sétimo dia, Elohim descansou". Isto concorda perfeitamente com os ensinamentos ocultos sobre a parte de cada Hierarquia no trabalho da evolução até o Período atual. Também se diz que, na época atual, os Deuses e as Hierarquias Criadoras retiraram-se da participação ativa no trabalho de salvação do homem para que ele a faça por si, sob a necessária orientação dos "Irmãos Maiores", atualmente os mediadores entre o homem e os Deuses.

O PERÍODO DE SATURNO

Como vimos, o princípio de nosso sistema e o trabalho das Hierarquias Criadoras descrito pela ciência oculta harmoniza-se com os ensinamentos da Bíblia. Examinando, doravante, os ensinamentos da Bíblia relativos aos diferentes "Dias da Criação", veremos sua concordância com os ensinamentos ocultos relativos aos Períodos de Saturno, Solar e Lunar, às três e meia revoluções do Período Terrestre e às épocas Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante, anteriores à presente época Ária.
Não é possível dar uma descrição detalhada em poucas linhas, todavia, os pontos principais estão ali em ordem sucessiva muito semelhante a uma fórmula algébrica da criação.
O segundo versículo do Gênese diz: A Terra era agreste e desabitada, e a obscuridade pairava sobre a face do abismo e os Espíritos dos Elohim flutuavam sobre o abismo". Ao princípio da manifestação, o que atualmente é Terra estava no Período de Saturno, exatamente na condição descrita, como se pode ver na descrição feita sobre o Período. Não era "vazia e informe", como diz a versão do Rei Jaime. Era quente, portanto, bem definida e separada do frio abismo do espaço. É certo que era obscura e ao mesmo tempo quente, porque o calor "obscuro" precede necessariamente o calor brilhante visível. Sobre esse globo obscuro do Período de Saturno pairavam as Hierarquias Criadora. Agiram sobre o globo de fora e moldaram-no. A Bíblia referindo-se a Elas, chama-lhes "Espíritos dos Elohim".

O PERÍODO SOLAR

O Período Solar está bem descrito também no terceiro versículo, que diz: "E os Elohim disseram: - Faça-se a luz, e a luz foi feita".
Esta passagem tem-se prestado a muitos gracejos, os mais ridículos e absurdos. Tem-se feito a seguinte pergunta: Como pôde haver luz na Terra se o Sol não foi criado senão no quarto dia? O narrador da Bíblia não
fala somente da Terra, mas da massa ígnea central, da qual se formaram os planetas do nosso sistema, inclusive a Terra. Quando a nebulosa alcançou o estado de fogo brilhante e luminoso, no Período Solar não havia a menor necessidade de iluminação externa: a Luz estava dentro. No quarto versículo se lê: "Os Elohim separaram a luz das trevas", isto porque o espaço exterior era obscuro, distinguindo-se da brilhantíssima nebulosa que existiu no Período Solar.

O PERÍODO LUNAR

O Período Lunar é descrito no sexto versículo, como segue: "e os Elohim disseram: haja uma expansão (traduzido como "Firmamento" em outras versões) nas águas, para que a água se separe da água". Isto descreve exatamente as condições do Período Lunar, quando o calor da massa ígnea brilhante e o frio do espaço exterior formaram uma coberta de água em torno do centro ígneo. O contato do fogo com a água gerou o vapor, que é água em expansão, conforme descreve o versículo. Era diferente da água
relativamente fria que constantemente gravitava para o centro ígneo, ardente, para substituir o vapor que surgia. Desta sorte, havia uma circulação constante da água em suspensão e também uma expansão, porque o vapor, arremessado do centro ígneo formava uma atmosfera de neblina ardente que se condensava ao pôr-se em contato com o espaço externo, volvendo novamente ao centro para tornar a esquentar-se e realizar outro ciclo.
Assim, havia duas classes de água e uma divisão entre elas, como se descreve na Bíblia. A água mais densa estava mais próxima do centro incandescente; a água em expansão ou vapor, estava fora.
Isto também concorda com a teoria científica dos tempos modernos: primeiramente calor obscuro; depois nebulosa brilhantíssima; por último umidade externa e calor interno, e finalmente solidificação.

