A Lenda Chinesa do Dragão Alado

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      A lenda descreve o Dragão como um animal alado, grande, com corpo de serpente, todo coberto de escamas, com os pés em forma de garras e que pode viver tanto na água como na terra ou no ar. Este Dragão vivia no Rio Amarelo, porém decidiu deixá-lo e esta saída se caracterizou por 6 etapas. Nas escamas de seu corpo, foram desenhados círculos de cores claras e escuras e, ao longo de seu corpo ondulante, suas escamas se converteram em figuras sagradas. Se afirma que isto era para Fo-Hi a revelação dos trigramas do I Ching, imagem perfeita da Natureza que se revela ante o Sabio ou o Iniciado, quando este se converte em digno desta revelação. Podemos inferir que os conhecimentos adquiridos por Fo-Hi, por meio dos trigramas, foram transmitido por um verdadeiro Adepto, representado simbolicamente pelo Dragão.

      Alegoricamente, os seis passos da viagem dos seres humanos para alcançar o domínio pessoal ou o domínio da vida são retratados por esta lenda. A cada fase desta iniciação se dá um nome:

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⇨ O Dragão Oculto: É o Dragão que está escondido no fundo do rio. Representa o interior do homem oculto na matéria e que não tem gana de sair à superfície, de emergir de sua condição atual, de evoluir. Há uma preocupação exclusiva em satisfazer somente os desejos de sua natureza terrena.

⇨ O Dragão no Arrozal: Nesta etapa, o dragão sai da profundeza das águas. Se dá conta de outro mundo. Ele está na terra, porém esta é lamacenta e afunda com seu peso. É o primeiro despertar da consciência a algo que transcende o mundo físico. No entanto é um despertar momentâneo e especulativo, de curiosidade e não tem força para elevar o Dragão.

⇨ O Dragão Visível: Segundo a lenda, nesta etapa o transbordamento do rio, eleva o Dragão à superficie. O Dragão é arrancado da terra pelas mesmas águas que o mantinham preso ao solo e pode nadar, por um momento, em sua superfície no lugar de deslizar pelo fundo. Representa a consciência de que se está ciente da existência do mundo espiritual, que sabe que sua existência é necessária e reconhece a Divindade, porém todavia carece da Vontade para elevar-se à altura Dela.

⇨ O Dragão Saltitante: Nesta quarta fase, o Dragão está na terra que lhe permite elevar-se. Ele sabe que deve caminhar, porém não se deu conta de que é capaz de voar, dá apenas saltos, caindo de novo no mundo material. A luta que mantém é dolorosa e feliz é aquele que não renuncia, pois a vitória requer um esforço contínuo. É a etapa mais critica da caminhada, pois surgem duas bifurcações:

      Do Espírito: depois de muitas tentativas falharem, o Dragão de repente se dá conta de suas asas, as abre e pode voar, libertar-se de todas as coisas materiais. O espírito triunfa sobre os apegos, prazeres, esperanças e temores.

      Da Matéria: cansado de dar saltos, o Dragão não trata de extender suas asas, baixa no barro, na água, onde viveu e renuncia ao mundo superior. É o momento da dúvida de que, se não é vencida, arrastra o buscador, eliminando a possibilidade de ascensão espiritual. A isto se tem dado nomes simbólicos no ocultismo ocidental como “O Terror do Umbral” e “A Noite Escura da Alma”.

⇨ O Dragão Voador: O Dragão encontrou seu caminho e é capaz de voar nas alturas celestes. É capaz de mover-se entre o divino e o mundano, e de viver em harmonia com os ritmos cósmicos. É um Verdadeiro Iniciado.

⇨ O Dragão Planador: É a etapa final. O iniciado venceu todas as provas e sua missão já não está no plano físico. É plenamente consciente de que a multiplicidade é somente aparente, um reflexo da Unidade. Alcançou a plena união com a Divindade e vive o Nirvana, a profunda paz de cada momento.

      O Adepto conhece todos os segredos dos Planos Físico e Espirituais podendo viver sem maiores dificuldades, nos planos Superiores, Intermediários e Inferiores. Aquele que alcança tal condição se converte em uno com o Todo e nada no Universo, lhe é exterior ou desconhecido. Ele conhece todos os níveis e estados de consciência e é capaz de ajudar a humanidade em todas as circunstâncias.

      Meditemos nesta lenda e avaliemos quanto é a nossa Vontade real e sincera seguir a Grande Obra. Levantar o vôo do Dragão requer viparita, a reversão não somente dos sentidos e sim uma profunda mudança em nossos valores, palavras e atitudes que deve ser dirigida à compreensão, às ideias e aos ideais e elevados sentimentos. Que a chama do Dragão brilhe sempre em nossos "cor-ações".

Traduzido a partir da tradução Espanhola, por Aldo Peredo Malebrán, de um texto da O.T.O. da Senda Tifoniana (Tradição Draconiana).

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