Grupo de estudantes do curso de Belas Artes da Universidade de Fortaleza abre, hoje, no Espaço Multiuso do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a exposição "Arte à Deriva"

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Uma vez, o poeta Ferreira Gullar, depois de muito refletir sobre a vida, chegou a seguinte conclusão: "a arte existe, porque a vida não basta!".
Assim, com essa dona louca efusiva, imaginação estonteante, caos criativo, o homem ultrapassa seus limites. Rompe e refaz realidades.

À deriva, a experiência artística dar-te encontro a inúmeras possibilidades. A espera do próximo encontro, descoberta ou, se melhor convier, daquele "estalinho", de onde brota a mais interessante das ideias. Com esse sentimento despertado, um grupo de estudantes do curso de Belas Artes da Universidade de Fortaleza (Unifor), se uniu com um objetivo em comum: desenvolver um projeto onde pudessem pensar e executar manifestações artísticas.
Tecendo um diálogo com a cidade e compartilhando com os demais sua visão de mundo.

Exposição:

Desse encontro, nasceu o grupo Deriva, composto por Bia Castelo, Bettania Maranhão, Diana Rocha, Graça Carvalho, Igor Rosado, Jônia Tércia, Luciana Eloy, Marta Mendes, Monyque Barretho, Naiana Magalhães, Paula Souza e Segiane Cabrall.
Após muitas conversas, o grupo resolveu se aventurar por outros caminhos. Então, os alunos, com o auxílio do curador Pablo Manyé, também seu professor da disciplina de Técnicas e Materiais Experimentais II, chegaram à concepção da exposição "Arte à Deriva", que abre, hoje, às 19 horas, no Espaço Multiuso do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
A exposição apresenta ao público 14 trabalhos com técnicas e materiais diferentes.
"O grupo Deriva não tem a ilusão do controle da razão pura para incorporar outras sensibilidades. Vivemos no hoje e não pretendemos nos estabelecer como profetas da arte futura (...) Estar consciente da condição humana e do absurdo que ela arrasta, é o que descortina a percepção de que estamos todos à deriva", explica em texto curatorial, Pablo Manyé.
Segundo Luciana Eloy, pesquisadora e membro do
grupo, a ideia e a concepção da exposição "Arte à Deriva" vieram dos próprios estudantes, na tentativa de legitimar o trabalho que vêm realizando.
"Depois de alguns encontros, a gente quis fazer algo fora da Universidade. Esse ´sair´ do campus, embora contemos com o apoio da Unifor nesta mostra, é uma busca de caminharmos com as nossas próprias pernas.
Esse é um grande passo para legitimar nossos artistas, pois há muitos do grupo que pensam mesmo em seguir essa vertente".
A pesquisadora observa que o desejo de elaborar a exposição começou a surgir durante os exercícios práticos da disciplina de Técnicas e Materiais Experimentais II, ministrada por Manyé.
"A Bia Castelo foi quem nos incentivou a ir em frente com o projeto da mostra. Ela já é uma pessoa experiente no mercado, que tem sido fundamental para gente. Somos alunos experimentais da arte e do pensar artístico. Trazemos produções que trabalham com a linguagem conceitual e com técnicas e materialidades diversas", diz.
Dentre as produções
apresentadas pelo grupo Deriva, estão "Os pratos feitos" de Luciana Eloy, uma vídeo instalação que desdobra metáforas para as mais variadas padronizações que o mundo contemporâneo nos impõe.
"Padrões estes que nos referenciam e determinam nosso pertencimento a este ou àquele grupo. Os diversos ´PFS´, que apresento, propõem uma reflexão sobre essa sensação embalada para viagem", justifica ela.
A artista Naiana Magalhães, segunda colocada na XVI Unifor Plástica, traz ao público o óleo sobre tela e a vídeo instalação "Diagnóstico". A obra traz uma reflexão sobre a morte.
Há também o "Projeto Belezura", de Bia Castelo, onde ela desenvolve uma pesquisa utilizando gel, fotografia e tinta acrílica.
Outro destaque é "Tolerância à hipocrisia social", (tela aramada, tinta óleo e lantejoulas), de Monyque Barretho. O trabalho foi inspirado na agressão a dois atores no Centro da cidade, quando representavam michês em uma peça de teatro.
Além dessas obras, a mostra conta com outras, cada uma trazendo questões e possibilidades diferentes.

MAIS INFORMAÇÕES:
Abertura da exposição "Arte à Deriva", hoje, às 19 horas, no Espaço Multiuso do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema). Gratuita.
Visitas de terça-feira a quinta-feira, das 9 horas às 19 horas (acesso até às 18h30), e sexta-feira a domingo (e feriados), das 14 horas às 21 horas (acesso até às 20h30). Em cartaz até 27 de novembro.

Contato: (85) 3488.8600

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1067395

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