O PERÍODO TERRESTRE

O Período Terrestre é descrito a seguir. Antes de fazer essa descrição tratemos das recapitulações. Os versículos citados, assim como as descrições feitas, também correspondem aos Períodos que recapitulam. O que se diz do Período de Saturno descreve também as condições do Sistema quando emerge de qualquer dos Períodos de Repouso. As descrições dos Períodos de Saturno, Solar e Lunar corresponderiam, portanto, às três primeiras Revoluções de nosso presente Período Terrestre, e o seguinte corresponderia às condições da Terra na presente Revolução.
No versículo nono, lemos: "E Elohim disse: que as águas se separem da terra seca... e Elohim chamou à terra seca, Terra". Isto se refere à primeira solidificação. O calor e a umidade tinham formado o corpo sólido de nosso atual globo.

A Época Polar: o versículo nono, que descreve o Período Terrestre, a quarta Revolução (em que começou o verdadeiro trabalho do Período Terrestre), também descreve a formação do reino mineral e a recapitulação do homem, em estado mineral, na Época Polar. Cada Época é também uma recapitulação do estado anterior. Assim como há recapitulações de globos, revoluções e períodos, assim há também em cada globo recapitulações do anteriormente feito. Estas recapitulações são infindas.
Há sempre espirais dentro de espirais: no átomo, no Globo em todas as outras fases da evolução.
Por mais complicado e confuso que isso possa parecer, não é difícil de compreender. Há um método ordenado que tudo rege. Em devido tempo seremos capazes de o perceber e de acompanhar a obra desse método, como um fio que conduz através do labirinto. A analogia é um dos melhores auxiliares para compreender a evolução.
A Época Hiperbórea é descrita nos versículos 11 a 19, como trabalho efetuado no quarto dia. Diz-se ali que Elohim criou o reino vegetal, o Sol, a Lua e as estrelas.
A Bíblia concorda com a ciência moderna ao dizer que as plantas vieram depois dos minerais. A diferença entre os dois ensinamentos refere-se ao tempo em que a Terra foi expelida da massa central.
A ciência afirma que foi expelida antes da formação da crosta sólida que pudesse chamar-se de mineral ou vegetal. Se queremos designar por tais minerais ou vegetais os que atualmente conhecemos, essa afirmação é verdadeira. Não havia substância material densa, todavia, a primeira incrustação ou solidificação que teve lugar no globo era mineral. O narrador da Bíblia indica somente os incidentes principais. Não se diz que a crosta sólida fundiu-se quando foi expelida da massa central, como um anel que se quebrou, reunindo-se depois os pedaços. Num corpo tão pequeno como a Terra, o tempo preciso para a cristalização foi comparativamente curto. Por isso, o historiador não o menciona, assim como não relata o desmembramento que se produziu novamente quando a Lua foi expelida da Terra.
Procedeu assim, provavelmente, pensando que todo o capacitado para os ensinamentos ocultos deve estar familiarizado com os detalhes menores.
Na condensação da massa ígnea central, as plantas, por serem etéreas, não foram destruídas pelo processo de fusão. Assim como as linhas de força que orientam a cristalização do gelo, estão presentes na água, assim também, quando a Terra se cristalizou, as plantas etéreas estavam presentes. Eram os moldes que agruparam a matéria necessária para formar os corpos vegetais da atualidade, e os do passado, enterrados nos estratos geológicos do Globo Terrestre.
A formação destas formas vegetais etéreas foi auxiliada pelo calor externo, depois da Terra separar-se do Sol e da Lua. Esse calor proporcionou-lhes a força vital para agrupar em sua volta uma substância mais densa.
A Época Lemúrica é descrita no trabalho do quinto dia. Como esta Época é a terceira, em certo sentido é uma recapitulação do Período Lunar. Na narração bíblica estão descritas as condições existentes no Período Lunar: água, neblina ardente e as primeiras tentativas de vida com movimento e respiração.
Os versículos 20 e 21 descrevem que os "Elohim disseram: que as águas tenham coisas que respirem vida... e aves... e os Elohim formaram os grandes anfíbios e todas as coisas viventes de acordo com as suas espécies
e todas as aves com asas".
Isto também concorda com os ensinamento da ciência material que diz: que os anfíbios precederam as aves.
Convidamos o estudante a notar particularmente que as coisas formadas não eram Vivas. Não se diz que se criou a Vida, mas "coisas" que respiravam e inalavam vida... A palavra hebraica para a substância que se inala é nephesh, e deve-se notar cuidadosamente isto, porque a encontraremos mais tarde sob uma nova roupagem.
A Época Atlante refere-se ao trabalho do sexto dia.
No versículo 24 é mencionada a criação dos mamíferos e a palavra nephesh aparece outra vez explicando que os mamíferos "inalavam vida". Os Elohim disseram: "Que a Terra produza coisas que respirem vida...
mamíferos..." e no versículo 27 os Elohim formaram o Homem à sua semelhança, isto é, fizeram-nos macho e fêmea como Eles (os Elohim). O historiador bíblico omitiu o estado humano assexual e hermafrodita e chega aos sexos separados tal como os conhecemos atualmente. Não podia ser de outra maneira porque está descrevendo aqui a Época Atlante, e no tempo desta época que se alcançou esse estado de evolução já não havia homens assexuais nem hermafroditas. A diferenciação dos sexos ocorrera antes, na Época Lemúrica. Nos seus primeiros graus de desenvolvimento, o que depois se converteu em homem, mal se podia considerar como tal, diferia muito pouco dos animais.
Portanto, a Bíblia não contradiz os fatos, quando afirma que o homem foi formado na Época Atlante.
No versículo 28 (de todas as versões) encontramos um pequeno prefixo de uma muito grande significação: "Os Elohim disseram: frutificai e RE-povoai a Terra". Isto mostra claramente que o escritor conhecia perfeitamente os ensinamentos ocultos de que a onda de vida tinha evolucionado no Globo D, o do Período Terrestre, nas Revoluções anteriores.
A Época Ária corresponde ao sétimo dia da Criação, quando os Elohim, como Criadores e Guias, descansaram do seu trabalho e a humanidade foi deixada ao próprio cuidado.
Assim termina a história no que respeita à manifestação das formas. No capítulo seguinte conta-se a história sob ponto de vista relativo especialmente ao aspecto Vida da Criação.

