AS DIMENSÕES DO UNIVERSO E O PROBLEMA DO TEMPO

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      O fator tempo, considerado pelos físicos como a quarta dimensão, é indubitavelmente a medida que ordena de forma linear os possíveis fenômenos do plano físico. Isto é, saímos de nossa casa no segundo 123.890.456 a partir de um momento escolhido arbitrariamente como instante 0, almoçamos nesse dia no segundo 123.903.215, fomos passear no segundo 123.907.119, etc. E não há dúvidas de que esta medida é certeira e precisa como parâmetro objetivo, pois todos nossos vizinhos podem comprovar, se puderem nos ver enquanto fazemos essas atividades, cada um com seu cronômetro, que para cada segundo indicado nessa simples escala linear, a medida tomada por todos eles é a mesma. Por conseguinte, para os materialistas, parece que nada pode escapar dessa linearidade da dimensão tempo. Assim se pensava, porém este conceito logo caducou e se mostrou teoricamente que se seres humanos viajassem em uma hipotética nave espacial a velocidades altíssimas (de dezenas de milhares de quilômetros por segundo) pelo cosmos, ao regressarem à Terra comprovariam algo incrível. Para os viajantes do espaço, deslocando-se a grande velocidade, o tempo passaria “mais devagar” do que para os humanos que permanecessem na Terra. Assim, se os viajantes ficassem 10 anos fora, ao retornar à Terra, de acordo com nossos calendários “objetivos”, haveria passado tantos anos que muitos dos jovens familiares que foram deixados aqui já poderiam haver morrido com avançada idade. Então, o que teria ocorrido? Que mistério é este?

       Já as próprias teorias físicas apontam para o fato de que o registro do tempo realizado por nossos instrumentos cronométricos ou, pelos sinais da passagem do tempo em nosso corpo, não é absoluto, e sim depende da entrada de outras medidas propriamente físicas, como a velocidade na qual se desloca o corpo físico. Isto é, à maior velocidade, o tempo “caminha” mais lentamente, até que a uma velocidade hipotética próxima à da luz, o tempo chegaria quase a parar. Definitivamente, a realidade certamente é mais incrível do que a própria ficção científica. Porém para os esotéricos há um ponto que a ciência não levou em conta: a velocidade do pensamento, a qual eles concebem como sendo muitíssimo maior que a velocidade da luz. Também é conveniente meditar sobre o fato de que a medida objetiva de tempo é para o meio físico, todavia para a consciência uma hora objetiva pode registrar-se como um segundo ou como um dia completo, dependendo do estado psíquico e mental do indivíduo durante esta hora objetiva. Durante o sono, por exemplo, essa terça parte de nossa vida na qual permanecemos no plano astral ou psíquico, o tempo está muito difuso, pois a consciência de 8 horas de sono pode confundir-se com a de somente uma hora. Em contrapartida, em certos estados de mente bem consciente (supraconsciente), como os que podem ser alcançados com as técnicas de meditação, 10 minutos podem chegar a dilatarem-se e fazerem-se tão longos que podem parecer horas ou, inclusive, em certos domínios da mente, o tempo quase para.

       Algo parecido, porém noutro patamar, ocorre em momentos de sofrimento ou de dor, os quais possuem [para o sofredor] “extensão” muito diferente à de outras pessoas que estão em um estado normal. É evidente, portanto, que há um tempo físico objetivo, assim como existe uma medida emocional, mental e espiritual de tempo, a qual está cada vez mais desligada do conceito temporal que nos é útil no plano físico ou material. Os construtores das pirâmides deixaram impressas em suas obras, quase para a eternidade, sua interpretação à respeito deste assunto. Assim, a base da pirâmide, ligada ao material e concreto, tem 4 lados iguais cujos vértices podem limitar os dois braços da cruz entre eles. Já sabemos que a cruz (e também o quadrado) tem relação com o material, com o plano físico e com suas 4 dimensões: 3 espaciais e uma temporal. Porém conforme a pirâmide ganha altura, pedra a pedra e esforço a esforço, as quatro dimensões tendem a aproximarem-se até que, no vértice superior ou topo da pirâmide, as quatro dimensões físicas (altura, largura, profundidade e tempo), se fundem convergindo em um só ponto. Este é apenas um dos enigmas simples das pirâmides.

