HAMSTERZINHA

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Ele queria dar um presente.

Um hamster.
Só que não tinha gaiola.
Lembrou-se da amiga Suzana. Ela possuía uma. Na verdade era a décima.

Ela tentou lhe alertar:
"Dez hamsters meus morreram, cada qual de forma estranha.
Um morrera falando uma língua morta.
Outro morrera falando uma língua viva.
O terceiro, elaborando equações quânticas, conseguiu abrir uma porta dimensional e se transportou a um outro lado, antes de morrer.
O quarto, colocado na gaiola com o quinto, uma fêmea, descobriu-se que era um vampiro, da linhagem do primeiro hamster vampiro da Valáquia. Transformou a fêmea em sua escrava sexual. Povoou a gaiola de filhotes. Tive de colocar a todos num forno.
O sexto, uma fêmea, colocada na gaiola com outra fêmea, o sétimo hamster, começou a fazer apologias ao hamster-lesbianismo. Como sou hamster-lesbófobo, escrevi um artigo descendo a lenha neste tipo de relação. O que me rendeu um processo das duas femeazinhas. Tive de contratar um assassino de ratazanas, pois não encontrei um de hamsters. Sou neo-nazista, mas, só em relação a roedores e seus familiares.
O oitavo era um acrobata chorão. Morreu escorregando nas próprias lágrimas.
O nono morreu de peido. Foi inchando, inchando, inchando, e, feito Dona Redonda, estourou, empesteando com o cheiro toda a casa. Tive de me ausentar uns meses.
O décimo, um terrorista, fugiu com minha gata. De vez em quando, vejo os dois juntos no telhado. Pra mim são uns ingratos. É como se tivessem morrido."

Ele desistiu da gaiola, mas.....quando ele foi pra casa, após tomar banho, vestir o roupão, abrir a porta do quarto, acender a luz, quem ele viu? Suzana, que, em sedução, de dentro de uma gaiola, lhe falou:
- O que você quer fazer com sua hamsterzinha?
Refletiu que tinha de tomar menos ácido e tomar cuidado com os ratos da viatura.

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