JEOVÁ E SUA MISSÃO

Tem havido muitas discussões eruditas a respeito da autoria e principalmente da discrepância entre a história da criação dada no primeiro capítulo e o que se diz no quarto versículo do segundo capítulo. Afirma-se que as duas descrições foram escritas por diferentes pessoas, porque o Ser ou Seres aos quais os tradutores deram o nome de "Deus", no primeiro e segundo capítulos da versão inglesa denomina-se, Elohim no primeiro capítulo e "Jeová" no segundo capítulo do texto hebraico. Argumenta-se, a esse respeito, que o mesmo narrador não teria nomeado Deus de duas maneiras diferentes.
Realmente, se quisesse referir-se ao mesmo Deus em ambos os casos, não o teria feito, mas o autor não era monoteista. Sabia alguma coisa mais para pensar em Deus como um simples Homem "superior" que tivesse o céu como trono e a terra como escabelo. Quando escreveu de Jeová reportava-se ao Líder a quem estava a cargo esse trabalho particular da Criação que se descreve.
Jeová era e é um dos Elohim. É o Líder dos Anjos, a humanidade do Período Lunar e é o regente da Lua atual. Remetemos o leitor ao diagrama 14: http://www.fraternidaderosacruz.org/dia14.htm para compreender facilmente a posição e natureza de Jeová.



