Yûkoku (Patriotismo ou O Rito de Amor e Morte — 1966)

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Direção: Domoto Masaki, Yukio Mishima
Roteiro: Yukio Mishima.
Fotografía: Kimio Watanabe
Produção: Hiroaki Fujii, Yukio Mishima.
Estúdio: Toho Company.

Yukoku é uma peça extremamente rara e histórica, não só por provar que um dos maiores escritores japoneses do século XX era um excelente cineasta, mas também porque os eventos retratados nele foram uma espécie de presságio do suicídio de Yukio Mishima alguns anos mais tarde.

A esposa do diretor destruíu as cópias do filme, após o suicídio de Mishima, em 1970, todavia trinta e cinco anos mais tarde foram encontrados os negativos, no sótão de sua casa, com os quais o filme pode ser restaurado. A película baseia-se num conto do próprio Mishima, por sua vez a história foi inspirada pelo "Ni Niroku" — uma tentativa de golpe, com motivações patriotas, ocorrida em 26 de fevereiro de em 1936, quando oficiais rebelaram-se contra o governo que eles consideravam traidor. A insurreição fracassou e dois oficiais se suicidaram, os outros foram executados (como realmente aconteceu na história real).

Ainda que seu fascínio pela história fosse claramente resultado do próprio espírito nacionalista de Mishima (ele era conhecido por suas visões tradicionalistas e oposição à ocidentalização do Japão), o diretor conseguiu captar admiravelmente bem todo o peso emocional da história. Com um elenco de dois atores e cenário minimalista, o filme não permite interferências na paixão entre marido e mulher, em suas despedidas de cada centímetro do corpo um do outro. Como resultado Yukoku torna-se um potente tributo, não somente ao espírito humano de determinação, mas também ao corpo humano.

Shinji Takeyama: Yukio Mishima
Reiko: Yoshiko Tsuruoka

SINOPSE:

Dois personagens, em um palco de Noh, dramatizando o rito de amor e morte do tenente Shinji Takeyama e sua esposa Reiko. Takeyama foi um dos jovens do grupo de oficiais que protagonizaram uma tentativa de golpe de Estado, em fevereiro de 1936. Ele não foi preso quando o golpe fracassou, mas como oficial da guarda do palácio, sabia que lhe seria dada a ordem para executar seus amigos. À noite, antes da execução, ele e sua esposa preparam-se para o seppuku, primeiro com paixão sem pudores, depois com espada e punhal abraçando a morte.

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