Fahrenheit 451

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Baseado na distopia homônima escrita por Ray Bradbury, Fahrenheit 451 é uma adaptação cinematográfica dirigida por François Truffaut em 1966. Em 1953, o escritor norte-americano profetizou o surgimento de uma sociedade “futurista” onde ler era proibido e os bombeiros possuíam a missão de encontrar e queimar livros – 451ºF era a temperatura em que os livros entravam em combustão, o equivalente a 232ºCelsius, aqui abaixo da linha Equador.

Bradbury era apaixonado por livros e escreveu o romance nos porões da biblioteca da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, em uma máquina de escrever alugada. Quando ele precisava dar um tempo para respirar, gostava de folhear as obras do edifício.

Na década de 1950, o rádio perdia cada vez mais espaço para a televisão. A tendência assustou o autor, que imaginou que, se o mundo continuasse assim, ninguém mais leria. Esse foi o ponto de partida de sua história, protagonizada por Guy Montag, um bombeiro que, em vez de apagar incêndios, atira livros ao fogo.

Montag vive em uma sociedade onde a televisão está em todos os lugares e a literatura é uma atividade em extinção. Seu trabalho é destruir as publicações e as casas que as escondem. Ele nunca questiona seus atos, e sua esposa passa o dia entretida com a TV, com uma “fome devoradora de imagens”. Sua vida é um vazio, até que ele conhece Clarisse, a nova vizinha. Aos poucos, ela o introduz ao mundo das ideias e das obras literárias. O bombeiro então começa a esconder alguns exemplares em sua própria casa e, por isso, torna-se um criminoso.

Bradbury disse em entrevistas que sua proposta principal não era criticar a censura, na época relacionada diretamente ao nazismo. Ele dizia que seu desejo foi pintar um retrato do rumo que a sociedade poderia estar tomando, quando livros e outras mídias estavam sendo substituídos por televisores. Ele acreditava que as obras seriam proibidas porque as pessoas ficariam menos interessadas em ideias e as veriam como objetos suspeitos. “Não tento descrever o futuro. Tento preveni-lo. E evitar que as coisas aconteçam da maneira errada”, disse o escritor.

Parte do futuro vislumbrado pelo autor já chegou. Ele antecipou a existência da televisão interativa e de objetos que transmitem uma torrente de informações 24 horas. Sobre esse aspecto, mais de meio século se passou e a cultura da imagem e da informação a qualquer hora tão marcante nos séculos 20 e 21 parece que apenas começou. Mas uma pergunta fundamental de Fahrenheit 451 ultrapassa todas as épocas: Por que precisamos dos livros?

“O bombeiro vai descobrindo o prazer pela leitura, ele fica fascinado. Eu trabalho nesta área de incentivo à leitura. Depois que ganha esse prazer, você se vicia”, diz Goldfarb.

Para ele, ler é uma necessidade que nos torna humanos. “O bonito de Fahrenheit 451 é que ele explora a leitura da literatura. A ficção é um grande mergulho na fantasia humana. A leitura humaniza e acaba tendo um papel de cidadania, de perceber o que acontece no mundo. O autor mostra que mesmo com toda a repressão, o livro tem uma sobrevida. A gente morre, mas o livro vive através do leitor”.

SINOPSE:

Num futuro hipotético, os livros e toda forma de escrita são proibidos por um regime totalitário, sob o argumento de que fazem as pessoas infelizes e improdutivas.

Se alguém é flagrado lendo é preso e "reeducado". Se uma casa tem muitos livros e um vizinho denuncia, os "bombeiros " são chamados para incendiá-la. Montag é um desses bombeiros. Chamado para agir numa casa "condenada", ele começa a furtar livros para ler. Seu comportamento começa a mudar, até que sua mulher, Linda, desconfia e o denuncia. Enquanto isso, ele mantém amizade com Clarisse, uma mulher que conhecera no metrô.

Ela o incentiva e, quando ele começa a ser perseguido (e morto, segundo a versão televisiva oficial), ela o leva à terra dos homens-livro, uma comunidade formada por pessoas que memorizavam seus livros e também eram perseguidas. Essas pessoas decoravam os livros, para publicá-los quando não fossem mais proibidos, e os destruíam.



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