Dirige os Anjos e, como Regente da Lua, Ele tem a seu cargo os seres degenerados e malignos que nela existem. Com Ele estão também alguns Arcanjos, que constituíram a humanidade do Período Solar. Estes são chamados "Espíritos de Raça".
O trabalho a cargo de Jeová é a construção de corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecentes. Portanto, Ele é o doador de crianças, e os Anjos são seus mensageiros nesta obra. Os fisiólogos sabem muito bem que a Lua está relacionada com a gestação.
Observam que dirige e governa os períodos de vida intra-uterina e outras funções fisiológicas.
Sabe-se que os Arcanjos, como Espíritos e Guias de uma Raça, lutam a favor ou contra algum povo, conforme as exigências da evolução dessa raça requererem. No livro de Daniel, 10-20, um Arcanjo falando com Daniel, diz:
"Agora, voltarei a lutar com o príncipe da Pérsia; e quando eu for, vede que o príncipe da Grécia virá".
O Arcanjo Miguel é o Espírito da Raça Judia (Daniel 12-1) e Jeová não é o Deus dos Judeus somente, é também o Autor de todas as religiões de Raça, que conduzem ao Cristianismo. É certo que tomou um interesse especial pelos progenitores dos atuais judeus degenerados, os Semitas originais, a "semente de raça" para as sete raças da Época Ária.
Jeová cuida especialmente de qualquer "semente de raça", na qual inculca as faculdades embrionárias da humanidade de uma nova época.
Por essa razão, esteve muito relacionado com os Semitas originais, seu "povo eleito", o escolhido para ser a semente de uma nova raça, a que devia herdar a "terra prometida", não a simples e insignificante Palestina mas sim toda a Terra, tal como é atualmente.
Ele não os guiou fora do Egito. Essa história, que posteriormente se originou entre os descendentes dos "semitas originais", é um relato confuso da jornada para Leste, através das inundações e desastres que acabaram com a submergida Atlântida, até chegarem ao Deserto (de Góbi, na Ásia Central).
Ali, esperaram os cabalísticos quarenta anos, antes de entrar na Terra Prometida. Há duplo e peculiar significado nessa palavra "prometida".
Chamou-se "terra prometida" porque, não existindo naquele tempo terra apropriada para ser ocupada pelos homens, o povo eleito foi levado ao Deserto. Como parte da Terra estava submergida pelas inundações e outras partes deslocadas e modificadas pelas erupções vulcânicas, foi necessário esperar um período de tempo até que a nova Terra estivesse em condições de converter-se em possessão da raça Ária.
Os semitas originais foram isolados e proibidos de casarem com outras tribos ou povos mas, como povo teimoso e obstinado que se guiava quase exclusivamente pelo desejo e pela astúcia, desobedeceu à ordem. Sua Bíblia fala que os filhos de Deus casaram com as filhas dos homens, os compatriotas de grau inferior da Atlântida.
Porque frustaram os desígnios de Jeová, foram expulsos, e o fruto de tais cruzamentos tornado inútil como semente de nova raça.
Os nascidos desses cruzamentos, que agora falam de "tribos perdidas", foram os progenitores dos Judeus dos tempos atuais.
Sabem que alguns dos componentes do núcleo original os abandonaram e foram para outra parte, mas desconhecem que foram esses precisamente, os que ficaram fiéis. A história das dez tribos perdidas é uma fábula. A maioria delas pereceu, mas os fiéis sobreviveram. Desse remanescente fiel descendem as atuais raças árias.
A ciência oculta concorda com a opinião que diz ser isso mera mutilação das escrituras originais da Bíblia. Assevera-se que muitas partes dela são completas invenções mas não se faz a menor tentativa de provar como conjunto, a autenticidade do livro sagrado, na forma em que atualmente o possuímos. Nosso esforço atual é uma simples tentativa para exumar alguns pedaços da verdade oculta, e extraí-los dessa massa de mal-entendidos e interpretações incorretas em que foram enterrados pelos diversos tradutores e revisores.

