ENQUADRADO

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Mudara para aquela casa contra vontade.
Ele era alérgico àquela velharia.
Os cômodos da casa reforçavam-lhe a claustrofobia.
Contratara um arquiteto, que tentou de tudo, mas, as mudanças que implementara não conseguira diminuir o ar de terror daquele casarão.
As paredes eram muito sólidas. Toda pancada que se lhe dava não provocava um arranhão sequer.
Até um dia que....
Bem, havia um quadro que, de certo modo, era imexível como as paredes. Um quadro da renascença, que retratava mulheres nuas num grande tonel de uvas.
Como ia dizendo: até um dia que....
No quadro, a cada dia em que ele olhava, os rostos das mulheres como que lhe clamavam...
Até um dia que...um braço, da mulher que estava ao centro da obra, saltou daquele mundo bidimensional.
Ele se assustou. Quis fugir. Mas uma força estranha o aproximava mais e mais do quadro.
Num certo momento, quando seu celular apitou meia-noite, sua mão foi puxada pela mão da mulher ao centro do quadro.
O que aconteceu depois desse momento?
Fiquei no quadro, sob o poder de orgasmos constantes.

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