       Nas pirâmides americanas ou nas pirâmides truncadas egípcias, que possuem uma pequena área quadrangular plana do seu topo, se representa que para as possibilidades da mente humana a fusão completa das dimensões não é possível, e sim somente um aproximamento por meio de faculdades especiais. Assim, nas pirâmides do continente americano o Mago se coloca na meseta superior e ali realiza sua operação com as forças naturais, logicamente muito mais próximo da sétima dimensão ou absoluto do que aqueles que lhe acompanham e lhe observam a partir de outros pontos inferiores na pirâmide ou situados no solo.

       Agora é fundamental esclarecer que “adivinhar” o futuro é um conceito supersticioso e não Iniciático. Por quê? Já foi dito no caso da Astrologia que esta não adivinha o futuro, e sim estuda cientificamente os ciclos. Um automóvel a duzentos quilômetros por hora não pode parar em um milésimo de segundo, nem sequer chocando-se contra uma parede; nem tão pouco pode trocar de trajetória fazendo um ângulo reto a essa velocidade como se dobrasse uma esquina. Isto ocorre também com o ser humano. Seu corpo, sua psique, sua mente e sua vontade estão submetidos às leis naturais, das quais não podem se livrar. Deste modo, o futuro se comporta de acordo com dois parâmetros, dos quais um se encontra composto pelos efeitos das causas geradas por nós no passado. Estes efeitos já estão “em movimento” e irão se manifestar em algum momento do chamado futuro. O segundo parâmetro são os sucessivos presentes ou pequeníssimas variações (infinitas) que geram a vontade humana momento a momento, pensamento a pensamento, de sentimento em sentimento e de ação em ação. De tal forma, através das causas conscientes que podem gerar a vontade a cada instante, os efeitos destas podem ser: neutralizar aspectos desarmônicos do passado ou aumentá-los, neste último caso o ser humano está fechando as portas para si mesmo.

       Pitágoras, Grande Mestre da Antiguidade, explicava este processo a seus discípulos mediante seu teorema. A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa, em um triângulo retângulo.

       Isto é, o chamado futuro vai sendo formado por dois fatores:

      - primeiramente, as causas geradas no passado, tanto harmônicas como desarmônicas e tanto conscientes como inconscientes. Estas formam parte do passado, porém seus efeitos pela lei da memória universal são transmitidos momento a momento até que sejam neutralizados (fator B).
 
      - por segundo, o processo da vontade em cada um dos sucessivos “presentes” (fator A). 

      Portanto, o trabalho consciente sobre nossa vida, momento a momento, vai modificando gradualmente o futuro, fazendo com que predomine o fator A sobre o B, até chegar a um triângulo equilibrado ou equilátero, representação da via espiritual e consciente, com uma harmonia entre o Karma passado (B), a vontade presente (A) e o curso dos acontecimentos futuros.

       Se predomina no triângulo o lado A, quer dizer que a vontade está realizando um esforço excessivo, uma vez que o Karma (cadeia de causa-efeito) passado fica em segundo plano. No caso contrário, com um lado B maior que o A, o ser humano está mais dependente daquilo que já fez do que do pouco que está a gerar no presente.

       O equilibrio perfeito se logra com três lados iguais, com um fator H de tamanho igual ao de A e B; isto é, simbolizando o fato de que o chamado futuro pode ser modificado com certa facilidade. Assim, o que foi vivido, o que se experimenta no presente e o que está em movimento até o futuro estão em sintonia harmônica.

       Existe uma figura que é ainda mais perfeita, que somente se assemelha ao divino, que é o triângulo equilátero. Poderíamos dizer que sua perfeição não é alcançável por humanos.

       Este é um tema sobre o qual se deve meditar, observar, experimentar e intuir. A lógica chega até certo ponto, porém isto é somente a base do estudo.

        Nos assombra comprovar que este é um dos segredos das pirâmides. Cada uma delas possui quatro lados que são triângulos e uma base com formato quadrado. Os quatro triângulos nos falam que o mencionado princípio se manifesta nos elementos terra, água, ar e fogo. Assim se vence a cruz da matéria (quadrado da base) e se ascende até o absoluto (vértice da pirâmide).

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