INVOLUÇÃO, EVOLUÇÃO E EPIGÊNESE

Desemaranhadas, nos parágrafos anteriores, dentre a confusão geral, a identidade e a missão de Jeová, procuremos agora harmonizar os dois relatos aparentemente contraditórios sobre a criação do homem, segundo se narra no primeiro e segundo capítulos do Gênese. No primeiro diz-se que ele foi o último a ser criado, enquanto no segundo se afirma
que foi criado antes de todas as demais coisas viventes.
Conforme notamos, o primeiro capítulo trata unicamente da criação da forma, o segundo capítulo é dedicado ao exame da Vida, enquanto o quinto trata da Consciência. A chave para compreender isto, está em saber distinguir a Forma Física, da Vida que constrói essa forma para sua expressão. Ainda que o relato da sequência da criação dos outros reinos não esteja tão correto no segundo capítulo como no primeiro, é muito certo que o homem, considerado do ponto de vista da Vida, foi criado em primeiro lugar. Mas se o considerarmos do ponto de vista da Forma, como acontece no primeiro capítulo, foi criado por último.
Em todo o transcurso da evolução, através dos períodos, globos, revoluções e raças, aqueles que não melhoram, por não formarem novas características, ficam para trás e começam imediatamente a degenerar. Só os que permanecem plásticos, flexíveis e adaptáveis podem modelar novas formas, apropriadas à expressão da consciência que se expande. Só a vida capaz de cultivar as possibilidades de aperfeiçoamento, inerentes na forma que anima, pode evolucionar com os adiantados de qualquer onda de vida. Todos os outros ficam atrasados.
É esta a medula do ocultismo. O progresso não é um simples desenvolvimento nem, tampouco, Involução e Evolução. Além da Involução e da Evolução, há um terceiro fator, a Epigênese, que completa a tríade.
As primeiras duas palavras são familiares a todos os que estudaram a Vida e a Forma. Admite-se, geralmente, que a involução do espírito na matéria tem o objetivo de construir a forma, mas não se reconhece tão comumente que a Involução do Espírito corre paralela à Evolução da Forma.
Desde o princípio do Período de Saturno até a Época Atlante, quando "os olhos do homem foram abertos" pelos espíritos Lucíferos, as atividades do homem (ou força-vital que se converteu em homem) eram dirigidas principalmente para dentro. Essa mesma força que o homem agora emprega ou irradia para construir estradas de ferro e vapores, empregava-se internamente para construir um veículo através do qual pudesse manifestar-se. Este veículo é tríplice, analogamente ao espírito que o construiu. A forma evolui, construída pelo espírito.
Durante essa construção, o espírito involuiu até que, nela penetrando, partiu para a própria evolução. Os melhoramentos ou aperfeiçoamentos da forma são resultado da Epigênese.
Logo, o poder que o homem agora emprega para melhorar as condições externas foi empregado durante a Involução com propósitos de crescimento interno.
Há forte tendência em considerar tudo o que existe como resultado de algo que foi. Olha-se a Evolução como simples desenvolvimento de perfectibilidades germinais. Tal concepção exclui a Epigênese do esquema das coisas, não sucede possibilidade alguma de construir-se algo novo, nenhuma margem para a originalidade.
O ocultista crê que o propósito da evolução é o desenvolvimento do homem desde um Deus estático a um Deus dinâmico, um Criador. Se o desenvolvimento que atualmente efetua constituísse a sua educação, e se o seu progresso representasse simplesmente a expansão de qualidades latentes, onde aprenderia a criar?
Se o desenvolvimento do homem consistisse unicamente em aprender a construir formas cada vez melhores, de acordo com os modelos já existentes na mente do seu Criador, na melhor hipótese poderia converter-se num bom imitador mas nunca num criador.
Para tornar-se um criador original e independente é necessário, no seu exercitamento, que tenha suficiente margem de emprego de sua originalidade individual. É isso que distingue a criação da imitação.
Conservam-se certas características da forma antiga necessária ao progresso mas, em cada novo renascimento, a Vida Evolucionante acrescenta tantos aperfeiçoamentos originais quantos sejam necessários para sua expressão ulterior.
A vanguarda da ciência encontra-se a cada momento frente à Epigênese, como um fato real em qualquer domínio da Natureza. Em 1759 Gaspar Wolff publicou sua "Theoria Generationis", onde já demonstrava que no óvulo humano não há o menor traço do organismo em perspectiva, que sua evolução se traduz na adição de novas formações, enfim, na construção de algo que não está latente no óvulo.
Haekel, grande e valoroso estudante da Natureza, e que esteve muito próximo do conhecimento da verdade completa sobre a evolução, diz da "Theoriae Generationis": "Apesar do seu pequeno alcance e da difícil terminologia, é uma das mais valiosas obras da literatura biológica".
Disse Haekel em seu livro "Antropogênese": "Em nossos dias é plenamente injustificado chamar-se à Epigênese uma hipótese; estamos plenamente convencidos de que é um fato, e podemos demonstrá-lo, a qualquer momento, com auxílio do microscópio".
Um construtor seria um pobre expoente de sua habilidade se construísse casas limitando-se a seguir um determinado modelo aprendido do seu mestre, e não pudesse alterá-lo para satisfazer novas exigências. Para alcançar êxito, deve poder desenhar casas novas e melhores, aperfeiçoando o que a experiência mostre como inútil nos edifícios anteriormente construídos. A força que o construtor dirige agora para fora, para construir casas cada vez mais adaptadas às novas condições e exigências, nos Períodos passados, foi empregada na construção de veículos novos e melhores para evolução do Ego.
Partindo do mais simples organismo, a Vida que é agora Homem construiu as Formas apropriadas às suas necessidades. Em devido tempo, à medida que as entidades progrediam, tornou-se evidente que novos aperfeiçoamentos deveriam ser acrescentados às formas. Estes melhoramentos tornaram-se incompatíveis com as linhas de construção anteriormente seguidas. Deveria ser iniciada a construção de novas formas, que não contivessem nenhum dos enganos anteriores. Conforme a experiência ensinou, tais enganos impediram o desenvolvimento posterior.
Dessa maneira, a vida evolucionante ficou apta a obter progressos posteriores em novas formas e por graus sucessivos vai aperfeiçoando seus veículos. Esse aprimoramento continua sem cessar, sempre adiante. Para estar na vanguarda do progresso, o homem construiu seus corpos a partir de algo semelhante à ameba, daí até à forma humana do selvagem e, daí, através de sucessivos graus, até às raças mais avançadas, as que estão usando atualmente os corpos altamente organizados na Terra. Entre as mortes e nascimentos estamos constantemente construindo corpos para funcionar em nossas vidas. Alcançarão um grau de eficiência maior do que o que tem atualmente. Se cometemos erros de construção, durante os nascimentos, far-se-ão evidentes quando empreguemos o corpo na próxima vida terrestre. É de suma importância perceber e compreender nossos erros, para evitá-los vida após vida.
Assim como o construtor de casas fracassaria comercialmente se não melhorasse continuamente seus métodos para corresponder às exigências do seu negócio, assim também os que aderem persistentemente às formas antigas fracassam, não podem elevar-se com a onda de vida e ficam "atrasados".
Ocupam as formas abandonadas pelos pioneiros, como já se explicou, e formam as raças inferiores ou, também, as espécies inferiores do reino em que estejam evolucionando. A vida passou através de estados semelhantes ao mineral, vegetal e animal e através das raças humanas inferiores, até chegar ao homem adiantado de hoje. Os que fracassaram ao longo do caminho foram-se atrasando e não puderam alcançar o tipo necessário para conservarem-se na vanguarda da evolução. Tomaram as formas abandonadas pelos adiantados e, usando-as como graus intermediários, procuraram alcançar os primeiros, mas as formas não estavam mais no mesmo grau. Na Evolução não há lugares de espera. Na vida que evoluciona, tal como no comércio, nada há que seja simplesmente "conservar o seu". Progredir ou retroceder é a Lei. A forma que não é capaz de aperfeiçoar deve degenerar.
Portanto, há uma linha de formas que se aperfeiçoam, animadas pelos pioneiros da vida evolucionante, e outra, a das formas em degeneração, abandonadas pelos pioneiros, mas animadas pelos atrasados. Estes são os que permaneceram na onda de vida particular a que pertenceram originalmente essas formas.
Quando não há mais atrasados, a espécie morre gradualmente. As formas cristalizam porque os possuidores, cada vez de menor capacidade, não têm possibilidade de melhorá-las. Portanto, voltam ao reino mineral, são fossilizadas, e amalgamam-se aos diferentes estratos da crosta terrestre.
A afirmação da ciência materialista que diz ter o homem subido gradualmente, através dos diferentes reinos vegetal e animal, até chegar aos antropóides e depois ao homem, não é perfeitamente correta. O homem nunca habitou formas idênticas às dos animais atuais, nem às dos antropóides de hoje, mas habitou em formas que, sendo semelhantes, eram superiores às dos nossos presentes antropóides.
O homem de ciência observa que há semelhança anatômica entre o homem e o mono e, como o processo evolutivo sempre trabalha pela perfeição, deduz que o homem deve descender do mono. Porém, os esforços para encontrar "o elo perdido" entre ambos são baldados.
Os pioneiros da nossa onda de vida (as raças árias) progrediram desde que ocuparam formas parecidas com as dos nossos monos antropóides até o presente estado de desenvolvimento, enquanto as Formas (que eram "o elo perdido") degeneraram e estão agora animadas pelos últimos atrasados do Período de Saturno.
Os monos não são os progenitores das espécies superiores, são atrasados que ocupam os exemplares mais degenerados daquilo que foi antes forma humana.
Não foi o homem que ascendeu dos antropóides; aconteceu o contrário: os antropóides são uma degeneração do homem. A ciência materialista, que trata só da forma, equivocou-se e tirou conclusões errôneas sobre o assunto.
As mesmas condições, relativamente, se encontram no reino animal. Os pioneiros da onda de vida que começou a evolução no Período Solar são os mamíferos atuais. Seus diferentes graus correspondem aos passos dados pelo homem, devendo notar-se que todas as formas, utilizadas pelos atrasados, estão degenerando. Semelhantemente, os pioneiros da onda de vida que entrou em evolução no Período Lunar encontram-se entre as árvores frutíferas, enquanto os atrasados dessa onda de vida animam todas as outras formas vegetais.
Cada onda de vida permanece definidamente confinada dentro de seus próprios limites. Os antropóides podem alcançar-nos e converterem-se em seres humanos. Dos outros animais nenhum poderá alcançar nosso estado de desenvolvimento particular. Alcançarão um estado análogo, sob condições diferentes, no Período de Júpiter. Os vegetais atuais serão a humanidade do Período de Vênus, sob condições ainda mais diferentes, e os minerais alcançarão o estado humano no Período de Vulcano.
Notar-se-á que a moderna teoria da evolução, especialmente a de Haekel, se fosse completamente invertida, seria quase perfeita e estaria de acordo com os conhecimentos da ciência oculta.
O mono é um homem degenerado.
Os pólipos são a última degeneração deixada pelos mamíferos. Os musgos são as últimas degenerações do reino vegetal.
O reino mineral é a meta final das formas de todos os reinos quando alcançam o máximo de degeneração. O carvão de pedra exemplifica isto:
resulta de madeira petrificada ou, de restos fossilizados de várias formas animais. O próprio granito, coisa que nenhum homem de ciência admitirá, é originalmente tão vegetal como o próprio carvão. O mineralogista erudito explicará que está composto de blenda, feldspato e mica, porém o clarividente desenvolvido, que pode ler a Memória da Natureza milhões de anos atrás, poderá completar esta afirmação dizendo:
"Sim, e o que chamais de blenda e feldspato não são mais do que as folhas e pedúnculos de flores pré-históricas, e a mica é tudo quanto resta de suas pétalas".
Os ensinamentos ocultos sobre a evolução, estão corroborados pela ciência embriológica, que mostra a vida pré-natal como uma recapitulação de todos os estados passados de desenvolvimento. Não é possível distinguir a diferença entre o óvulo de um ser humano, o de alguns mamíferos superiores e, até, o dos vegetais mais elevados, nem mesmo ao microscópio. Não se pode dizer se o óvulo examinado é animal ou humano.
Mesmo depois de se desenvolverem algumas fases iniciais do crescimento embrionário os especialistas não podem indicar a diferença entre um embrião animal e humano.
Estudando o óvulo do animal durante todo o período de gestação, observa-se que somente passa através dos estados mineral e vegetal e nasce quando chega ao estado animal. A Vida que anima esse óvulo passou através da evolução mineral do Período Solar, da vida vegetal no Período Lunar e, agora, vê-se forçada a deter-se no grau animal do Período Terrestre.
Quanto à Vida que emprega o óvulo humano, teve existência mineral no Período de Saturno, vegetal no Período Solar e passou pelo estado animal no Período Lunar. Como tem alguma margem para exercer a Epigênese, alcançado o estado animal segue adiante até chegar ao estado humano. O pai e a mãe dão, de seus corpos, a substância de que se constrói o corpo da criança mas, especialmente nas raças superiores, a Epigênese permite agregar algo, o que torna a criança diferente de seus pais.
Quando a Epigênese não atua, ou se torna inativa no indivíduo, na família, nação ou raça, cessa a evolução e começa a degeneração.


RATO

HOMEM

0 Comentários: